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Brasil vai propor a fixação de metas globais para o desenvolvimento sustentável na Rio+20

O Brasil vai defender a fixação de metas globais para o desenvolvimento sustentável na Rio+20, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento sustentável. No encontro de chefes de Estado, que acontecerá no Rio de Janeiro, em maio e junho do ano que vem, o país vai propor um compromisso mundial para o cumprimento de um novo tipo de Metas do Milênio, só que ambientais.

As Metas do Milênio foram acordadas por todos os países-membros da ONU em 2000. Elas estabelecem oito objetivos a serem cumpridos até 2015 com o intuito de garantir melhores condições de vida à população global. Fazem parte das metas a erradicação da pobreza extrema, a promoção da igualdade entre os sexos e o combate à aids, por exemplo.

A proposta do Brasil é construir um novo pacto entre todos os chefes de Estado do mundo em 2012. Durante a Rio+20, diplomatas brasileiros vão negociar o estabelecimento de metas gerais de desenvolvimento sustentável que possam pautar políticas individuais relacionadas à geração de energia, hábitos de consumo e outros temas ligados à sustentabilidade.

A ideia desse novo pacto foi apresentada hoje (21) pelo embaixador André Aranha Corrêa do Lago, negociador brasileiro nas discussões sobre mudanças climáticas, em uma reunião preparatória da Rio+20, realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, a iniciativa do acordo surgiu na Colômbia e será levada à frente pelo Brasil, que presidirá a conferência.

“Essa é uma ideia de que nós gostamos muito, que vamos apoiar”, afirmou Corrêa Lago. “Depois, nós vamos negociar e ver que tipos de metas de desenvolvimento sustentável nós podemos desenvolver e também se há um acordo em torno disso.”

O embaixador disse que alguns países, além do Brasil e da Colômbia, já discutem a criação das metas de desenvolvimento sustentável. Ele explicou também que essas metas seriam um compromisso político, igual para todos os países e não seriam usadas para punir quem não as cumpre, mas como incentivo à sustentabilidade. As metas também não substituiriam os acordos internacionais para redução de emissão de gases causadores de efeito estufa e de combate às mudanças climáticas.

O embaixador admite, no entanto, que a proposta pode não avançar durante a conferência no Rio de Janeiro. “Alguns países temem que isso [as metas] seja um peso a mais.” Na esperança de que a proposta do estabelecimento de metas ambientais seja aprovada, Lago ressaltou que compromissos assim fazem com que governo, iniciativa privada e população trabalhem juntos para o desenvolvimento de uma economia verde.

O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que já foi negociador do Brasil nas conversas diplomáticas sobre mudanças climáticas, também acredita que não será uma tarefa simples estabelecer as metas de sustentabilidade. Ele, contudo, acredita que elas serão muito importantes para a definição de uma nova forma de desenvolvimento para o mundo. “Não é simples, nem fácil. Mas é possível”, disse. “Nós temos que ter metas globais, gerais, que deem uma direção à economia verde.”

Reportagem de Vinicius Konchinski, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 22/06/2011

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Alexa

One thought on “Brasil vai propor a fixação de metas globais para o desenvolvimento sustentável na Rio+20

  • Já não me merecem crédito irrestrito tais manifestações a nível político, seja nacional, seja internacional, quando falam de projetos de desenvolvimento sustentável compondo uma equação que inclui economias (negócios) e hegemonias.
    Já sei que tais eminências estão falando do desenvolvimento inercial de um modelo já vencido e que se mostrou incapaz de gerar igualdades, qualidades reais de vida e tudo o mais.
    Também é preciso que explicitem de que sustentabilidade estão falando já que querem a econômica e se escudam na ecológica. Os políticos, não só os daqui, mas de todas as nações, fazem parte de uma cultura que diz uma coisa pensando em outra. Os significados nem sempre são transparentes ou para valer. Estive no ECO-RIO 92, participamos, deixamos um posicionamento que continua válido até hoje. Estão compromissados apenas em conseguirem continuar com a exacerbada exploração dos recursos naturais de forma descompromissada com o equilíbrio ecológico e a preservação da natureza global. Querem “preservar” as riquezas dos outros preocupados por já terem dilapidado as suas e não mais as terem em seus territórios. Assim, contam com os celeiros dos outros para atender aos seus interesses e necessidades. Querem dominar as riquezas da terra onde quer que elas estejam e aplicam meios contraditórios para obterem a produção de alimentos e a disponibilidade de eletricidade de que necessitam. Produzem os lixos lá e os despejam aqui. Extinguem florestas milenares para criar bois ou para produzir cereais geneticamente modificados (OGM), especialmente a soja transgênica que visa a exportação para o trato alimentar de suínos, bovinos e aves. E nos cobram pesados “direitos de patente” de suas sementes “aleijadas” e dos “agrotóxicos” seletivos que as “protegem”.
    Pretendem a extinção dos produtos naturais com sua substituição pelos geneticamente modificados e geradores de domínio, lucros e dependências. Estamos a assistir as mudanças do Código Florestal justamente para atender tais objetivos do agro-negócio multinacional. A sustentabilidade que buscam é a de gordos orçamentos públicos para “servirem” faustosos negócios aos grupos dominantes, concentrando rendas a nível mundial e gerando enorme massa populacional dependente de “programas sociais” de distribuição de renda artificiosa e populista que granjeiam votos eleitorais à conquista do poder e da permanência nele. Não acredito no atual pensamento ambiental do país e do mundo: fração insignificante do problema a ser resolvido. O que não resolveram em Rio + 20 (anos) pretendem resolver em oito?
    Que tal destinar apenas 1/3 dos recursos que serão aplicados em Copa do Mundo e Olimpíadas, diretamente em sérias metas ambientais de uma ecologia profunda assim definida por Fritjof Capra? E para já? Futebol gera fortunas milionárias para pouquíssimos profissionais enquanto o povo precisa pagar academias para seus “exercícios físicos”. Nossa escala de valores e de prioridades não existe ou é fajuta! Que tal levar o povo a praticar, ele mesmo e não apenas alguns, a praticar o “mens sana in corpore sano” por via do esporte? Ponham as cartas na mesa…
    Hélcio Totino – Ativista ambiental – totinoh@hotmail.com – 24.06.11

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