Urbanização elevou de 2 a 4 ºC a temperatura em São Paulo, diz pesquisador
A temperatura da cidade de São Paulo aumentou de 2 a 4ºC nos últimos 30 anos. A elevação da temperatura, apontada pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre, é atribuída à ocupação desordenada da cidade que pode ser percebida principalmente nas áreas mais urbanizadas, onde se formam as chamadas “ilhas de calor”.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (8) durante a 11º Conferência das Cidades, na Câmara. Segundo Nobre, até o final do século, a temperatura na capital paulista pode subir outros 3ºC em virtude do aquecimento global. Ele acrescentou que, mesmo se o processo de urbanização da cidade pudesse ser interrompido, o aquecimento previsto até 2100 não seria evitado.
“Não precisamos esperar 100 anos para conhecer os efeitos do aquecimento global sobre as cidades, São Paulo já sente esses reflexos”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, a capital paulista já sofre com um período de estiagem mais prolongado, chuvas mais intensas, que causam inundações, e até mesmo aumento da incidência de raios.
Na avaliação da professora da Universidade Federal de Maringá e coordenadora do Observatório das Metrópoles, Ana Lúcia Rodrigues, além dos riscos ambientais, o adensamento das grandes cidades está gerando metrópoles sem coesão e planejamento. “Os próprios cidadãos resolvem os problemas de mobilidade e de moradia. Daí surgem favelas e ocupações irregulares”, explicou.
Ana Lúcia defendeu a adoção urgente de políticas capazes de solucionar o problema da ocupação das cidades e destacou que o Brasil passa por um momento bastante oportuno para o planejamento urbano. “Estamos passando por uma transição demográfica, em que a demanda por serviços e moradias nas cidades tende a se estabilizar”, comentou.
Carinhanha
Mesmo sem as pressões dos grandes centros urbanos, pequenos municípios no interior do País também enfrentam dificuldades para lidar com crescimento sustentável, segundo a prefeita de Carinhanha (BA), Chica do PT. Na Conferência, Chica expôs o desafio da cidade que governa para preservar o rio que leva o mesmo nome da cidade. Segundo ela, para que as margens do rio Carinhanha não fossem ocupadas, já foi preciso enfrentar empresários e até o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Nossa cidade foi construída sem planejamento. As casas deram as costas para o rio e despejaram seus dejetos nele. O desafio é usar o rio como fator de atração, voltar as casas para ele. Acredito que a única saída é educar, pois não penso que seja possível mudar as pessoas apenas com leis”, afirmou.
O professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC/RJ) e jornalista André Trigueiro lembrou que não é possível idealizar propostas que se apliquem por igual e tenham o mesmo efeito em todas as cidades. Segundo ele, os problemas são locais e as respontas também precisam ser específicas. “O primeiro degrau é o planejamento. Não se pode chamar algo que sai do improviso de solução”, afirmou. Trigueiro criticou ainda a descontinuidade de projetos bons por mudanças na administração.
População urbana
O segundo vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado Cassio Taniguchi (DEM-PR), explicou que a preocupação ambiental se transfere para as cidades cada vez mais porque grande parte da população mundial está se tornando urbana. Por isso, o tema precisa ser enfrentado. “No Brasil, 85% da população mora nas cidades. As cidades, segundo a ONU, são responsáveis por 75% do consumo de energia e bens e responsáveis por 80% das emissões de carbono, ou seja, causam aquecimento global”, disse.
A 11ª Conferência das Cidades, iniciada ontem e que será encerrada na tarde desta quarta-feira, é promovida pela Comissão de Desenvolvimento Urbano. O tema da conferência neste ano é “O futuro das cidades no novo contexto socioambiental”.
Reportagem de Rachel Librelon, da Agência Câmara, publicada pelo EcoDebate, 10/12/2010
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Parece que os pesquisadores do Inpe não têm muita noção do que vem a ser uma ilha de calor. Se a notícia está correta “Segundo Nobre, até o final do século, a temperatura na capital paulista pode subir outros 3ºC em virtude do aquecimento global.” o senhor Carlos Nobre está dizendo uma bobagem. Ilha de calor não tem nada a haver com aquecimento global, muito ao contrário, ignorar a existência de ilhas de calor, coisa que os adeptos do AGA (Aquecimento Global Antropogênico) fazem, superestima suas avaliações da temperatura da Terra resultando em modelos falsos.
Uma ilha de calor é resultado da urbanização de qualquer cidade, há uma impermeabilização do solo, diminui-se a evapotranspiração e aumenta-se a temperatura do solo devido a estes fatores e influência de revestimentos asfálticos.
Em resumo, não é produto de aquecimento global coisa nenhuma, há um aumento localizado da temperatura devido variações de condições de reflexão, infiltração e evaporação. É a mesma coisa de ter um carro preto estacionado no sol e um branco, um ficará bem mais quente do que o outro.
Até quando vamos escutar estas besteiras e todos não vão questioná-las. Uma coisa é micro-clima, outra coisa é clima global, parece que se utiliza a ignorância das pessoas para fazer a sua propaganda.