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Protesto: 15 mil indignados em Petrolina, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

 

Protesto: 15 mil indignados em Petrolina
Foto no Blog de Gustavo Belic Cherubine.

“Lula, rezamos pela sua saúde. Interceda por nós junto à Dilma”.

[EcoDebate] Essa era uma das frases de tantas faixas, em meio à multidão que cruzou o rio São Francisco entre Juazeiro e Petrolina nesse 20 de Dezembro de 2011. No mesmo dia que o governo começou a distribuir cisternas de plástico pelo sertão, a ASA mobilizou 15 mil pessoas de todos os estados do semiárido contra o desmonte da política de convivência com o semiárido. A coronelada nordestina, junto com as mandarins do Palácio do Planalto, acharam a chave que faltava para desmontar esse programa de emancipação cidadã como jamais houve na região: doar uma porcaria de plástico.

Antes o Ministério da Integração estava preocupado com os grandes projetos, como a Transposição, onde correm rios de dinheiro, literalmente. Agora não, foram mexer na gota d’água dos pobres. Foram retirar das populações difusas a única gota de água que tinham para sentirem-se cidadãs, gente, não objeto de esmola de políticas governamentais. Os donos do mundo estão preocupados com o fato dos nordestinos não serem mais reserva de mão de obra das empresas e dos empreendimentos governamentais.

Infelizmente o patrocínio vem de Dilma e sua ministra Teresa Campello. Outro que leva a parte do leão nessa história é Fernando Bezerra Coelho, ministro da Integração, que já foi prefeito de Petrolina e quer ser governador do Pernambuco. Ele instrumentaliza a CODEVASF, autarquia subordinada ao Ministério, como o instrumento principal de difusão das cisternas vindas de uma empresa mexicana. Detalhe, a cisterna de plástico sai por cinco mil reais, enquanto a de placas de cimento sai por 2080,00 reais. Portanto, não há um único critério que mereça ser levado a sério. Até mesmo o argumento de aceleração do programa cai por terra, já que as cisternas durarão pouco e se transformarão numa imensa sucata pelo sertão.

Segundo a mídia regional foi a maior manifestação popular que já cruzou a ponte entre Juazeiro da Bahia e Petrolina, em Pernambuco.

Não vamos parar. Estamos acostumados ao caminho das pedras.

E o Lula, que já era mito, diante das tragédias da Dilma, agora já tem status de santo.

Roberto Malvezzi (Gogó), Articulista do Portal EcoDebate, possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

EcoDebate, 21/12/2011

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8 thoughts on “Protesto: 15 mil indignados em Petrolina, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

  • Venho acompanhando as notícias relativas ás ações que estão sabotando o projeto das cisternas e sinto falta de um ABAIXO-ASSINADO on line para que cidadãos comuns, que se encontram distantes, porém totalmente solidários ao projeto possam manifestar seu apoio ao projeto como também protestar contra essas decisões autoritárias, anti-democráticas e exatamente contra os movimentos sociais que historicamente sempre apoiaram este governo, supostamente do PT comprometido com as causas sociais e do povo. Já entrei várias vezes no site da ASA, encontro as notícias, mas não há um ABAIXO-ASSINADO on line !

  • Só os trabalhadores de Petrolina e Juazeiro unidos por essa reivindicação poderão obter vitória nessa luta.
    Parabéns… torço pela vitória de vocês !!!

  • só lembrando que nao foram só moradores de petrolina e juazeiro,foram de varios estados do nordeste.

  • Existe uma clara confusão nesse tema. Não se trata de competir com a ASA, que comprovadamente tem buracos em suas contas e ficou devendo uma grande quantidade de cisternas ao governo. Também não se trata de acabar o programa de cisternas do povo do agreste nordestino com uma tecnologia mto mais moderna consolidada em países como Austrália e México, senão de somar esforços para solucionar o problema secular da seca.

    As vantagens técnicas são enormes na qualidade da água armazenada e na velocidade que o programa pode imprimir na implementação das cisternas pré-fabricadas. As cisternas de placa racham com o tempo pq ficam a maior parte do tempo vazias e comprovadamente houveram rombos enormes nas contas da ASA que não entregou uma quantidade significativa de cisternas que foram pagas pelo governo. As cisternas plásticas de polietileno, além de evitar a permeabilidade e garantir a opacidade da luz, são de construção até 10 vezes mais rápida que a de placa, podendo alcançar uma grande escala de produção para solucionar mais rápido o problema da água no semi-árido.

  • Evandro na verdade percebo que vc nao e conhecedor da qualidade e capacidade tecnica das cisternas de placa nos que conhecemos as familhas sabemos que as cisternas estao sempre cheias e muito bem cuidadas com agua potavel. Sobre a asa esta devendo cisternas cosntruida sabemos que o mds nao repassou aultima pacela de 43 milhoes pra finlizar o termo de paceria atua.l

  • Roberto Malvezzi

    Só uma observação.
    Agora a tentativa é desqualificar a ASA. Não há rombo, não há roubo, não há problemas com a cisterna de placas. Todas as contas aprovadas pelos órgãos de controle. Vou pegar uma foto das cisterna de plástico e enviar para o site. Aí todos poderão ver a qualidade do que querem.
    Além do mais, há a dimensão educativa, testada, comprovada, premiada, nacional e internacionalmente.
    Por enquanto fomos a Petrolina e Juazeiro. Mas, poderemos ir a Brasília, direto para o Palácio do Planalto.

  • A pergunta é : Porque o governo cortou a parceria com a ASA ? Algo a ASA estava fazendo de errado ….

  • Buscando na Internet encontrei várias matérias falando sobre o desvio de verbas do programa das cisternas , está explicado porque o governo prefere pagar um pouco mais caro mas administrar a compra e a instalação direta em beneficio da população .

Fechado para comentários.