Agroecologia por um mundo mais sustentável, entrevista com Marcelo Calazans
Na avaliação do sociólogo Marcelo Calazans, a alternativa agroecológica é um projeto de cultura que de alguma forma recusa a sociedade de consumo
“A alternativa agroecológica implica uma disputa dos territórios, e nos territórios contra o agronegócio, contra a expansão de um modelo químico”, explica o coordenador do Programa Regional da FASE no Espírito Santo. Para ele, é evidente que a agroecologia emite menos e, além de ser mais adequada, é uma agricultura que privilegia o mercado local, os circuitos locais de comercialização. “Está claro que, comparada ao agronegócio, a agroecologia traz um conjunto de elementos não só agrícolas e agrários, mas também culturais e políticos, que garantem maior resiliência também com as próprias intempéries.”
Em entrevista concedida por telefone à IHU On-Line, Calazans critica o atual modelo de desenvolvimento, oferecendo alternativas como a agroecologia.
Marcelo Calazans é sociólogo, coordenador do Programa Regional da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE no Espírito Santo, membro da Rede Deserto Verde e da Rede Latino-Americana contra Monocultivo de Árvores.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Quais foram os principais assuntos debatidos pelo Seminário de Mudanças Climáticas: impactos, mecanismos de mercado e a agroecologia como alternativa, durante o I Encontro Nacional de Diálogos e Convergências?
Marcelo Calazans – Trata-se de um encontro de várias redes. Havia a de economia solidária, rede de justiça ambiental, articulação nacional de agroecologia. A ideia era escolher quatro casos no território brasileiro e quatro fatos de relação entre esses territórios e o debate das mudanças climáticas. Selecionamos dois casos: um na caatinga da Paraíba, que narrava uma experiência de convivência com o semiárido; outro era o caso na Mata Atlântica do sul, que narrava experiências de modelo de sistema agroflorestais, em Mata Atlântica e também em caatinga. Além disso, selecionamos outros dois casos que seriam de mercado de carbono; o do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL , que é o “Plantar”, de uma siderurgia em Minas Gerais, que vende créditos de carbono para uma petroleira na Escócia; e outro, que seria um fato de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação – REDD , é o caso de uma ONG do Paraná, que tem um projeto de REDD no estado e tem conflito com populações locais que tinham acesso à Mata Atlântica. Uma vez construído o projeto de REDD, este mercado de depósito de carbono, bem como as populações, perderam o acesso à Mata Atlântica.
Então, seriam quatro casos; alguns deles são específicos de dois instrumentos do mercado de carbono, então um MDL e um REDD; e dois de adaptação a mudanças climáticas, o caso do semiárido, e também de resiliência e formas de como a agroecologia se coloca como alternativa às mudanças climáticas, além de apontar quais os limites da agroecologia como alternativa.
Foi um grupo complexo, partindo de casos territoriais e do debate das mudanças climáticas, não a partir de convenções e protocolos, mas das experiências locais em vários biomas do território nacional. Então, a ideia do grupo era dialogar sobre as mudanças climáticas e como cada território estava avaliando as políticas que estão sendo negociadas em nível internacional, bem como estas políticas atingem os territórios.
A ideia era construir um diálogo, porque há uma enorme fragmentação e desinformação, não tanto pela falta, mas pelo excesso de informação sobre mudanças climáticas, além de existir toda uma interpretação da crise climática como uma oportunidade mercadológica, de fazer mais negócios e todo o discurso da economia verde que vem sendo construído, principalmente pelas grandes corporações e os estados nacionais, ou mesmo nas conferências dos três protocolos assinados em 1992.
No Brasil, são muitos os casos de projetos de MDL. Brasil, China e Índia são os recordistas mundiais em compensações das emissões do Norte. O Norte, em vez de reduzir, financia plantios de cana, grandes hidrelétricas, monoculturas de eucalipto , como uma forma de mitigar. Estas alternativas deixam marcas terríveis no Sul.
O Brasil é um caso, já que vem surgindo muitos projetos de MDL, e também estes projetos de REDD, que ainda não estão sequer definidos na conferência das partes, a conferência internacional, mas mesmo assim vêm sendo experimentados por uma série de corporações, principalmente petroleiras, financiando a conservação de florestas. Então, essa é uma questão grave que vem atingindo os territórios no que diz respeito à sua soberania, porque uma vez determinado um projeto de REDD, por exemplo, o acesso ao território fica interditado. E REDDs ou MDLs são alternativas que acabam gerando mais embates, interditando acessos e, ao mesmo tempo, não resolvem o problema do clima. São alternativas que estão servindo mais para as corporações.
O grupo ainda tentou avaliar como o mercado de carbono interpela a agroecologia e o que ele oferece para a alternativa agroecológica. De fato, a ideia das grandes corporações é fazer das florestas, da agricultura como um todo, mecanismos de compensação para um modelo global claramente insustentável, mas ainda em expansão. 2010 foi o ano recordista de emissões de carbono, isso 20 anos após ter ocorrido a Rio-92 e anos depois de Kyoto. Mas 2010, segundo a Agência Internacional de Energia, foi o ano que o planeta mais emitiu. Está claro que o modelo não quer frear. Ao contrário, ele tem que se expandir, e o clima não será um obstáculo. O clima será pensado desde a própria expansão do modelo. Para mitigar, eles irão financiar grandes hidrelétricas. Para manter o modelo, irão financiar as próprias corporações.
Seria uma enorme contradição financiar a agroecologia, ou financiar a agricultura camponesa e a agricultura tradicional, financiar transição agroecológica, a partir do mercado de carbono. Este não é uma fonte segura. Ao contrário, é uma fonte contrária. Ele reproduz o modelo, ao mesmo tempo em que interpela os territórios para esta reprodução. Buscar fundos estatais, públicos, disputar as políticas de estado, os mercados locais, são caminhos que garantem uma autonomia, uma independência diante do modelo e é por aí que a transição agroecológica deveria construir o seu processo de disputa contra o agronegócio e contra o modelo do agronegócio no campo. Este é um impacto importante: perceber que o mercado de carbono colocaria a agroecologia e a agricultura camponesa e tradicional em um modelo global, em que as florestas serviriam como sumidouros para justificar e permitir a expansão deste modelo norte-sul. Este foi um ponto interessante, de certa forma comum, da posição do Grupo de Belém que lançou uma carta, divulgada no encontro, criticando o mercado de carbono e estas soluções falsas que ele oferece para resolver a questão do clima.
IHU On-Line – O que propõe a abordagem agroecológica? Trata-se de uma proposta alternativa ecologicamente sustentável?
Marcelo Calazans – A agroecologia não é apenas um conjunto de técnicas, alternativas de agricultura. Ela implica um modelo mais complexo e que agrega todas as partes, não somente a técnica agronômica, mas uma forma de viver. A agroecologia é um projeto de cultura que de alguma forma recusa a sociedade do consumismo. A alternativa agroecológica implica uma disputa dos territórios, e nos territórios contra o agronegócio, contra a expansão de um modelo químico. Com o mercado de carbono não há perspectiva de convivência agroecológica. Seria uma contradição. Não teria sentido uma convergência que permitisse esse tipo de situação.
IHU On-Line – Que mudanças efetivas devem ser realizadas pela sociedade em termos globais, principalmente nos países desenvolvidos, para minimizar o aumento das mudanças climáticas?
Marcelo Calazans – O fundamental é reduzir emissões. Isso já está muito claro. Há um ciclo natural do carbono e de todos os outros elementos da tabela periódica, que se transformam em gases em algum momento. Há um ciclo natural do carbono, que é floresta, oceanos e atmosfera, um ciclo de bilhões de anos, quatro ou cinco bilhões de anos do planeta. Então, existe uma temporalidade que não é humana. É um tempo de bilhões de anos. Imaginemos que o homem chegou a centena de milhar. Estamos falando de um tempo de bilhões, que é um tempo de fossilização do petróleo, do carvão e dos combustíveis fósseis. E, aos 45 do segundo tempo, uma civilização dos últimos 200 anos, talvez 150, pega esse ciclo de bilhões de anos de fossilização e extrai do subsolo essa fossilização e lança na atmosfera tudo isso que foi lançado desde as revoluções industriais. Então, não tem jeito. A redução das emissões foi prometida no Protocolo do Clima de 92 e não cumprida, reafirmada em Kyoto e também não exercida, prolongada em todas as negociações internacionais e pouco construída na prática. Então, tem que reduzir as emissões. Não há possibilidade de substituir o petróleo e o carvão como base energética de uma nova sociedade que mantém esse modelo. A energia nuclear traz enorme risco; a energia hidrelétrica oferece enormes conflitos. Tem que se pensar, de fato, em sociedades com menos consumo de energia. E isso é uma enorme complexidade. O Norte não quer reduzir as emissões, sendo que 80% das emissões estão lá. E eles querem trazer para o Sul a responsabilidade pelos projetos do mercado de carbono. É no Sul que querem plantar milhões e milhões de hectares de cana, de eucalipto, de soja? É no Sul que querem construir as maiores hidrelétricas? Quer dizer, a culpa fica para o Sul, de uma dívida climática e histórica que é do Norte. Então, não há solução. Tem que se reduzir as emissões. O Painel Internacional do Clima já em 1990 publicou um dos primeiros relatórios, mostrando que deveria haver uma redução na base de 68% das emissões de 1990. Bem, Kyoto reduz de 68% para 5%. Quer dizer, 63% joga de lado e nesses 5% que deveriam reduzir, eles ainda poderiam reduzir 3 ou 2% e compensar isso em mecanismos de mercado no Sul, como nos MDL. É o caso da Plantar, por exemplo, em Minas Geais. Em vez de a Escócia reduzir 5%, ela reduz quatro e alguma coisa, e a diferença ela compensa plantando eucalipto em São José do Buriti, no cerrado mineiro.
Então, está claro que não tem solução. Não haverá uma saída que substitua o petróleo e o carvão para a manutenção do atual modelo de sociedade. Pode-se plantar o planeta inteiro de cana; pode-se pensar o eucalipto nas energias de segunda geração; pode-se pensar mesmo a energia solar. Ela, por enquanto, precisa de muitos elementos que vêm do próprio petróleo para ser uma base energética e ainda é cara. Boa parte dos aparelhos e dos instrumentos necessitam do petróleo, como uma base para formar os instrumentos de captação. Enfim, não há substituto do petróleo que vá permitir a manutenção de uma sociedade consumista e do automóvel. Qualquer solução que pretenda resolver o problema do clima mantendo esse modelo de sociedade é míope, de curto prazo. Ou mais, é uma solução projetada para fracassar mesmo; é projetada para que fracasse, porque ao fracassar gera um processo e um nicho de mercado para empresas, certificadores, validadores, para uma série de corporações interessadas em fazer negócios com a crise climática. Então, a saída para a crise climática é reduzir radicalmente as emissões, não só no Norte, mas no Sul também. E no Sul isso é mais complexo ainda. Países como Índia, China ou Brasil, sempre estiveram fora do eixo hegemônico do planeta; as sociedades nunca tiveram direitos garantidos e nunca se construiu um estado do bem-estar de direito nesses países que agora estão emergentes. E dizer para essas sociedades que agora, justamente no momento em que as novas classes médias crescem, é a hora de redução de consumo, é uma contradição profunda! Então, deve-se chegar a acordos internacionais. Mas, esses acordos têm que ser construídos a partir dos territórios, e não dos Estados, corporações e grandes grupos, muitas vezes até chamados de ambientalistas, porém, muitas vezes construtores do próprio mercado de carbono e das condições que não estão garantindo um planeta de fato mais sustentável.
IHU On-Line – De que forma a agroecologia pode contribuir significativamente para o enfrentamento da crise climática?
Marcelo Calazans – A agroecologia emite menos; é mais adequada; é uma agricultura que privilegia o mercado local, os circuitos locais de comercialização. Está claro que, comparada ao agronegócio, a agroecologia traz um conjunto de elementos não só agrícolas e agrários, mas também culturais e políticos, que garantem maior resiliência também com as próprias intempéries. O caso, por exemplo, da caatinga, que foi apresentado lá no grupo, trazia a experiência de convívio de uma família, em pleno semiárido, cultivando e criando espécies do próprio semiárido, articuladas a uma série de políticas que foram conquistadas junto ao Estado, como as cisternas e outras políticas da caatinga. Então, demonstra muito claramente que a questão da seca não é pegar o rio São Francisco e distribuí-lo pelo agronegócio no nordeste. Produz-se uma cultura ancestral de convívio do homem com a seca. E o ser humano sempre conviveu com a seca. Então, a convivência com o semiárido é uma forma que demonstra que é possível se viver com menos água. E no semiárido, a água não é um bem facilmente acessível e o homem convive ancestralmente com o semiárido. Conviver dentro ou cercado por uma monocultura de eucalipto é muito mais inseguro para a vida e a sobrevivência dessas pessoas do que em um convívio agroecológico lá no semiárido, um lugar em que a água falta. Então, a agroecologia oferece uma possibilidade de convívio e de adaptação e também mitigação das mudanças climáticas. Trata-se de uma alternativa para alimentar e repensar o campo, além de colocar um mais adequado às mudanças que o clima vem passando. Essa é a maior virtude da agroecologia e, ao mesmo tempo, o maior risco, porque justamente por isso a agroecologia é requisitada pelas grandes corporações e pelo discurso da “economia verde”. Já que a agroecologia garante resiliência, sequestra carbono, ela pode também ser interpretada como um mecanismo de que é preciso investir em agroecologia para fixar carbono e, através disso permitir, a expansão do modelo. Então, justamente por ser uma virtude diante das mudanças climáticas que a agroecologia, tal como as florestas nativas também, é vista como um lugar de compensação. Aí tem um apelo e uma interpelação muito perigosa, porque requisita as florestas e tudo o que a agroecologia construiu, mas para dentro dos mecanismos de mercado. Então, o grande desafio é construir a agroecologia por fora desse mecanismo, como uma estratégia de disputa contra-hegemônica, contra o agronegócio e não buscar outras formas de financiar a transição agroecológica com o mercado de carbono.
IHU On-Line – Por que o senhor critica como vem sendo trabalhado o conceito de economia verde?
Marcelo Calazans – Na verdade, é um momento do capitalismo em que o verde passa a ser um nicho de mercado. Quando se fala em economia verde, não se está falando em um novo modelo de desenvolvimento, em um novo padrão de produção e consumo. Quando se fala em economia verde, na verdade, está-se falando em novos nichos e novas fronteiras de investimento, porque o capitalismo precisa não apenas reproduzir o investimento, mas necessita se expandir. Sem alguma garantia e certeza de que o investimento gerará um retorno maior, sem isso, o capitalismo não se move. E está difícil inserir dinheiro hoje no capitalismo, porque há a crise financeira internacional, de commodities, crise por toda a parte. Então, há que se gerar novos mercados. Estamos em um momento assim. E quais são os novos mercados? Não tem mais uma América, um novo continente a ser explorado; não tem mais uma África ou um Oriente, como nas cruzadas. Hoje, onde estão os novos continentes? Eles estão na biodiversidade, nos mercados futuros e também no mercado de carbono. Essa é a nova fronteira.
Quando se fala em economia verde, fala-se que “temos novos mercados para serem explorados e construídos”. Então, são novas mercadorias. O carbono, por exemplo, é uma mercadoria; a biodiversidade é uma mercadoria; até os entes espirituais também passam a ser mercadorias, porque tudo passa a ser comercializável. A economia verde é, na verdade, um momento em que as grandes corporações estão querendo novos nichos de mercado. Por trás delas estão, certamente, as corporações mais responsáveis pelo próprio aquecimento global. Então, a economia verde vem com um discurso de disputa do território, das nossas florestas, da nossa biodiversidade, e por trás dela estão as grandes empresas do mundo, corporações que dominam a tecnologia, a biologia química, a engenharia da nanotecnologia, que é onde o capital está vendo as suas novas fronteiras de expansão. E a economia verde é esse argumento discursivo que soa muito bem. Para uma sociedade que está mais de 80% nas cidades e que as novas gerações tiveram pouquíssimo contato, por exemplo, com a Mata Atlântica, o discurso que “a Copa do Mundo será carbono neutro”, ou “vamos proteger as florestas”, ou ainda “vamos deixar a árvore em pé” soa muito bem. Tudo isso soa como algo ambiental, jovem, como uma preocupação. Mas, na verdade, por trás disso está justamente todo um glossário de definições e toda uma gramática de comercialização das florestas e da própria biodiversidade.
IHU On-Line – Quais são os principais desafios que as classes camponesa e trabalhadora vêm enfrentando no combate ao atual modelo de desenvolvimento?
Marcelo Calazans – Sobreviver dentro desse modelo já é um enorme desafio. Sobreviver diante da expansão da cana, do gado, do eucalipto, da soja já é uma tarefa gigante para um campesinato cada vez mais envelhecido, com poucos descendentes, comparando as três últimas gerações de camponeses. Sobreviver no campo aos agrotóxicos, à compactação do solo, a toda a engenharia que o agronegócio constrói no campo e à construção que ele faz neste já é uma enorme tarefa para o campesinato. É óbvio que o campesinato não quer apenas sobreviver. Ele quer também pensar o seu bem-viver, o que significa ter acesso às políticas. Isso precisa ser pensando. Não se pode abrir mão da tecnologia, ao mesmo tempo em que não se pode abandonar toda a vida no campo, toda a construção política e a de um campo novamente repovoado, pensado desde a diversidade, recuperando matas, nascentes. Terá que se fazer por longas gerações um caminho de inversão de concentração urbana. Tem que se pensar um campo mais integrado, não apenas no modelo anos 1970 da grande metrópole e rural. Não é mais esse o campo. Na verdade, tem que desconstruir 40 ou 50 anos de agronegócio e isso não é simples. São terras e terras com 40 anos de agrotóxicos; são muitas pastagens, e a tarefa do campesinato é árdua. Acredito que uma primeira questão muito estratégica que vem sendo pensada é a transmissão da memória desse camponês para as novas gerações. Isso já é também uma tarefa enorme. Quem guardará a memória da mata atlântica? Ela não é apenas um código genético que vai ficar num vidro, em um laboratório dentro da Embrapa. É a memória de histórias que se passaram nesse bioma. São narrativas de lugares que hoje não existem mais. Então, tem-se que guardar uma memória não só biológica, mas narrativa e cultural da biodiversidade. E o campesinato tem essa enorme tarefa de conseguir apontar o que de fato ainda é floresta, monocultura de eucalipto, etc. Além disso, não será uma tecnologia nova, que será importada da Alemanha, que vai resolver a questão climática no semiárido brasileiro. Não é isso. Esse tipo de solução só é dos negociantes do clima. A solução para o clima já está lá, posta. Os territórios são a solução. A questão é que eles não são valorizados. Eles somem no desenho republicano do Estado. Temos que aprender a olhar os territórios sem as lentes primeiro-mundistas.
(Ecodebate, 25/10/2011) Entrevista realizada por Thamiris Magalhães e Rafaela Kley e publicada pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
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[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
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