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Estudo Inpe/Emprapa sobre uso e cobertura da terra de áreas desflorestadas da Amazônia evitará desmatamento

 

“Não é preciso desmatar para produzir alimentos”, declarou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante evento realizado por sua pasta, no Palácio do Planalto, na manhã desta sexta-feira (2), para divulgar os resultados inéditos do mapeamento de uso e cobertura da terra de áreas desflorestadas da Amazônia. “São dados da ciência, dados oficiais do governo”, frisou, referindo-se aos estudos provenientes do projeto TerraClass, empreendidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.

A ministra do Meio Ambiente exaltou a cooperação bilateral entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Agricultura: “as politicas ambientais tem de estar sempre calcadas em dados científicos e tecnológicos”. A metodologia inovadora poderá, conforme mencionou o diretor-presidente da Embrapa em exercício, Maurício Lopes, subsidiar os governos federal, estaduais e municipais, para o uso adequado das áreas amazônicas desflorestadas.

Ao posicionar a contribuição da ciência, tecnologia e inovação como o fiel da balança da agricultura e do meio ambiente, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, disse que o desmatamento no Brasil precisa ser objeto de uma moratória, de um pacto interpartidário. Para ele, o País é grande o suficiente para combinar produtividade/exportação com o fato de ser o G1 da biodiversidade.

Entusiasmo

Dentre os dados que tanto entusiasmaram o governo, está a constatação de que, de um total de 719 mil km² da área amazônica desflorestada, até o ano de 2008, apenas 5% correspondem à agricultura anual.

A maior parte é de áreas de pastagens, com diversas características, que correspondem a 447 mil km². Essas áreas, conforme o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Erikson Chandoha, deverão ser recuperadas, a partir do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. Recuperação e integrar, ainda, o Projeto ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono).

“O TerraClass é um projeto valioso”, afirmou Chandoha, ao se referir às condições de viabilização de cadeias produtivas mais adaptadas à Região Amazônica, economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas. Para Mercadante, esses novos dados “iluminam a Amazônia, abrem possibilidades de debate de uma agenda de entendimento para políticas públicas mais consistentes”.

O TerraClass, de acordo com o senador Rodrigo Rollemberg (presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle), possibilitará que o Brasil avance na produção de alimentos e agroenergia, em áreas de pastagens, por meio uso da Integração Lavoura/Pecuária ( tecnologia da Embrapa). “Espero que façam o mesmo trabalho com o Cerrado, que tem grande biodiversidade e merece um trabalho como esse”, propôs o senador.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, que detalhou o trabalho da Embrapa e Inpe para a audiência, situou como um feito considerável essa atuação conjunta das duas instituições brasileiras internacionalmente reconhecidas entre as 50 mais prestigiadas do mundo.

Texto de Mônica Silveira, Embrapa, publicado pelo EcoDebate, 05/09/2011

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