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UE cobra de Estados-membros cronograma para depósitos permanentes de lixo radioativo

Contêineres com lixo altamente radioativo no depósito provisório de Gorleben
Contêineres com lixo altamente radioativo no depósito provisório de Gorleben, Alemanha

Diretriz da UE prevê que Estados-membros apresentem cronogramas para construção de depósitos residuais de usinas e outras instalações nucleares. Comissário europeu Oettinger apresentou projeto de lei em Bruxelas.

O comissário da União Europeia (UE) para assuntos de Energia, o alemão Günther Oettinger, quer que os países do bloco se comprometam a uma solução definitiva para a eliminação do lixo nuclear.

Para tal, ele se apoia em uma nova diretriz da UE que prevê, até 2015, a apresentação de um cronograma detalhado e vinculativo sobre a construção de depósitos permanentes para os dejetos nucleares provenientes de usinas, hospitais e estabelecimentos de pesquisa.

Os Estados-membros têm liberdade de decidir onde e até quando os depósitos serão construídos. No entanto um cronograma é uma forma de exercer a pressão necessária para que essa tarefa mais do que urgente seja finalmente posta em prática, comentou Oettinger nesta quarta-feira (03/11), ao apresentar um respectivo projeto de lei em Bruxelas.

Exportação de lixo e custos dos transportes

Embora a primeira usina termonuclear europeia tenha entrado em funcionamento há 50 anos, no Reino Unido, o continente não dispõe até hoje de depósitos permanentes para o lixo nuclear.

Até agora, somente a França, Suécia e Finlândia têm planos concretos para a entrada em operação de depósitos definitivos até 2025. A Alemanha, Reino Unido e Bélgica também fazem grandes progressos, constatou a Comissão Europeia.

No entanto, atualmente, os 7 mil metros cúbicos de resíduos altamente radioativos provenientes, a cada ano, das 143 usinas de países-membros da UE são depositados em instalações provisórias.

Essas, porém, não são suficientemente equipadas contra perigos como terremotos ou quedas de aviões. A Comissão Europeia considera os depósitos geológicos a grande profundidade como a única opção.

Transparência e padrões de segurança

Oettinger informou que a UE quer proibir ainda a prática de exportar o lixo para países fora da Comunidade Europeia. Pois, de outro modo, é grande o perigo de que os dejetos radioativos acabem em terceiros Estados, onde não há transparência e os padrões de segurança são menos abrangentes.

As operadoras de energia nuclear deverão arcar com o financiamento dos transportes até os depósitos finais. A Comissão da UE calcula que esses gastos perfaçam de 3% a 4% do custo total de produção da energia, ou 0,14 a 0,16 centavo de euro por kilowatt/hora. Um cofinanciamento estatal só pode ser cogitado em caráter complementar, antecipou Oettinger.

AV/rtr/afp
Revisão: Carlos Albuquerque

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW-WORLD.DE, publicada pelo EcoDebate, 16/11/2010

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