FAO: Países mais pobres vão pagar 11% a mais por alimentos
Previsão feita em relatório da FAO, divulgado nesta quarta-feira, alerta para ‘tempos mais duros’, apenas dois anos depois da crise alimentar mundial; agência espera fortes baixas nos estoques de milho, cevada e trigo.
A conta paga pela importação de alimentos no mundo deve ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão, equivalentes a R$ 1,7 trilhão até o fim deste ano. O motivo é uma alta drástica no preço da maioria das commodities em 2009.
A informação foi divulgada, nesta quarta-feira, em Roma, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
Renda Baixa
No relatório “Panorama do Alimento”, a agência também alertou a comunidade internacional a se preparar para ‘tempos mais duros’ caso a produção de itens básicos da cesta de alimentação não aumente no próximo ano.
Segundo a FAO, os países mais pobres terão que pagar 11% a mais para importar alimentos. Este valor quase dobra para os países de renda baixa e com problemas de segurança alimentar.
Ao ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão, a conta de importação de comida atingirá um nível jamais visto desde a crise alimentar mundial, em 2008.
Novos Choques
A agência da ONU disse que com este quadro de pressão, o mundo terá que permanecer vigilante e preparado a respeito de novos choques em 2011. As más condições do tempo foram apontadas como um dos fatores agravantes.
Apesar de previsões favoráveis, a produção mundial de cereais deve se contrair em 2% e não se expandir em mais de 1% como foi anunciado.
Cevada, Milho e Trigo
O estoque global de cereais também cairá bastante. Segundo o relatório da FAO, deverá haver uma contração de 7% em media. A agência pediu que os inventários de alimentos sejam reabastecidos. A previsão é de queda de 35% para a cevada, 12% para o milho e 10% para o trigo.
Apenas o arroz deve subir, cerca de 6%.
Sem Alternativa
A FAO afirmou que os consumidores não terão outra alternativa a não ser pagar mais pelos alimentos. Um outro fator para o aumento dos preços, em meses recentes, foi a volatidade no mercado do acúçar, que atingiu picos recordes dos últimos 30 anos.
Peixe
No setor da oleaginosas, os preços continuam relativamente baixos.
Já a carne está mais cara. Na área de leites e derivados, o preço da manteiga bateu novos recordes. O preço da mandioca também subiu.
Por último, o pescado registrou ganhos demonstrando uma boa recuperação após a queda nos preços no fim de 2008.
Reportagem de Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York, publicada pelo EcoDebate, 18/11/2010
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