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SP: Center Norte fecha para instalar drenos que vão retirar gás metano do subsolo

 

A administração do Shopping Center Norte se antecipou à prefeitura de São Paulo e decidiu não abrir o centro comercial ontem (5). Em 4/10, a Justiça derrubou a liminar que permitia o funcionamento do shopping, um dos maiores da América Latina. A prefeitura paulistana não quer que o Center Norte funcione até que resolva o problema do acúmulo de gás metano no subsolo da área.

Em nota divulgada hoje, o Center Norte informou que está tomando as medidas exigidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para voltar a funcionar. “O Shopping Center Norte concluirá, o mais rapidamente possível, as obras de implantação de todo o sistema de mitigação dos gases, com a instalação de dez drenos, um a mais que o exigido pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público e com a Cetesb”. A administração do Center Norte ressalta que não vê risco de explosão ou de incêndio no estabelecimento.

No dia 27, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo multou o shopping em R$ 2 milhões e determinou a suspensão das atividades das 331 lojas e restaurantes, estacionamentos e das filiais do supermercado Carrefour e do Lar Center, anexas ao centro comercial, em razão do acúmulo de gás metano, que é inflamável, no subsolo do centro comercial.

O terreno onde o shopping foi erguido está na lista das áreas contaminadas e consideradas críticas pela Cetesb, que constatou a presença de gás metano no subsolo, decorrente do processo de decomposição de matéria orgânica. Antes da construção do shopping, inaugurado em 1984, o terreno era usado como depósito de lixo.

O prefeito de SP, Gilberto Kassab, disse que a interdição só foi vai ser suspensa quando houver uma manifestação da Cetesb de que as obras necessárias foram realizadas. “Eu acredito que isso seja rápido. Até porque é uma obra simples, é a colocação de drenos que captam os gases e depositam na atmosfera ou em algum equipamento”, declarou.

Os funcionários do centro comercial estão preocupados com a segurança e com os empregos. “Nós sempre acreditamos nos dados da Cetesb, de que há risco para os trabalhadores. Quanto aos empregos, sabemos que 80% das lojas que estão nesse shopping também estão em outros estabelecimentos. Pedimos à administração que, se a interdição vier a acontecer por tempo maior, o trabalhador seja transferido para outras unidades de outros shoppings”, disse o diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo Antônio Cabral.

Amanhã à tarde, o prefeito Gilberto Kassab e o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, irão vistoriar as obras que estão sendo feitas pelo shopping, acompanhados por técnicos da Cetesb.

Reportagem de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 06/10/2011

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