Eleições 2010: Os riscos da irresponsabilidade eleitoral, artigo de Pedro Luiz Teixeira de Camargo
[EcoDebate] Quando se olha para as eleições deste ano, especialmente nas de deputados vemos uma séria de artistas, ex-artistas ou mesmo ex-famosos tentando vaga seja na assembléia legislativa de diversos estados seja na câmara federal.
Exemplos disso são alguns personagens de televisão como Tiririca, Ronaldo Esper, Mulher-Pera, Tati Quebra Barraco e Batoré serem candidatos, tanto faz se para deputado estadual ou para deputado federal.
Nada contra as pessoas serem candidatas a cargos públicos, afinal vivemos em uma democracia, mas estas pessoas realmente estão preparadas para nos representar?
[Leia na íntegra]Será que os cidadãos precisam de indivíduos sérios comprometidos com a votação e criação de leis ou precisa de pessoas gritando “Ah, pára oh” ou cantando Funk nos microfones do legislativo?
Evidentemente que dentre estas, podem ter pessoas comprometidas, mas o eleitor não está votando nestas pessoas, está votando em personagens que não mostram o que realmente a pessoa por trás pensa, deixando sem entender quais bandeiras serão defendidas por este ou esta cidadã em caso de vitória eleitoral.
Esta eleição tem mostrado mais uma vez o quão está despreparado o eleitor, pois quando estas pessoas se apresentam como candidatas e nas pesquisas eleitorais vêem-se votações expressivas como no caso de Tiririca, pode-se chegar a pensar que cada povo tem o governo que merece.
Porém não se pode esquecer que muitos destes votos são votos de protesto, votos de desesperança, votos de quem já se cansou de tentar mudar nosso país.
O grande problema que acontece é que quando as pessoas sérias deixam de lutar, abre-se um vazio para aquelas que não têm comprometimento ocuparem este espaço, fazendo com que toda uma nação pague o preço da irresponsabilidade de alguns.
Votar perpassa por ler as propostas dos candidatos, estudar o passado dos mesmos, ver se estes fazem ou não parte do rol de fichas –sujas e, principalmente, em caso de vitória, verificar se estes candidatos vão lutar por bandeiras que tenham a ver com o que o eleitor acredita ser correto, pois em caso negativo, este ou esta deputada não podem receber de volta o voto em caso de reeleição.
Está na hora de todos pensarmos com mais seriedade no futuro de nosso país, pois em caso contrário, serão quatro anos de arrependimento, ou como diria Churchill, de “sangue, suor e lágrimas”.
Pedro Luiz Teixeira de Camargo é Biólogo, Professor de Ciências/Biologia e atualmente cursa Especialização em Educação Tutorial à Distância na UFF/RJ.
EcoDebate, 23/09/2010
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Concordo plenamente com a afirmação de que as pessoas citadas (artistas, ex-artistas, etc) ao partirem para uma candidatura sem qualquer preparo, travestidas de seus personagens, prejudicam o processo eleitoral e não contribuem para a evolução da democracia.
Entretanto, é importantíssimo frisar que a responsabilidade primeira por uma eventual eleição destas pessoas DEFINITIVAMENTE NÃO É DO ELEITOR. Esta responsabilidade é dos partidos que permitem que essas pessoas se abriguem sob suas legendas para conseguir seu intento.
Como os partidos políticos não tomam providências para que esta situação não ocorra, temos o direito de supor que tal fato se dá porque somente interessa a essas agremiações políticas a quantidade de votos que os ditos famosos podem angariar para a legenda. Não há qualquer preocupação efetiva com a já citada evolução da democracia. É lamentável.