Aquecimento do Ártico está liberando na atmosfera substâncias tóxicas ‘presas’ no gelo e na água gelada
Mais um problema do aquecimento global.
O aquecimento do Ártico está liberando na atmosfera substâncias químicas tóxicas que estavam presas no gelo e na água gelada, descobriram cientistas canadenses e noruegueses. Os pesquisadores avisam que a quantidade de material venenoso na região polar é desconhecida e sua liberação poderia “minar os esforços globais para reduzir a exposição ambiental e humana a eles”. Em O Globo, com informações adicionais do EcoDebate
De acordo com reportagem publicada no “Guardian”, os produtos químicos incluem os pesticidas DDT, lindano e clordano, assim como os bifenil policlorados (PCBs, na sigla em inglês) e o fungicida hexaclorobenzeno (HCB). Todos eles são conhecidos como poluentes orgânicos persistentes (POPs), proibidos pela Convenção de Estocolmo em 2004.
Os Pops podem causar canceres e má formação em fetos. Eles levam muito tempo para se degradarem. Nas últimas décadas, as baixas temperaturas do Ártico prenderam as substâncias em gelo e água resfriada. Mas cientistas no Canadá e na Noruega descobriram que o aquecimento global está liberando esses compostos novamente. O trabalho [Revolatilization of persistent organic pollutants in the Arctic induced by climate change] dos cientistas está publicado na “Nature Climate Change”.
Revolatilization of persistent organic pollutants in the Arctic induced by climate change
Nature Climate Change (2011) doi:10.1038/nclimate1167
Abstract
Persistent organic pollutants (POPs) are organic compounds produced by human activities that are resistant to environmental degradation. They include industrial chemicals, such as polychlorinated biphenyls, and pesticides, such as dichlorodiphenyltrichloroethane. Owing to their persistence in the environment, POPs are transported long distances in the atmosphere, accumulating in regions such as the Arctic, where low temperatures induce their deposition1, 2. Here the compounds accumulate in wildlife and humans, putting their health at risk1, 3, 4. The concentrations of many POPs have decreased in Arctic air over the past few decades owing to restrictions on their production and use. As the climate warms, however, POPs deposited in sinks such as water and ice are expected to revolatilize into the atmosphere5, and there is evidence that this process may have already begun for volatile compounds6. Here we show that many POPs, including those with lower volatilities, are being remobilized into the air from repositories in the Arctic region as a result of sea-ice retreat and rising temperatures. We analysed records of the concentrations of POPs in Arctic air since the early 1990s and compared the results with model simulations of the effect of climate change on their atmospheric abundances. Our results indicate that a wide range of POPs have been remobilized into the Arctic atmosphere over the past two decades as a result of climate change, confirming that Arctic warming could undermine global efforts to reduce environmental and human exposure to these toxic chemicals.
EcoDebate, 27/07/2011
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