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Organizações sociais e várias partes do mundo preparam mobilizações para COP16, Cancún

COP 16

Entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro, Cancun, no México, se transformará no centro das atenções por ocasião da 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Durante esses dias, organizações e movimentos sociais de várias partes do mundo aproveitarão a oportunidade para demandar verdadeiras soluções para a crise climática.

Com o título “Desde Copenhague e Cochabamba a Cancun e mais além: por Justiça Climática e soluções reais”, dezenas de redes sociais convocam organizações, campanhas e movimentos a formarem um Comitê Internacional de coordenação e preparação das atividades paralelas à COP 16. Para aderir ao chamado, as entidades interessadas devem enviar assinaturas para secretaria@asc-hsa.net . Reportagem de Karol Assunção, da Adital, Agência de Informação Frei Tito para América Latina.

A ideia é realizar ações no marco da COP 16 em Cancun e em outros lugares como forma de pressionar os líderes mundiais por soluções reais diante da mudança do clima. “Para fazer frente à grave crise climática global, é necessário levar a cabo mudanças de fundo e abandonar as falsas soluções que agravam o problema, pondo os direitos dos povos e a natureza no centro do debate”, consideram.

Para as organizações que firmam a convocatória, solucionar a crise climática significa mudar o atual sistema de produção e consumo, o qual é baseado na exploração, na exclusão e na injustiça. No lugar desse modelo, acreditam que é importante incentivar novos modos de vida, fundamentados na justiça social, climática e ambiental.

A intenção das organizações é realizar atividades em rechaço às falsas estratégias de combate à crise climática promovidas por transnacionais, governos de países industrializados e bancos internacionais. São consideradas “falsas soluções” para crise climática: mercados de carbono, energia nuclear, captura e armazenamento de carbono, “mecanismos de desenvolvimento limpo”, projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), entre outras.

“Para nós, as soluções reais frente ao aquecimento global passam por conseguir uma redução efetiva nas emissões de gases de efeito estufa e pelo ressarcimento da dívida climática que o Norte industrializado acumulou com o Sul. As soluções reais são a justiça e a autodeterminação dos povos, a soberania alimentar, a recuperação de territórios, a reforma agrária, a agricultura camponesa e a integração e a solidariedade entre os povos”, destacam.

Atividades

Apesar de a COP 16 só começar no final de novembro, mobilizações mundiais já acontecem desde o início deste mês. Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, “Banco Mundial fora do clima”, Semana de Ação Global contra a Dívida e as Instituições Financeiras Internacionais, Minga Global em Defesa da Mãe Terra e Justiça Climática-Ambiental foram apenas algumas ações que aconteceram até agora.

Nos próximos dias 11 e 12 de novembro, as organizações aproveitarão a Reunião do G20, em Seul, na Coreia do Sul, para também alertar as autoridades e as populações para a questão climática. As atividades servirão ainda de ponte para as mobilizações e reivindicações que irão “de Seul a Cancun”.

Da Coreia do Sul, as ações seguirão até o México, com fóruns, debates e atos na COP 16. Uma grande mobilização mundial já está marcada para o 29 de novembro, primeiro dia do evento. Organizações sociais promoverão – paralelo à Conferência – uma Audiência do Tribunal Internacional dos Povos sobre Dívida Ecológica e Justiça Climática com o objetivo de lavrar uma ata de acusação sobre os crimes climáticos e ambientais.

EcoDebate, 19/10/2010

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