Sim, é possível o saneamento para todos na Sub-Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, artigo de Donato Velloso
[EcoDebate] O desejo de zerar o despejo de esgoto e lixo é comum a todos nós, fundamental para avançar na construção de um lugar mais sustentável.
O grande desafio é mudar as mentes, cultivar novos valores, suscitar mudanças de comportamento, exercitar a consciência ecológica o comprometimento com práticas de responsabilidade e educação ambiental de todos os níveis governamentais, dos estabelecimentos de ensino, empresariado, mídia e passando por atitudes pró ativa através de campanhas de mobilização e intensa participação comunitária.
Como acelerar os programas de saneamento e drenagem, atender a uma demanda crescente e garantir a água em quantidade e qualidade suficientes para a população da nossa sub-bacia? Como intensificar e reverter este processo vergonhoso de degradação e poluição que ao longo das ultimas décadas tomou conta dos nossos rios, lagoas alcançando nossas praias sem que déssemos conta da gravidade da questão?
Tudo isto é possível sim, pois temos vários exemplos de situações semelhantes onde corpos hídricos foram revitalizados e são permanentemente conservados.
A busca de boa gestão compartilhada e participativa passa por uma visão sistêmica e agora com a criação do nosso SUBCOMITÊ de bacia hidrográfica, representatividade compartilhada com o poder público, usuários da água e sociedade civil organizada, uma eficaz oportunidade para garantir uma agenda de intervenções concretas locais sobre o manejo da água e a atenção de todos os envolvidos para este cuidado, espaço adequado pautado na nossa legislação das águas, que poderá enfim contribuir e reverter este processo de poluição dos corpos hídricos da região.
Esta nova representatividade poderá obter resultados à medida que seus componentes souberem aproveitar esse espaço, pela qualidade de seus membros, fundamentação das opiniões, propostas e intervenções, resultante de consenso, sintonia, transparência e igualdade dos componentes eleitos onde podemos adquirir progressivamente legitimidade e criar confiabilidade da comunidade como um todo. É fundamental ter convicção de que todos que queiram dialogar com o SUBCOMITÊ, serão ouvidos e considerados nos momentos decisivos das intervenções.
A maior conquista desse novo ente é dar um basta e quebrar o monopólio aparente do estado onde grupos políticos procuram direcionar ações de seu interesse e orientá-las de madeira clientelista, lembrando que esta representatividade não substitui nenhuma outra e sim fortalece a todas.
Trata-se de evoluir conceitos, uma nova postura das partes interessadas, vamos proceder a estudos, diagnósticos, monitoramento, informações, denuncias, fiscalização e proceder às intervenções pontuais necessárias nos nossos rios e lagoas.
Equacionar a questão do esgotamento sanitário em especial onde habita os menos assistidos é problema para toda comunidade, o nosso SUBCOMITÊ deve atuar de forma articulada com os órgãos governamentais afins, empresas, universidades, escolas e contar com efetiva participação e comprometimento dos segmentos da comunidade local para que os programas sejam bem sucedidos.
Hoje já temos exemplos de intervenções com bons resultados e novas tecnologias nas áreas de abastecimento, esgoto, drenagem e disposição de resíduos sólidos.
O maior empecilho é romper com o processo dominante, técnico, dispendioso e burocrático herdeiro de concepção autoritária, centralizada e resistente a participação, marca comum que vigora no planejamento dos órgãos públicos.
Existe um vazio conceitual que necessita ser preenchida através de uma nova mentalidade, consciente e criativa. Há também uma crescente compreensão de que urgentes medidas devem ser tomadas por nós, a fim de enfrentarmos os tempos nada promissores que estão por vir. O nosso pensamento vai orientar as nossas ações, as nossas ações no presente irão dar forma ao novo mundo em que viverão nossos filhos e netos. Nós podemos e devemos ser os catalisadores dessas necessárias mudanças!
A construção do novo pensamento é tarefa difícil, que exige um pacto entre governo, mídia, empresariado e todos os segmentos da comunidade local.
Mãos a obra, não existe corrida fácil.
Junte-se a nós.
Donato Velloso, Presidente do LAGOA VIVA, Fundador e Coordenador do Movimento Evolutivo PACTO DE RESGATE AMBIENTAL
EcoDebate, 04/11/2011
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