Mudanças Climáticas, artigo de Aroldo Cangussu
[EcoDebate] Após a ocorrência da tragédia que arrasou as cidades serranas do Rio de Janeiro, a discussão sobre as alterações do clima terrestre recrudesceram. A maior parte dos cientistas do mundo inteiro acredita que estamos passando, realmente, por um período perigoso de aumento do efeito estufa com as seguintes conseqüências: derretimento das geleiras e elevação do nível do mar e salinização, potencialização das secas e enchentes, desertificação, reaparecimento de doenças e eventos naturais de grandes proporções.
Mas, existe outra parcela considerável de cientistas que contestam estes fatos alegando que o fenômeno é cíclico e absolutamente natural. Há, inclusive, pesquisadores que contestam uma por uma as afirmações catastróficas de que o mundo estaria passando por uma fase terminal.
Quem estará com a verdade? Assistimos, interessados no assunto, angustiados essa discussão e aguardamos em vão uma palavra definitiva. Infelizmente, este é um assunto de extrema complexidade em que são envolvidos um conjunto enorme de fatores e dependente de análises rigorosíssimas e exatas.
Na minha opinião, uma coisa me parece perfeitamente detectável: o modelo de desenvolvimento estabelecido já não se sustenta mais no nosso planeta. O aumento desenfreado do consumo da nossa sociedade aponta para um futuro extremamente difícil. A exploração continuada dos recursos naturais, a produção exponencial de lixo, a emissão gigantesca de gases nocivos para a atmosfera e o crescimento desproporcional da população encaminham a humanidade para dias consideravelmente penosos.
É claro que o homem já deu demonstrações de que é capaz de se superar e enfrentar com êxito as suas dificuldades. Existem modernas técnicas de engenharia que suportam melhor o desafio de exploração mineral com sustentabilidade que proporcionam incrementos significativos nas jazidas. Os equipamentos emissores atmosféricos já conseguem ser mais limpos. O uso de carros elétricos é uma das possibilidades que se avizinham com o objetivo de melhorar o ar que respiramos e diminuir o lançamento de CO2. Com relação ao aumento desordenado da população mundial, alguns sinais estão sendo dados no sentido positivo: na maioria dos países, as mulheres estão tendo menos filhos que as suas antecessoras, o que pode ser auspicioso e a favor do planeta.
Precisamos ser cautelosos e não nos deixarmos levar por previsões apocalípticas, mas, deveremos agir com firmeza nas nossas atividades diárias e fazer o pouco que nos é possível para a preservação do meio ambiente, cuidando do lixo, economizando água e energia, andando mais a pé e sendo mais solidários.
* Aroldo Cangussu é engenheiro e ex-secretário de meio ambiente de Janaúba e diretor da ARC EMPREENDIMENTOS AMBIENTAIS LTDA.
EcoDebate, 04/02/2011
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