Lapela de político terá logomarca? artigo de Milton Nogueira
Candidato honesto não teria motivo para esconder financiador de campanha.
[EcoDebate] Políticos deveriam usar na lapela, no primeiro mês de mandato, a logomarca dos financiadores de sua campanha. Se button é lindo no peito de atletas, por que não o seria também nos paletós de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e até mesmo do presidente?
Há décadas o Brasil discute financiamento de campanha eleitoral, sempre em busca de motivos ocultos, suspeitas, revelações tardias, num convoluto trabalho de detetive para saber quem financiou certo candidato. Entre os suspeitos usuais estão construtoras, igrejas, times de futebol, multinacionais, ruralistas, agentes estrangeiros e donos de TVs.
Se o político usasse a logomarca de todas as empresas ou entidades que financiaram sua campanha, saberíamos, desde o primeiro dia do mandato, quem ele representa, sem segredo, sem suspeita, às claras. Muitos políticos teriam satisfação em dizer ao mundo quem eles defendem; por exemplo, evangélicos e ruralistas não escondem sua predileção por projetos que favoreçam seus fiéis clientes ou currais (desculpas!). Eles pensam como os pilotos de Fórmula 1, que orgulhosamente mostram no ombro, peito, testa e braços as empresas que fizeram possível a corrida. Por que não fazer de forma idêntica com políticos?
Uns dirão que não seria ético. Por quê não seria? Aético seria, isto sim, não abrir ao público a ficha que já estaria no site do Tribunal Superior Eleitoral, embora oculto e que ninguém lê. Outros dirão que seria embaraçoso e degradante, mas não seria ainda pior descobrir-se mais tarde que tal político recebera dinheiro sujo de certa empresa?
Político honesto não tem por que omitir o financiador de sua campanha, pois a lei eleitoral permite às empresas e entidades apoiar legalmente os partidos e candidatos preferido. Logomarca deveria estar na lapela, uma forma transparente, aberta e visual para todo político.
Milton Nogueira é Engenheiro e ex-funcionário da ONU em Viena. Escreve ‘Pequenas Utopias’, em Carta Capital.
* Colaboração do Centro de Estudos Políticos Econômicos e Culturais CEPEC, para o EcoDebate, 06/08/2010
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Não tenho procuração para defender ruralistas, mas acho que a agressão feita é gratuita e o pedido de desculpas entre parênteses acabou piorando o fato, já que o próprio autor, com isso, confessou sua grosseria. Jogar todos os ruralistas no mesmo saco não parece ser atitude inteligente e não contibui para a hormonia com um setor que é importante para a humanidade.Os ruralistas, se for este o caminho, poderiam fazer inúmeras acusações contra nós, os urbanóides. Motivos não deixamos de lhes dar.
Um grupo de fazendeiros de Uberaba foi a Índia ha uns 60 anos e comprou alguns milhares de reses Zebu e desenvolveram aquí 4 linhagens novas: Gir, Nelore, Guzerat e Indubrasil. Hoje,´constitui um dos melhores rebanhos do mundo cruzados com linhagens européias Braban, Aberdeen-angus. Usam da melhor tecnologia de embriões, garrotes precoces. Perguntamos:
por qual razão o nosso presidente não comparece à exposição de Uberaba como fazia Getulio?
´Disso que vocês não gostam? ou é só a agricultura familiar que conta?
solidário com meu antecessor: do que v está se desculpando?
ficou pior a emenda que o soneto