CNPq viabiliza o repatriamento de dados históricos da Flora Brasileira
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico instituiu e apoia um conjunto de ações visando repatriar imagens e informações textuais de exsicatas da flora brasileira obtidas de coletas feitas por missões estrangeiras no Brasil desde o período colonial, a partir do século XVIII. Estas ações se materializaram a partir do momento em que duas importantes instituições – Royal Botanical Garden de Kew e Muséum National d´Histoire Naturalle de Paris – concordaram em permitir o acesso e a digitalização de materiais de suas imensas coleções.
Isto permitiu a estruturação de um projeto amplamente articulado e multiinstitucional denominado ” Plantas do Brasil: resgate histórico e herbário virtual para a conservação da flora brasileira – REFLORA “, cujo objetivo principal é resgatar e disponibilizar em herbário virtual para o Brasil e para o mundo, imagens e informações de materiais depositados nos mais importantes museus e coleções do exterior, além de promover a integração e disseminação do conhecimento resgatado e repatriado ao Brasil.
Trata-se de uma ação inédita de resgate e disponibilização de dados botânicos históricos, pois envolve diversos atores como Pesquisadores, Agencias Federais de Fomento, diferentes Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – FAPs e das empresas NATURA e VALE S.A., o que permitiu alocar R$ 21,3 milhões para despesas em custeio, bolsas e capital no país e no exterior. Destaca-se o forte envolvimento das FAPs (FAP-DF, FAPEAM, FAPEMIG, FAPERJ, FAPESB, FAPESC, FAPESP e Fundação Araucária), a participação da CAPES com a concessão de bolsas de formação, e de duas empresas inovadoras, de setores diferentes, comprometidas com o desenvolvimento científico e tecnológico do país. O projeto terá grande impacto na pesquisa botânica nacional, na formação de recursos humanos em taxonomia e facilitará a cooperação internacional entre pesquisadores e estudantes brasileiros e os mais destacados museus e coleções botânicas do mundo, incluindo outros além de Kew e MNHN, como vários da Europa e o Botanical Gardens dos EUA, todos centros de relevância na área.
O projeto é coordenado pelo CNPq e contará com a assessoria de um comitê técnico científico, formado por representantes dos diversos parceiros envolvidos. Para sua execução o REFLORA foi dividido em dois componentes: no primeiro componente serão financiadas duas ações complementares que envolvem diversas equipes de pesquisadores: um projeto coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ, que acessará as informações do RBG-Kew e MNHN- Paris e desenvolverá um herbário virtual naquela instituição. Nesta ação serão investidos R$ 12,3 milhões, contando com recursos federais e da FAPERJ, FAPEMIG, NATURA e da VALE S.A. como financiadoras. O Herbário Virtual a ser implementado permitirá ampla integração com outras bases de dados existentes e também a implantação de “espelhos” que facilitarão a disseminação e uso deste importante conhecimento até então só disponíveis nas instituições onde estão depositadas as amostras. Outro projeto complementar será desenvolvido sob a coordenação do INCT – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos em parceria com Centro de Referência em Informação Ambiental – CRIA. Este receberá aporte de R$ 2,0 milhões e terá como objetivo promover a ampliação, integração e disseminação dos dados e informações repatriadas. Este desenvolverá também ferramentas e plataformas informatizadas para a instalação de salas de visitas públicas que poderão ser alocadas em diversos pontos do país. A inclusão do INCT e do CRIA ao projeto REFLORA facilitará a integração dos dados repatriados aos acervos de 64 coleções botânicas do país que integram este INCT, disponibilizando para acesso livre e aberto na internet mais 2,6 milhões de registro. Ambos os projetos já foram contratados pelo CNPq.
O segundo componente representa o conjunto de atividades de pesquisa e de formação de recursos humanos que se integram e dão sustentação ao projeto REFLORA como um todo. Em resposta a edital específico lançado pelo CNPq, em parceria com a CAPES e FAPs, foram contratados 24 projetos coordenados por pesquisadores brasileiros de instituições de 10 Estados e cujas atividades incluem pesquisa científica e formação de RH no país e no exterior. Estes projetos receberão o aporte total de R$ 7,0 milhões em custeio, capital e bolsas. Destaca-se que a execução destes projetos permitirá um intenso intercâmbio científico entre pesquisadores brasileiros e do exterior, além da formação de taxonomistas de alta qualidade.
Compromissos para financiamento de despesas no exterior já foram acertados entre os financiadores brasileiros NATURA, Vale S.A. e FAPEMIG e o CNPq e proximamente serão formalizados contratos específicos entre estes financiadores e as instituições estrangeiras onde as despesas serão realizadas. A Assessoria de Cooperação Internacional do CNPq se encarregará das providências necessárias para a efetivação destas parcerias.
O conjunto de atividades do REFLORA será avaliado e acompanhado por um comitê técnico e científico já instituído, e que deverá se reunir novamente no início de 2011, para discutir o detalhamento do plano de atividades a ser desenvolvido entre as instituições do país e do exterior, em consonância com as finalidades e obrigações estabelecidas nas parcerias. Destaca-se neste plano de trabalho a definição do cronograma de envio de pesquisadores e estudantes brasileiros a Kew e Paris conforme as possibilidades destes.
Fonte: Assessoria de Comunicação do CNPq
EcoDebate, 22/12/2010
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