Clima feroz: Onda de calor pode ter matado milhares em Moscou, dizem cientistas
Moscou encoberta pela fumaça dos incêndios florestais. Foto EFE.
Alguns milhares de moscovitas teriam morrido em julho em consequência da onda de calor sem precedentes que atingiu a região e essa cifra poderia aumentar no mês de agosto, disseram cientistas russos nesta terça-feira.
Moscou, uma metrópole de mais de 10 milhões de habitantes, está sendo afetada por um calor intenso desde o final de junho, com temperaturas chegando a quase 40 graus Celsius durante o dia.
A crise causou a redução de um terço da plantação de grãos da Rússia, cortando em bilhões o crescimento anual do país este ano e matando ao menos 54 pessoas nos incêndios florestais. O calor arrefeceu nesta terça-feira. Reportagem de Dmitry Solovyov, Agência Reuters.
Citando um relatório do cartório de registro civil de Moscou, Boris Revich, pesquisador de demografia e ecologia na Academia de Ciências da Rússia, disse que em julho morreram 5.840 pessoas a mais em Moscou do que no mesmo mês do ano passado.
Revich disse acreditar que a grande maioria dessas mortes foi causada pela violenta onda de calor.
“Essa situação era absolutamente fácil de prever”, afirmou ele em entrevista à imprensa. “A única coisa pela qual eu me culpo… é que a minha estimativa (de mortes) era muito baixa no início da onda de calor.”
“Mas nós nunca tivemos experiência em estimar um calor tão monstruoso, simplesmente porque nunca tivemos um calor assim.”
Um total de 27.724 incêndios, inclusive 1.133 de queimadas de turfeiras, foi detectado na Rússia desde julho, disse a jornalistas o chefe de departamento do Ministério de Emergências, Yuri Brazhnikov.
Ele declarou que os incêndios afetaram um total de 134 vilarejos e cidades, e destruíram mais de 2 mil casas. Cerca de 1.100 pessoas foram deslocadas para abrigos temporários.
“Os países europeus já acumularam uma vasta experiência em como agir no calor”, disse Revich. “Lamentavelmente, estamos começando agora a caminhar em direção a um plano nacional.”
Reportagem da Agência Reuters, no Estadao.com.br.
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EcoDebate, 18/08/2010
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