Somos 7 bilhões: Consumismo é maior ameaça à sustentabilidade, artigo de George Martine
[Folha de S.Paulo] Sete bilhões é muito ou pouco? Depende. Fisicamente, cabemos todos no perímetro da Grande São Paulo. Mas basta uma minoria de consumistas modernos -incluindo nós, leitores da Folha- para ameaçar o futuro da humanidade na Terra.
O crescimento demográfico importa, é óbvio! Mas os números absolutos em si dizem muito pouco, porque o tamanho da pegada ecológica varia enormemente entre sociedades e grupos sociais.
A população é diferenciada não somente por idade, sexo, tamanho, cor, residência e ocupação, mas também por níveis de renda e consumo.
Precisamos de uma demografia da sustentabilidade que trate de qualificar consumidores, e não de contar pessoas equivalentes ou intercambiáveis.
O que assusta mesmo é que o aumento de consumidores é muito mais rápido que o de pessoas. Movido pela cultura do consumo, o nosso modelo de desenvolvimento, eficaz e sedutor, incorpora milhões de novos consumidores anualmente.
Há décadas nossos valores são moldados cada vez mais pelas instituições que promovem essa cultura e esse modelo de desenvolvimento. Comprar coisas nos faz feliz e estimula a produção; pena que esse incremento do consumo implique a destruição de recursos e o acúmulo de dejetos, inclusive dos gases de estufa que trazem as mudanças climáticas.
Contempla-se alterar esse paradigma por meio da economia verde, dentro da qual seria reduzido o desperdício de recursos naturais e a produção de dejetos nocivos. Vai funcionar?
Na melhor das hipóteses, uma mudança radical e imediata nesse sentido poderia reduzir o perigo iminente, mas não se continuarmos definindo o consumo crescente como o caminho da felicidade.
Reduzir o crescimento populacional ajudaria? Pode ajudar, sem dúvida. Mas a solução fácil do “controlismo” engana, pois famílias menores tendem a consumir mais per capita.
GEORGE MARTINE é doutor em demografia e ecologia pela Universidade Brown
Artigo originalmente publicado na Folha de S.Paulo e enviado por José Eustáquio Diniz Alves, colunista do Portal EcoDebate.
EcoDebate, 31/10/2011
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Eu concordo que o consumismo é uma M_RD_ e está causando um impacto grande no meio ambiente. No entanto eu acho que o grande desafio da humanidade é reconhecer que o planeta não tem capacidade de suportar 7 bilhões de habitantes. Estamos esgotando os recursos naturaisnuma taxa muito maior do que a naturaza pode repor, e eu estou falando simplesmente sobre água e comida.
Quando as fontes de água doce secarem e consequentemente reduzir a produção de grãos nós vamos ver muita violência. Não estou nem mencionando a questão do petróleo que, como todos já sabem, está ficando cada vez mais difícil de extrair e consequentemente cada vez mais caro. Podemos estar falando num colapso da população mundial. Esse artigo da mais detalhes sobre o que eu estou falando:
rcesar.net/2011/10/terra-2100-populacao-15-bilhoes/