CSN: Derramamento de carvão e minério de ferro no Rio Paraíba do Sul está controlado
O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, garantiu ontem (29) que não há mais nenhum risco de contaminação ou falta de abastecimento de água na região sul fluminense em função de um vazamento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na manhã do último sábado (27). O derramamento de carvão e minério de ferro, no Rio Paraíba do Sul, ocorreu pela Estação de Tratamento de Efluentes do Alto Forno 2 da CSN, em Volta Redonda, e já foi contido.
A CSN pode ser multada em até R$ 50 milhões. O valor será estipulado com base no relatório do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Victer espera que a penalidade à CSN seja exemplar, pois esse tipo de acidente tem ocorrido com frequência na empresa.
“Fizemos o trabalho de monitoramento da mancha. Conseguimos preservar a qualidade de água nos municípios de Pinheral e Barra do Piraí, e depois fizemos uma operação arriscada, mas que já temos experiência, de evitar a transposição dessa água para a captação do sistema Guandu. Deixamos quase oito horas o sistema de transposição da Light desligado, a mancha passou, está descendo o Rio Paraíba do Sul. É lamentável que esse tipo de acidente volte a acontecer”, disse.
De acordo com o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino, o vazamento pode ser considerado de médio para grande porte. “A CSN é tratada pelo Inea como um grande passivo ambiental. É uma indústria implantada na década de 50, portanto com tecnologias obsoletas hoje e de difícil tratamento. Ela foi alvo de ajustamento de conduta no ano 2000, ainda com a antiga Feema, e há um mês foi alvo de uma nova assinatura de ajustamento de conduta. Inclusive, essa unidade que teve esse vazamento está dentro”, destacou.
Firmino afirmou que o conselho diretor do Inea iria se reunir ontem (29), mas que as penalidades dependem do relatório que deve sair ainda nesta semana, com as análises dos laboratórios que estão sendo feitas para comprovar a abrangência do crime ambiental.
A Companhia Siderúrgica Nacional informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o vazamento foi contido três horas depois de ser detectado na manhã do último sábado. Segundo a companhia, a origem do problema foi uma fissura do tanque de efluentes da Estação de Tratamento do Alto Forno 2. A siderúrgica ainda informou que assim que detectou o problema acionou os órgãos ambientais. “Nossa visão é de que esse vazamento não foi um problema de grandes proporções”, informou a empresa.
Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 30/11/2010
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