Cardápio dos brasileiros precisa mudar, afirma Ministério da Saúde
O Brasil dos anos 70 era um país bem diferente, mas o ritmo agitado e falta de tempo, até mesmo para cozinhar, da maioria dos brasileiros, acarretou em uma mudança drástica em seu padrão alimentar. O que antes era o prato típico com arroz, feijão, legume refogado, salada e um pouco de carne, peixe, frango ou ovo, tudo fresquinho, feito em casa, hoje deu lugar aos produtos industrializados, com alto teor de gordura e açúcar e aos produtos superprocessados ou “de conveniência”, congelados, pré-prontos e embalados em porções individuais. Quem poderia imaginar que, nestes 40 anos, um em cada dois brasileiros sofreria com o excesso de peso? Esta é a inédita estatística do Ministério da Saúde. Reportagem de Adelson Canudo – Redação Saúde Plena.
O estudo revelou que a cada ano, cresce em 1,5% o número de brasileiros acima do peso. E nesse panorama, os homens aparecem em maior número do que as mulheres. Tem mais homens fora de forma do que mulheres. E como resultado disso tem o aumento de casos de obesidade e de doenças relacionadas.
A pesquisa, realizada em 27 capitais, revela que hoje 52,1% da população masculina e 44,3% da feminina estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima do ideal.
Outros estudos também têm mostrado que a mudança nos hábitos já começa logo pela manhã: 84% dos brasileiros fazem o consumo apenas de pão francês com margarina ou manteiga e café e/ou leite. Entre os 16% que restam, boa parte não come nada até a hora do almoço. Apenas 0,2% fazem uma refeição mais saudável, com frutas e alimentos integrais e/ou orgânicos.
Além disso, apontam ainda que 83% dos entrevistados almoçam fora de casa e comem apenas arroz (branco) com feijão e carne. Saladas e demais vegetais quase não aparecem e que a preferência por doces feitos com açúcar refinado e laticínios gordurosos é de mais ou menos 85% dos indivíduos, enquanto as frutas são de 15%.
Todas estas mudanças nos hábitos mostram que a alimentação da população brasileira está ficando pobre em fibras, minerais e vitaminas, já que as suas principais fontes são frutas, hortaliças e cereais integrais e estes estão sendo pouco consumido, o que prejudica o bom funcionamento do organismo.
E se não bastasse, somente 14,7% dos brasileiros praticam atividades físicas com a regularidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que seria 30 minutos diários, cinco vezes por semana. Além disso, estudos mostram que o índice de sedentarismo em todo país chega a 16,4%, o que favorece ainda mais o aparecimento da obesidade.
Todos sabem o quanto é difícil evitar as tentações. Aquela saborosa picanha acompanhada de um chope bem gelado, um hambúrguer, uma porção de batatas fritas e, é claro, um delicioso milk shake. No entanto, é importante que estes alimentos não façam parte de nossos hábitos diários, mas também não é necessário que estes sejam totalmente eliminados. O ideal é que o consumo seja esporádico (no máximo uma vez por mês) e nunca em substituição a uma refeição principal (café da manha, almoço e jantar).
Portanto, para revertermos tal situação é importante que os que já estão com sobrepeso e obesidade adquira novos hábitos e mudem este quadro. Mas o ideal mesmo é trabalhar a educação alimentar de nossas crianças, para evitar o crescente aumento da obesidade. É importante que os pais tenham consciência desta situação e tomem medidas pensando em prevenir a obesidade infantil e tornar os seus filhos mais saudáveis, pois uma criança obesa, provavelmente será um adolescente infeliz e fatalmente um adulto doente.
EcoDebate, 17/03/2011
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Resolver o problema seria fácil – se houvesse boa vontade.
Regulamentar a merenda escolar adequando-a. Boa parte da população brasileira faz suas refeições na escola.
acrescentar um artigo no ECA capaz de responsabilizar pais de crianças obesas. Pediatras que receitam estimulantes de apetite e complexos vitamínicos com essa capacidade deveriam ser punidos. Esses medicamentos deveriam receber tarja preta e alerta na bula.
Regulamentar a propaganda de alimentos industrializados.
Simples assim.
Basta ter vontade de querer colocar a saúde da população acima dos interesses de alguns.
Com certeza falta um pouco de vontade. Mas…o pior é a falta de coragem em punir os que promovem a obesidade. São tantos interesses financeiros!!!. Que ta proibir a propaganda das guloseimas?? que tal investir em propagandas saudáveis??
E se melhorar o custo das frutas e legumes, não ajudaria também??
“Saúde acima do capital”