Os maus jardineiros, artigo de Gilberto Barros Lima
[EcoDebate] Nem todos vivenciaram os anos de chumbo, período em que a ditadura militar comandou o Brasil com linha dura e controlou severamente os mais variados meios de comunicação. Atualmente desfrutamos o sabor da democracia e da liberdade, somos privilegiados pela Constituição e donos do próprio nariz.
Embora haja a democracia, nem tudo parece ser um belo jardim, as razões são tantas para enumerá-las.
De que nos adianta tornarmos cegos, surdos e ignorantes nesse momento decisivo do processo eleitoral. Diante de nossa assumida omissão e desconhecimento pelos candidatos aos cargos mais importantes da política, somos co-responsáveis pela desordem, a corrupção, a ineficiência e muitos outros agravantes para toda a sociedade.
[Leia na íntegra]Nesse contexto permanente somos realmente os maus jardineiros porque não sabemos plantar boas sementes, não selecionamos aquilo que é de melhor, não colhemos as lindas flores, não desfrutamos o valor do nosso trabalho e continuamos amargando o paladar da derrota de nossas próprias ações.
Por sua vez para não permitir a concepção de novos erros, talvez tenhamos que atravessar muitos desertos, cruzar muitas estradas, explorar novos caminhos e lutar por muitos objetivos.
Quem sabe essa deformação decorre de nossas próprias responsabilidades.
Deste modo, também podemos reverter o quadro como aprendermos a plantar boas sementes numa terra mais fértil, assim no tempo certo colheremos as flores que tanto embelezam e modifiquem esse cenário horripilante no qual os mais espertos dominam nossa humilde existência.
Uma frase jornalística nos exorta quanto a nossa omissão no processo eleitoral, afirmando que nossa errônea atitude é uma mistura nefasta: de um lado a patifaria e de outro a alienação.
Depende muito do voto a transformação que almejamos, por mais que tenha sido demorada a mudança, não existe outra forma para que façamos a diferença e com isso a política seja realmente comandada pela verdade e a ética dos nossos representantes.
Não sejamos maus jardineiros, retiremos da terra as ervas daninhas, as pragas que dominam, a sujeira que impede a beleza, mas sejamos atentos ao que plantarmos, verificando a qualidade das sementes, observando o desenvolvimento, podando aquilo que nos prejudica e finalmente colhendo a beleza inserida no jardim de nossas vidas.
Não esqueçamos que estão em jogo muitos valores essenciais, não sejamos omissos aos nossos deveres, não sejamos inúteis para usufruir nossos direitos.
É uma grande oportunidade para fazer o exame de consciência com o ditado socrático: Conheça-te a ti mesmo. Aprimorar o conhecimento à política é um aspecto a ser levado a sério por toda a sociedade, para o bem do País e de tudo que significa fundamental para cada brasileiro.
No afã dessa realidade, esse é o nosso problema maior, a conscientização política, pois na vida tudo passa, mas um dia devemos abandonar a condição de maus jardineiros.
Bacharel em Relações Internacionais (IBES-SC), Pós-graduado em Gestão de Negócios Internacionais (ICPG-SC) e Metodologia da Pesquisa e do Ensino Superior (IBES-SC) e Professor Universitário. E-mail: gbarroslima{at}yahoo.com.br
EcoDebate, 01/10/2010
[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta clicar no LINK e preencher o formulário de inscrição. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Fechado para comentários.