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OCDE: mundo precisa agir para cortar emissões de CO2

 

As temperaturas médias globais poderão subir de 3 a 6 graus Celsius até o final do século se os governos fracassarem em conter as emissões de gases de efeito estufa, o que provocaria uma destruição sem precedentes à medida que as geleiras derretem e os níveis dos mares sobem, alertou a OCDE na quinta-feira.

Em um relatório divulgado antes das negociações climáticas da ONU na próxima semana, em Durban, África do Sul, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico disse que o futuro será sombrio se os esforços para limitar o aumento da temperatura a 2 graus Celsius não forem ambiciosos. Reportagem de Brian Love, da Reuters.

Os países desenvolvidos costumavam ser a principal causa do aumento na emissão dos gases de efeito estufa, mas a responsabilidade será cada vez mais compartilhada nas próximas décadas com as novas potências econômicas emergentes, afirmou a agência sediada em Paris.

Um aumento de 80 por cento na demanda global de energia deverá elevar as emissões de dióxido de carbono em 70 por cento até 2050, e as emissões provenientes dos transportes devem duplicar devido ao aumento na demanda por carros em países em desenvolvimento e da expansão na aviação.

“Os governos têm de romper a mentalidade nacional e olhar para o cenário global”, disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em comunicado.

“Eles precisam acelerar as negociações em Durban se quisermos atender as metas definidas internacionalmente para limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius.”

O alerta da OCDE, órgão sustentado principalmente pelos Estados Unidos e por outras economias desenvolvidas, enfatizou os temores de que o compromisso em reduzir os gases que provocam aquecimento pode não existir em um momento em que boa parte do mundo está afundada em dívidas.

DANOS IRREVERSÍVEIS

Sobre a possibilidade de um aumento de temperatura de 3 a 6 graus Celsius até o final do século, a OCDE disse que “tal aumento elevado de temperatura continuaria alterando os padrões de precipitação, derreteria geleiras, causaria aumento do nível do mar e intensificaria eventos climáticos extremos para níveis sem precedentes”.

“Poderia até exceder alguns ‘pontos de ruptura’ críticos, causando mudanças naturais dramáticas que poderiam ter resultados catastróficos ou irreversíveis para os sistemas naturais e a sociedade”, afirmou.

O relatório se soma aos apelos crescentes para uma ação antes de delegados de quase 200 países se reunirem em Durban, a partir de 28 de novembro, para negociações sobre o clima, em que o resultado mais provável deverá ser um avanço modesto rumo a um acordo amplo para cortar as emissões de gases de efeito estufa.

Cientistas climáticos da ONU, a Agência Internacional de Energia e outros dizem que as promessas mundiais até agora para reduzir as emissões de CO2 e outros gases causadores do efeito estufa não são o suficiente para impedir que o planeta esquente mais de 2 graus Celsius — limite que cientistas afirmam que poderá causar uma instabilidade climática na qual climas extremos se tornarão mais comuns e a produção de alimentos será mais difícil.

Reportagem da Reuters, no UOL Notícias.

EcoDebate, 25/11/2011

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