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MCT anuncia novos instrumentos que vão auxiliar no combate ao desmatamento na Amazônia

Os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), via monitoramento por satélites, passam a ser informados online para reforçar o trabalho de fiscalização em campo, em especial, nas áreas embargadas.

Na apresentação dos dados do Deter (sistema baseado em monitoramento por satélites do Inpe), Mercadante informou que a pasta trabalha de forma integrada para fortalecer a operação dos órgãos ambientais, para o fornecimento de informações de qualidade e em tempo real, com foco nos municípios críticos.

Os dados foram apresentados pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Ministério do Ambiente. A avaliação, durante os meses de março e abril, indicou para o alerta de desmatamento de 593 km² na Amazônia. Deste total, 480 km² foram verificados no Mato Grosso, 67,2 Km² no Pará, 41,3 km² em Rondônia, 2,3 Km² no Acre, 1,1 Km² em Roraima e 0,9 Km² no Maranhão.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considerou a situação atípica depois de um longo período com registro de queda na taxa de desmatamento na região amazônica, com destaque para o estado mato-grossense, onde estão sendo utilizadas práticas legalmente proibidas (inclusive com o uso de correntes e tratores) e no período de chuva, quando as nuvens prejudicam a visualização.

“Os dados apresentados mostram 62% dos municípios com redução do desmatamento e 15% com aumento do desmatamento em áreas que tradicionalmente não tinha esse desmatamento”, frisou. Ela informou que o combate tem sido feito por meio de várias ações, com o deslocamento de mais agentes de fiscalização ao local, parceria da Polícia Federal, instalação de um gabinete de crise, avaliações, relatórios e reuniões semanais, além da cooperação com o Inpe e antecipação das atividades planejadas.

Na ocasião, Mercadante anunciou lançamentos de satélites para os próximos anos na intenção de tornar os dados fornecidos pelo Inpe ainda mais precisos. “Em 2012 vamos ver com cinco vezes mais eficiência do que já vemos” ressaltou. No total, estão previstos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão para a uma nova geração de satélites, com ganho para o monitoramento de florestas, nos próximos três anos: o satélite Cibers 3, em 2012, do Amazônia 1, em 2013 e do Cibers 4, em 2014.

“Esse trabalho conjunto vai trazer respostas bem rápidas e mais eficientes para podermos documentar o que aconteceu, sustentar juridicamente o Ministério Público e, ao mesmo tempo, melhorar a nossa política de prevenção com dados de qualidade em tempo real. E nós estamos trabalhando integralmente, mobilizados e juntos”, destacou Mercadante.

Sistema de alerta – Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo Deter.

Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.

Em operação desde 2004, o Deter é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados do Deter são enviados quase que diariamente ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas de alerta.

Como o Deter utiliza dados do sensor Modis do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, é possível detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema, devido à eventual cobertura de nuvens.

A menor resolução dos sensores usados pelo Deter é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Os números apontados pelo Deter são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes (www.obt.inpe.br/prodes), que trabalha com imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar também os pequenos desmatamentos.

A cada divulgação sobre o sistema de alerta Deter, o Inpe apresenta também um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados relativos ao Deter, são públicos e podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter

Fonte: MCT

EcoDebate, 20/05/2011

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