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Saiba Mais: Geologia e Meio Ambiente, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] A geologia constitui o meio físico no qual ocorre a vida. Engloba todo estudo de tectônica de placas ou deriva continental e a partir disto, o estudo das rochas também. Existem 3 grupos fundamentais de rochas na natureza: rochas ígneas ou magmáticas, rochas sedimentares e rochas metamórficas.

As rochas ígneas formam-se a partir do resfriamento e cristalização dos magmas, que são fusões de rochas, que ocorrem na base da crosta terrestre ou no topo do manto (usando uma analogia com o ovo, na base da casca ou na parte superior da clara do ovo). Este processo pode ocorrer em profundidade, quando as rochas se denominam plutônicas ou em superfície, quando as rochas se denominam vulcânicas.

O resfriamento dos magmas em profundidade, originando rochas plutônicas ocorre em milhões de anos e produz rochas com granulação grosseira, uma vez que os elementos químicos da tabela periódica podem buscar pares com maior afinidade de tamanho de raio iônico ou eletronegatividade. Os exemplos mais comuns são o granito e o gabro.

Ao contrário, o resfriamento em superfície, através dos magmas que tem pressão suficiente para romper com os materiais superiores e atingir o espaço subaéreo produz rochas de granulação fina, pois os elementos químicos não tem tempo para buscarem pares afins, sofrendo rápido resfriamento. Estas rochas apresentam ainda planos de quebramento ou descontinuidades físicas, representadas pelas diáclases, que são quebramentos devidos ao choque térmico produzido pelo resfriamento dos magmas. É como pegar um motor quente de automóvel e jogar um balde de água fria, o bloco do motor racha todo. Os exemplos mais comuns destas rochas são os basaltos e riolitos.

Existem ainda as rochas ígneas intermediárias, que sofrem resfriamento na porção média da crosta terrestre, e exibem características mistas. Como exemplo, são citados os diabásios.

As rochas sedimentares são a transformação dos sedimentos acumulados em rios, mares, lagoas e dunas através do processo de diagênese em rochas sedimentares.
Diagênese é o conjunto de transformações físico químicas que transforma sedimentos em rochas sedimentares, possibilitado pelo soterramento de materiais que eleva a temperatura e a pressão.

Existem rochas sedimentares resultantes da diagênese de materiais de granulação fina, denominadas pelíticas, como argilito, siltitos e folhelhos e rochas sedimentares de granulação grosseira, denominadas psamíticas, como arenitos e conglomerados. As rochas sedimentares de natureza química, precipitadas em corpos de água e depois diagenizadas, são os calcáreos, radiolaritos e diatomáceas (formados por esqueletos de animais já mortos e restos calcáreos ou silicosos de conchas).

Por último, existem as rochas metamórficas que são materiais de transformação das outras rochas em ambientes de elevada pressão e temperatura, patrocinados pela tectônica de placas nas margens destrutivas, de consumo ou de subducção.

As rochas metamórficas desenvolvem deformações dos materiais para compensar os aumentos de temperatura e as elevações direcionais de pressão. Estas deformações produzem estruturas planares nas direções de menor pressão, que são denominadas xistosidades nas rochas de baixo grau e bandeamentos nas rochas de alto grau.

As rochas de baixo grau recebem este nome porque as transformações metamórficas ocorrem em nível epicrustal, com menor profundidade, como nos xistos, filitos e ardósias.

As rochas de alto grau são transformadas em níveis crustais médios ou profundos, e os exemplos são os gnaisses, migmatitos e mármores.

Existem ainda rochas metamórficas denominadas cataclásticas que se desenvolvem no interior das zonas de falhamentos ou quebramentos, quando os fenômenos ocorrem. São os quartzos de falha, brechas e os milonitos.

De acordo com sua natureza genética e em função de sua formação e desenvolvimento, as rochas produzem características próprias que afetam os modelos ambientais de interação com os meios biológico e antrópico, e esta é a importância de seu estudo e conhecimento.

Por exemplo, rochas porosas são inadequadas para instalação de cemitérios, porque o chorume necrófilo pode contaminar as águas que são utilizadas pela população. E assim ocorrem diversas restrições e necessidades de estudos.

Roberto Naime, colunista do Portal EcoDebate, é Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS.

EcoDebate, 10/12/2010


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