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Artigo

A Nucleação como técnica auxilir para a recuperação de áreas degradadas da Mata Atlântica, por Andréa Christine Oliveira Andrade, Alexandre Marques, José Renato dos Anjos e Tony Masser Oliveira

A Nucleação como técnica auxilir para a recuperação de áreas degradadas da Mata Atlântica, por Andréa Christine Oliveira Andrade, Alexandre Marques, José Renato dos Anjos e Tony Masser Oliveira

A NUCLEAÇÃO COMO TÉCNICA AUXILIAR PARA A RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DA MATA ATLÂNTICA.

Andréa Christine Oliveira Andrade (Andrea.christine@uol.com.br)

Alexandre Marques (alexxandre_sp@hotmail.com)

José Renato dos Anjos (renatoanjosj@yahoo.com.br)

Tony Masser Oliveira (masseradi@ig.com.br)

Orientadora: Profª Renata Sebastiani

Engenharia Ambiental – UNINOVE

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar através de estudo de caso, métodos indicados para a recuperação de áreas degradadas na Mata Atlântica para que estes possam auxiliar as técnicas convencionais. Estes métodos auxiliares necessariamente deverão ser economicamente viáveis para pessoas de baixo poder aquisitivo, tendo em vista que a recuperação de uma área em processo de degradação sempre se trata de um processo caro e dispendioso para o empreendedor do projeto. As técnicas auxiliares proposta neste artigo, além do enfoque econômico e social também se preocupa com os estágios da sucessão biológica do local, onde, sendo ela empregada como uma “auxiliadora” do processo de recuperação possibilitará as plantas pioneiras da área condições propicias para seu desenvolvimento e conseqüente reabilitação e restauração do local.

Palavra chave: Áreas degradadas; sucessão ambiental; técnicas auxiliares; nucleação.

 

Abstract: The aim of this paper is to analyze through a case study, the methods indicated for the recovery of degraded areas in the Atlantic forest so that they can assist conventional techniques.These helper methods will necessarily be economically viable for people with low purchasing power in order that recovery of an area in the degradation process when it is a costly and costly for the project developer.The auxiliary techniques proposed in this paper, besides the economic and social approach is also concerned with the stages of biological succession of the place, where she was employed as a “helper” of the recovery process will allow the native plants of the area conditions favorable for its development and consequent rehabilitation and restoration of the site.

Keywords: Areas degraded environmental succession; technical assistants; nucleation

1. INTRODUÇÃO

A restauração de áreas degradadas é uma importante ferramenta para a conservação ambiental através do uso de técnicas capazes de facilitar o processo sucessional envolvendo organismos produtores, consumidores e decompositores. Normalmente o que se vê são programas de restauração onde o custo econômico é alto e a eficiência dos resultados são baixos, pois em vez de serem feitos projetos pequenos onde a eficácia é comprovada com a efetiva restauração da biodiversidade, em grande parte os projetos propõem refazer os ambientes distintos dos naturais. A maior parte dos trabalhos chamados de “recuperação” envolve o plantio de espécies de hábito arbóreo, entretanto, muitos problemas têm sido evidenciados nestas práticas devido à desconsideração de premissas ecológicas tais como o próprio processo denominado de sucessão ecológica. Muitos empreendimentos iniciam-se de tal forma que ocorre o plantio de espécies inaptas para determinados ambientes, como é o caso de espécies que necessitam de sombreamento nos estágios iniciais de seu desenvolvimento. Isso obviamente ocasionará perdas econômicas e de tempo, prejudicando os propósitos da recuperação. Em outras circunstâncias a inadequação de estratégias conduzirá à necessidade de manutenções freqüentes aumentando custos ou mesmo inviabilizando as atividades.

 

2. OBJETIVO

Com base neste presente, o objetivo principal e mostrar técnicas de recuperação de áreas degradadas com baixo custo, possibilitando melhor resultados.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O uso de espécies arbustivas em regiões de Mata Atlântica tem sido defendido como ideais para reabilitação desta área, envolvendo seu enquadramento no estágio sucessional da região e suas condições de adaptabilidade.

As espécies rústicas herbáceas e subarbustivas foram submetidas a um conjunto de fatores ambientais para que ocorra um estado sucessão ecológica, dentre esses fatores está incluído ciclagem de nutrientes, clima e solo. Porém em alguns casos pode-se observar que se estas espécies forem submetidas condições adversas (o fogo, por exemplo, na Ilha da Madeira/ RJ) elas não possuem a mesma resistência que as espécies pioneiras, sendo então esta uma alternativa na qual não se deve ser empregadas isoladamente. Uma das alternativas possíveis seriam as técnicas de nucleação que são indicadas para serem empregadas em conjunto com outras técnicas. A nucleação é definida como uma forma de sucessão em que a colonização de uma espécie pioneira em uma área sem vegetação provoca transformações no ambiente de forma a propiciar condições para uma primeira comunidade natural, ou seja, facilita a chegada de outras plantas, animais e microrganismos.

Utilizando o conceito de nucleação surgiram diferentes técnicas tal como a transposição de serrapilheira, a instalação de poleiros, a coleta de “chuva-de-sementes”, a transposição de galharia, transposição de solo, entre outros procedimentos.

Estas técnicas têm em comum o fato de, além de normalmente representarem um processo ecológico, serem procedimentos de baixo custo, pois utilizam materiais comumente de fácil acesso e obtenção. Outro aspecto positivo a ser realçado é a possibilidade de aplicação dessas técnicas em pequenas áreas, tal como pequenas propriedades.

 

3.1Descrição das técnicas

 

3.1.1 Transposição de Serrapilheira

A serrapilheira compreende o conjunto de materiais que recobre o solo das formações florestais incluindo folhas, frutos, sementes e outros componentes vegetais assim como eventualmente exemplares de insetos e outros organismos. IBAMA (1990) ressalta ainda que a serrapilheira constitui-se pelo material solto encontrado no solo da floresta, que contém sementes de plantas herbáceas, arbustivas e arbóreas. A técnica de transposição de serrapilheira pode fornecer um grande enriquecimento florístico e faunístico ao ambiente a ser recuperado.

 

3.1.2 Instalação de poleiros

Diversos grupos de animais possuem o hábito de pousar sobre determinadas superfícies, como por exemplo, poleiros. Este hábito está relacionado ao comportamento de repouso assim como as atividades de alimentação, demarcação de território, entre outras.

Nesse processo estes animais costumam defecar e este comportamento poderá enriquecer a área com novas espécies de plantas. Como alguns desses animais possuem vôo consideravelmente longo, podem trazer propágulos de regiões longínquas. Os Poleiros podem ser artificiais, naturais (poleiros vivos) secos (bambus, galhos, etc.) e sua constituição pode ser bastante simples. maximizar sua função, propiciando um ambiente favorável para que as sementes depositadas sob os poleiros possam germinar e produzir plantas nucleadoras.

 

3.1.3 “Chuva de sementes”

Tal atividade consiste na colocação de recipientes, como por exemplo, telas ou malhas finas sob a copa de árvores com especial capacidade de atração de aves. Estas árvores muitas vezes são denominadas de “Bagueiras” (REIS et al, 1999). A intensa atividade das aves nessas copas contribuirá com sementes de várias espécies de plantas, na medida em que elas defecam. Como aspecto positivo dessa técnica tem-se a obtenção de sementes de espécies que talvez não sejam comumente cultivadas em viveiros. Além disso, algumas espécies de plantas possuem a necessidade de quebra de dormência que poderá então ter sido realizada através do processo digestivo dessas aves.

 

3.1.4 Transposição de galharias

Na transposição das galharias, os resíduos da exploração florestal são enleirados, que ao passar do tempo entrarão em decomposição e incorporarão a matéria orgânica ao solo afetado. Este método possibilita o rebrote e a germinação de espécies vegetais além de servir de abrigo para fauna e auxiliar a dispersão natural de sementes.

 

3.1.5 Transposição de solo

Na transposição de solo, estão sendo depositadas porções de solo não degradado nas áreas afetadas, que estão possibilitando a recolonização das áreas pela reintrodução de populações de diversas espécies de micro, meso e macro fauna, além de sementes e propágulos de espécies vegetais. Esta ação é parte integrante de um programa de resgate da biota, pois representa uma forma eficiente de garantir a sobrevivência de muitas populações de micro, meso e macrorganismos que vivem no solo, dentro disto podem ser colocada também a semeadura direta ou hidrosemeadura são técnicas que ainda compões a transposição do solo e permite ainda mais intensificar um aumento na colonização da área degradada (Reis et al. 2001b).

 

3.1.6 Plantios de mudas de espécies “Bagueiras”.

O termo “Planta Bagueira” refere-se à denominação popular para plantas que tem grande capacidade de atração de animais. Essas plantas que se destacam nas comunidades por serem altamente facilitadoras no processo de recuperação ambiental. Já que possuem tal atributo, tais plantas podem ser introduzidas em uma área através de plantio, podendo então contribuir com o processo de enriquecimento de espécies na área.

 

4. CONCLUSÃO

 

A degradação sistemática pela ação antrópicas a qual a Mata Atlântica vem sofrendo ao longo de vários séculos, desde a época da colonização, coloca-a em um estágio atual que beira a extinção deste bioma. Sua preservação não só pelo fato da extinção da sua flora como também de sua fauna é de vital importância devido a riqueza biológica que estaríamos perdendo com a devastação desta área. Com as medidas governamentais de preservação através de leis especificas, somasse as de recuperação através de ações técnicas onde se constata que somente o uso de técnicas convencionais para a recuperação de uma área degradada mostra-se menos eficaz, que quando combinada com outras técnicas como, por exemplo, as de nucleação. Existe um desafio para os pesquisadores e profissionais da área de recuperação do meio ambiente no sentido de iniciar um processo de sucessão o mais semelhante possível com os processos naturais formando comunidades diversificadas biologicamente que tendam uma estabilização mais rápida possível.

As técnicas de nucleação abordadas neste artigo constituem uma ferramenta de grande valor econômico, pois são técnicas relativamente de baixo custo; e social, pois qualquer pessoa que desejar realizá-la independente de suas posses (propriedade) ou nível cultural conseguirá fazê-la sem muita dificuldade. Há de se pensar na recuperação de uma área como uma possibilidade de se devolver à natureza sua condição primária, sem que o homem veja nesta possibilidade a oportunidade de querer dar seu “toque” pessoal e modificar todo o processo e que em vez de vez de restauração e reabilitação ele contribua mais ainda para a degradação.

 

 

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

1. Araújo F. C. et al. Estratégias de Nucleação voltadas para a recuperação de ambientes degradados – IV Semana de estudos da Engenharia Ambiental.

2. Morokawa M. J. et al. Avaliação dos distúrbios causados pelo fogo em plantios mistos e homogêneos, utilizados como estratégias de reabilitação de áreas de empréstimo da Mata Atlântica, Ilha da Madeira, RJ.

Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil. 2007, Caxambu – MG

3. TIENNE,L.; NEVES,L.G.; VALCARCEL,R. Produção de serrapilheira em diferentes medidas biológicas para a recuperação de área de empréstimo na Ilha da Madeira, Itaguaí-RJ. Revista da Universidade Rural – Série Ciências da Vida, UFRRJ, v.22, n.3, p. 167-171, 2002.

4. NEVES,L.G.;TIENNE,L.; VALCARCEL,R. (2001). Regeneração induzida em áreas de empréstimo na Ilha da Madeira, RJ. In: Jor. de iniciação científica da UFRRJ, XI. Resumos…, 369p p103-106. UFRRJ, Seropédica, RJ (27-29/11/01). ISSN 1518-5680

5. Reis, A. 2001. Avaliação da recuperação de taludes de área de empréstimo na Usina Hidrelétrica de Itá, através da sucessão e dispersão de sementes. Relatório FAPEUGERASUL

(não publicado). Florianópolis, 24 p.

EcoDebate, 05/03/2012

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