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Nova Jersey, EUA: Energia solar desenvolvida em terrenos desocupados

Desde a recessão econômica, moradores e empresas têm procurado maneiras de usar terrenos que talvez não interessem mais aos desenvolvedores ou construtores de residências. Uma opção é construir “fazendas” de energia solar onde milhares de painéis solares transformam a energia do sol em eletricidade.
Desenvolvedores e empresas de serviços públicos têm um incentivo para fazer isso em Nova Jersey onde o mercado de Certificados de Energia Renovável Solar do Estado, juntamente com incentivos federais e locais, tornaram a energia solar rentável. Reportagem de Alison Gregor, The New York Times.

Painéis solares sobre armazéns e casas de subúrbio já são comuns, e algumas empresas também estão usando terrenos desocupados com o objetivo de construir pequenas fazendas solares para abastecê-las, disse Adam J. Zellner, presidente da Greener by Design, uma companhia de investimentos em energia e gestão ambiental em New Brunswick, Nova Jersey.

“Escritórios de empresas têm microfazendas, de aproximadamente 10 mil metros quadrados, que ficam ao lado do prédio”, ele disse. “São lugares adequados para que as pessoas que desenvolvem energia solar abasteçam diretamente essas empresas.”

Grandes fazendas foram propostas e criadas, incluindo uma que abriu em outubro de 2009, no Campus Livingston da Universidade Rutgers. A instalação solar de US$ 10 milhões e 1.400 quilowatts, com mais de 7.000 painéis solares em 2,8 hectares, está no lado menor do espectro de fazendas -algumas na Europa têm centenas de hectares-, mas a energia que produz é coletada para alimentar o campus.

A fazenda solar supre cerca de 11% da demanda de eletricidade do campus, reduzindo suas emissões de dióxido de carbono em 1.180 toneladas por ano, segundo a universidade. Mas onde a fazenda realmente começa a compensar é na coleta de Certificados de Energia Renovável Solar, uma espécie de crédito pelo uso de energia limpa, disse Zellner. A Rutgers pode, então, vender os certificados em um mercado popular entre empresas que querem evitar penalidades impostas pelo Estado às geradoras de energia poluente.

“Você pode ver que, até hoje, eles economizaram US$ 235,7 mil do gasto com eletricidade, mas ganharam certificados que podem vender por cerca de US$ 1,4 milhão”, disse Zellner.

Uma fazenda solar de 6.500 kW proposta para 14 hectares em um aterro sanitário em Stafford Township pode participar de um programa piloto do Conselho de Empresas de Serviços Públicos de Nova Jersey que permitiria ao desenvolvedor vender energia produzida para 216 apartamentos, disse Ed Walters, presidente do Walters Group, que está construindo os apartamentos.

Consistindo em 24,6 mil painéis, a fazenda solar vai levar cerca de dois anos para ficar pronta; a construção começou no início de maio. Além dos apartamentos, a fazenda vai abastecer nove edifícios do governo que ficam no local, uma loja já existente e 23,2 mil metros quadrados de novas lojas, disse Walters.

Ao construir a fazenda solar em um aterro sanitário, o Walters Group conseguiu evitar as críticas de alguns ambientalistas de que as fazendas solares destroem o pouco espaço aberto que resta em Nova Jersey, disse Walters. As objeções ambientais poderão ser um obstáculo para algumas fazendas solares, disse Zellner, da Greener by Design.

Vários projetos solares em escala de serviço público também foram retidos, pois produziriam uma voltagem superior à suportada pelas linhas de transmissão existentes, disse Lee A. Solomon, presidente do Conselho de Empresas Públicas de Nova Jersey.

Ele antecipou que a situação seria remediada por legislação. “Eu acho que isso vai acontecer, e eles poderão conectar a linhas maiores”, ele disse. “Isso deveria liberar parte do sistema para alguns desses projetos maiores.”

Reportagem do New York Times, na Folha de S.Paulo.

EcoDebate, 03/06/2011

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