Transformando a crise em oportunidade, artigo de Paulo Ancona Lopez
[EcoDebate] A crise financeira existe e está aí. Causando mais ou menos estragos em nosso país, vai deixar sem dúvida uma saudade dos tempos de crescimento acelerado e de oportunidades crescentes de negócios, pelo aumento do poder de compra da população e o crescimento das empresas. Estas mesmas empresas devem agora saber se adequar a estes novos tempos, mesmo torcendo para que rapidamente retornemos a patamares de uma economia em forte aceleração, mas só torcer não resolve.
Velejadores sabem que quando o vento é forte demais, o ideal é baixar as velas e deixar passar a tempestade, para depois retomar o curso. É isso que as empresas devem fazer, com a diferença que não devem simplesmente assistir inertes ao vendaval que passa. Existem tarefas que podem ser feitas enquanto dura a tempestade e elas dizem respeito, principalmente à readequação de sua estrutura e à capacitação de seu pessoal, para que saibam caçar as velas no momento certo e saiam desta viagem, mais fortes e capazes, pois a empresa vai precisar deles assim.
Vale e pena aproveitar este momento para rever os processos, readequá-los aos aspectos de mercado e demanda e principalmente montar equipes que consigam ver de forma mais estratégica, agir de forma mais ágil e flexível e que, principalmente, consigam manter um olhar atento ao mercado, concorrentes, reação dos consumidores, tendências e novas soluções. A partir daí fica mais fácil, inclusive, readequar o tamanho dessas equipes e seus perfis, permitindo reduções de custo e despesas, além da otimização dos serviços e produtos.
Este é, portanto, o momento de, com as velas recolhidas, investir uma parcela do que foi ganho nos anos que se passaram. Não existe melhor investimento neste momento do que pensar na capacitação do pessoal através de treinamentos específicos, montados a partir da realidade da empresa e seu mercado. Um bom programa neste sentido deve começar pela discussão estratégica do momento, análise de campo junto às equipes comerciais, levantamento dos aspectos que podem ser otimizados ou mudados, ou seja, um programa de capacitação de alto nível se inicia pelo reestudo dos processos e não pela confirmação do que foi feito até hoje, através de “treinamentos de prateleira” uma vez que o cenário é outro e pode ser único e diferente para cada empresa.
Ao investir num programa que alie revisão de processos com capacitação nas novas atitudes e procedimentos, a empresa estará também provocando uma sinergia muito grande entre as equipes e obrigando-as a repensar e encontrar novas soluções em conjunto, que devem ser formatadas e retransmitidas a toda a estrutura.
Se encolher é ficar no corner esperando o golpe que vai colocá-las a nocaute não é de forma alguma solução que deva ser pensada.
Este é momento de união de forças, de novas estratégias e de trabalho conjunto. É uma rara oportunidade que as empresas têm de aprender a competir e amadurecer através das pessoas, uma vez que passado o vendaval todos estarão preocupados com a rotina e se terá perdido esta oportunidade.
*Paulo Ancona Lopez é sócio diretor da Vecchi Ancona Estratégia e Gestão
** Colaboração de Ticiane Araújo para o EcoDebate, 09/11/2010
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