Cura Sustentável, artigo de Américo Canhoto
Dr. Américo Canhoto
[EcoDebate] O conceito de sustentável, segundo criaturas tão pouco pensantes quanto nós – é um dos maiores engodos á continuidade; não da vida no planeta; pois que, ela é eterna; mas, de nossa identidade cósmica.
Para consumo da mídia de última hora: sustentável é o que se pode sustentar, mantendo-se constante ou estável por um longo período – Mas, o que é um longo período? Sustentar o que? Sustentar quem? Sustentar que valores? Até quando?
O conceito de sustentabilidade é um engodo baseado em valores pouco confiáveis da atualidade – Como suprir as necessidades de consumir a tudo e a todos deixando algo para as próximas gerações?
A cura oferecida pela medicina da atualidade espelha bem a questão da sustentabilidade – tomar um remédio até o fim da existência é cura sustentável? – Até quando as inevitáveis recaídas são problemas administráveis? – E o efeito rebote que surge cada vez mais cedo?
Seja nas doenças pessoais, da sociedade e do ambiente planetário: Há tempo para adoecer e tempo para se curar: A medicina deve intervir nos sintomas apenas até que o organismo tenha tempo de curar a si mesmo; pelo esforço de reestruturação do pensar, sentir e agir do doente. Numa época próxima, alongando seus horizontes ela tratará as doenças com terapias menos violentas, menos amputadoras. A cirurgia do futuro, por exemplo: será a cirurgia moral e a quimioterapia será a renúncia aos vícios, aos prazeres sistematizados. Na cura dos distúrbios que causamos a Gaia, é preciso dar tempo a ela para que as correções e os ajustes sejam feitos; mesmo que muitos de nós sejamos extirpados daqui.
A medicina não comporta o mercantilismo: A cura real e definitiva não pode ser comprada ou vendida, é conquistada. Ela deve estar embasada no conhecimento que, é o conjunto de informações recebidas e assimiladas por cada indivíduo; além disso, é necessário checar as informações para adquirir consciência e, aprender a discernir para pô-las em prática; saber discernir entre o certo e o errado nas informações médicas e científicas da atualidade, implica também, em eliminar o mercantilismo na área de saúde. Na sustentabilidade da vida em Gaia é urgente eliminar do mercado da vida as empresas que destroem o equilíbrio fingindo cuidar dele.
A lei de sintonia rege a relação médico – paciente: Cada um atrai para si o que emana. No momento, o homem do presente tem a medicina que o representa muito bem. A do futuro valorizará o eticamente saudável, por conhecer as leis de evolução e a interdependência de questões que predispõe à doença ou fomentam o bem estar. Será que o planeta nos atraiu até aqui?
O estado de saúde só acontece no homem integral: Na busca da cura o efeito mais imediato não deve ser o único a receber atenção; é preciso atender a todos os aspectos do ser: organismo físico, perfil psicológico e espiritual. A busca do equilíbrio deve fundamentar-se na transformação das atitudes e na recomposição emocional sem esquecer as Leis.
O pensar é o abre- olhos: O verdadeiro terapeuta alarga seus horizontes de ação e, transita por diferentes métodos que se ampliam, indo desde as experiências psicológicas, pessoais e de outros, aos acontecimentos ambientais, ecológicos, sociais, econômicos, morais.
Trabalho em grupo: Enquanto a medicina não integrar-se à psicologia, ecologia, agricultura e a outros conhecimentos afins, para um mais amplo conhecimento do ser dando-lhes uma conduta mais holística, as terapias prosseguirão deficientes e, incapazes de integrá-lo no contexto da realidade a que pertence, minimizando apenas as doenças, sem as erradicar.
Saúde ambiental: Para que o conceito de sustentabilidade não seja uma falácia, a harmonia com o meio ambiente e a sua preservação deve fazer parte do esquema de saúde social dentro do qual, se insere a individual.
Os terapeutas devem colaborar na mudança dos conceitos da agricultura industrial voltada para a superprodução com conseqüentes danos ecológicos – que, decorrem das aplicações químicas que geram intoxicações e estimulam o surgimento de pragas; e mostrar o desperdício na produção, no armazenamento e na distribuição de alimentos como causa de fome.
Um dos slogans da sanidade futura: Remédios não mais – agrotóxicos jamais.
Como sustentar a cura? Deixando de gerar doença.
Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.
* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 16/09/2010
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Gostei muito do seus textos acho que li uns 3 ou 4 agora pela manhã. Esse que acabei de ler me fez lembrar de um autor que gostei muito de ler: Fritjof Capra.
Nessa mesma linha ‘holística’ o senhor faria alguma recomendação de leitura
Parabéns pelos textos.