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Estudo da Embrapa Agroenergia irá impulsionar as pesquisas com etanol de 2a geração

Pesquisador da Embrapa Agroenergia, Hugo Molinari, participa do primeiro estudo na validação da família de genes na espécie da gramínea Brachypodium distachyon. A planta modelo que foi usada no estudo é de porte reduzido, fácil manejo, tem ciclo curto, protocolo eficiente de transformação genética e outras características que a tornam de interesse para estudos genéticos de plantas com valor econômico como trigo, arroz e centeio, milho e cana-de-açúcar.

No período de maio a novembro deste ano, o pesquisador esteve na Inglaterra, como um dos selecionados na primeira etapa do convênio entre a Embrapa e Instituições do Reino Unido para pesquisa em biocombustíveis de segunda geração. No Rothamsted Centre for Crop Genetic Improvement, Molinari desenvolveu estudos que relacionam a diminuição da formação de interligações de ácido ferúlico entre as xilanas (estruturas que ligam celuloses e a lignina), com o aumento da digestibilidade e a facilidade na separação dos componentes da parede celular das gramíneas.

“A partir dos experimentos realizados e da validação dos genes selecionados, espera-se construir uma planta com a parede celular diferenciada, o que poderá facilitar a produção do etanol de segunda geração, servindo, ainda como modelo para o capim elefante, cereais como trigo, cevada, aveia e especialmente para a cana-de-açúcar”, destaca Molinari. A proposta de trabalho desenvolvida pelo grupo de Rothamsted Centre vem complementar as estratégias que estão sendo desenvolvidas pela Embrapa Agroenergia, com cana-de-açúcar. A parceria permitiu, por meio de ferramentas biotecnológicas, gerar conhecimentos intermediários, promotores e genes-chave no processo de modificação da parede celular.

“Os testes da gramínea usada como planta modelo, ainda estão sendo validados”, reforça. “A proposta é que os trabalhos continuem no Brasil, em parceria com o Centro de Rothamsted, nos próximos dois anos”.

Para a Embrapa, a pesquisa realizada traz diversas oportunidades de compartilhamento de técnicas e conhecimentos vinculados a esta nova abordagem, os quais poderão ser incorporados às estratégias de manipulação da parede celular de espécies com importância econômica para o Brasil, como a cana-de-açúcar e os cereais já citados Além disso, “a oportunidade de intercâmbio permitirá ganho de conhecimento na área de feruloilação da parede celular de gramíneas, culturas para as quais a engenharia genética poderá aprimorar características de grande importância para o aproveitamento energético e para o aumento da digestibilidade e da conversão alimentar”, conclui Molinari.

Texto de Daniela Garcia Collares, da Embrapa Agroenergia, publicado pelo EcoDebate, 30/12/2010


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