O carro ficou preso no engarrafamento? Que tal ir de bicicleta!!!? artigo de Valdir Lami-Guedes
[EcoDebate] O automóvel, desde que foi inventado, no fim do século XIX, tem baseado o desenvolvimento econômico de diversas nações. Mas a popularização do uso de automóveis trouxe para as cidades a poluição do ar, sonora e visual e os engarrafamentos. Além disto, são responsáveis por uma grande emissão de gases causadores de efeito estufa.
A sociedade do carro tem sido vítima de seu próprio desejo maior – comodidade -. A necessidade de deslocar-se tem levado a um aumento do número de carros e altos investimentos na construção de vias para a circulação destes. Um exemplo emblemático disto é a cidade de São Paulo, depois de muitas décadas investindo na construção de vias destinadas ao transporte individual feito através de automóveis, é nítido que a cidade caminha para um travamento do seu sistema de transporte. Em São Paulo, foi ignorada a ideia de que os transportes coletivos (ônibus, metrô e trem) poderiam atender adequadamente às necessidades de deslocamento da população, com isto, nem carros, metrô (ainda insuficiente e superlotado) e ônibus atendem adequadamente as necessidades de transporte dos paulistanos.
Por causa disto, muitas pessoas têm utilizado bicicletas como meio de transporte e lutado pelo seu espaço dentro das cidades, construídas apenas para a circulação de carros. A realização de Bicicletadas, que é a concentração de pessoas usando bicicletas a fim de percorrerem algumas vias divulgando o movimento, com os objetivos:
* Pedalar;
* Divulgar, estimular, promover e criar condições favoráveis para o uso da bicicleta como meio de transporte;
* Integrar os ciclistas da cidade e valorizar a cultura da bicicleta; e,
* Conscientizar os usuários dos meios de transporte motorizados da importância da bicicleta para aliviar os congestionamentos.
“Um carro a menos” é dos principais lemas deste movimento, e a partir de intervenções na cidade como grafites, camisetas e a própria bicicletada estimulam os cidadãos a repensarem a cidade e o modo de viver nesta.
Alguns benefícios da utilização de bicicletas ou de transporte coletivo são a redução das emissões de CO2, melhorias na qualidade de vida e a simplificação da vida (redução de problemas com espaço e congestionamento). Outro slogan utilizado é o “Nós somos o trânsito”, utilizado para deixar claro aos motoristas que a bicicleta é apenas mais um componente da mobilidade urbana e que merece o devido respeito.
Usar a bicicleta como meio de transporte é compatível com a ideia de sustentabilidade nas pequenas coisas, ou seja, mudanças de comportamento visando impactar menos o meio ambiente. É o papel que cada pessoa pode tomar para si e contribuir para as melhorias de qualidade de vida, com um meio ambiente saudável e justiça social.
Valdir Lami-Guedes, Biólogo e Mestre em Ecologia pela Universidade Federal de Ouro Preto. É administrador do Blog Na Raiz (http://naraiz.wordpress.com/).
EcoDebate, 15/08/2011
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Todas as pessoas se deslocando de bicicleta é uma boa solução, porém:
1. os espaços a serem vencidos são, muitas vezes, longos demais;
2. a grande maioria das pessoas não dispõem das condições físicas necessárias;
3. os riscos para quem tenta enfrentar o trânsito sobre uma bicicleta são extremos. Quem pretender se manter inteiro, deve evitar.
Considerando apenas o acima exposto, não seria preferível desenvolver campanhas objetivando:
1. conter o aumento populacional;
2. criar transportes públicos eficientes;
3. desestimular o acesso das pessoas à aquisição de veículos auto-motores, por exemplo, cobrando dez vezes mais impostos que os atuais.
Esse conjunto de medidas poderá ser eficiente.
Aqui em Porto Alegre está tendo um movimento forte para irmos de carro ao trabalho, porém o problema é a educação e a proteção que o motorista deveria ter com o ciclista. Falta respeito e penas mais severas em caso de atropelamento… é dever do maior proteger o menor, e ponto.
Mas estamos tentando fazer um mundo melhor, vamos ver se as pessoas correspondem !