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Diabetes Infantil, bom ou mau destino? artigo de Américo Canhoto

obesidade infantil

[EcoDebate] O diabetes infantil aumentou de forma desproporcional ao crescimento da população. – O que levou a isso? – As explicação envolve um conjunto de situações: efeitos do estresse crônico; dieta inadequada; vida sedentária; mas, muitas outras formas de leitura dos fatos podem ser agregadas na busca das possíveis causas. Já abordamos o assunto da precocidade em outros artigos.

Como o mal já está feito; o que nos interessa hoje é indagar: na situação da criança com diabetes; isso é um bom ou mau destino? – Claro que a maioria das pessoas vai se escandalizar até com a dúvida; pois, ninguém gostaria de cuidar de um filho diabético – faz parte da nossa cultura: quando sentimos, alegria e facilidades; nós dizemos que o destino é bom; já, se a situação vem acompanhada de dificuldades, ele é mau.


Quando as lições são endereçadas aos outros, até recitamos bordões do tipo: “há males que vem para bem”. Quando é nossa vez de aprender; o discurso é outro.
Como cada ocorrência exige compreensão para que seja aceita; quando vivemos ocorrências parecidas; o que, para uns é o fim do mundo para outros é coisa mais simples.

O primeiro passo, para resolvermos situações que fogem ao nosso controle é aceitá-la tais como elas são; sem perder tempo com reclamos nem choradeira – Pois, o destino de todo mau destino, é um dia se transformar em um bom destino.

Retornando ao assunto em foco: a criança com diabetes – essa situação, pode tornar-se um “presente” tanto para a evolução dela própria, quanto, e principalmente, da família como um todo.

A relação custo/benefício dessa doença; como a de todas as outras; pode ser analisada por vários ângulos diferentes.

O diabetes é uma doença com razoável poder de transformação; pois já carrega consigo; um quê; de ameaça: ou muda ou muda! – além disso, ela já conta com boa divulgação no tocante ás perspectivas da sua evolução; e quanto aos danos que pode causar a médio e longo prazo.

No curto prazo era silenciosa e traiçoeira – hoje não mais, em virtude do estresse crônico; assim como temos a “dança” da pressão arterial; nós temos a “dança” da glicemia: ora lá em cima ora lá em baixo – quando das quedas o mal-estar é intenso; já há risco de vida em casos mais graves. Tudo isso, deixa a família mais atenta ás mudanças de hábitos, em especial o alimentar; que se fazem necessárias.

Quando ocorre na criança: A aderência ao tratamento é maior; até da própria criança; pois, o tratamento exige uso de insulina e ninguém merece levar picada todo dia.

Quando o diabetes surge num adulto: O impacto é menor – pois, a obrigação de mudar a dieta; é dele.

No adulto as oscilações da glicemia são quase imperceptíveis; além disso, a crença de que a medicação pode resolver; diminui a vontade de praticar mudanças de hábitos.

No caso da dieta é até engraçado como de forma inconsciente, ás vezes, cometemos pequenas vinganças uns com os outros; por exemplo, se o homem fica diabético a mulher passa a fazer doces em casa como nunca se interessou em fazer – Se, a mulher fica diabética o marido que nunca comia a tal da sobremesa passa a exigi-la – Na vida social, quando diabéticos, somos convidados para mais festas do que antes; e sempre tem aquele espírito de porco que vem com a pegadinha básica: Só um pouquinho não vai fazer mal! – Está uma delícia! – Até as crianças são assediadas – Tadinha! Que dózinha! Mãe deixa ela experimentar só um pedacinho!

De que forma a família pode lucrar com o diabetes da criança?

Muitas e dentre elas:

– Reciclagem dos hábitos da dieta; pois, para que a alimentação da criança não se torne um estorvo; aos poucos todo mundo se ajusta em hábitos mais saudáveis.
– Despertar para a necessidade de atividade física e dos cuidados básicos com o corpo e a higiene de vida, de maneira geral.
– Desenvolver qualidades da ética cósmica como: paciência; disciplina, tolerância; aceitação; desenvolvimento da inteligência para descobrir saídas de resolução ou de convivência com o problema.
– Desenvolvimento da cidadania na leitura de rótulos, bulas, etc.
– Melhora da cultura a respeito da saúde ao buscar compreender a doença.

Relação custo benefício para a criança?

Dentre eles:

– Formação ou reciclagem de hábitos alimentares mais saudáveis.
– Aprender a cuidar do próprio corpo e da vida.
– Valorizar a atividade física.
– Desenvolver qualidades: disciplina; perseverança; aceitação…
– Adquirir a força da vontade.
– Desenvolver o conhecimento de si mesma.

Acima de tudo; continuar viva – pois, o estresse crônico; maus hábitos; vida sedentária…; gera doenças mais graves e mortais; pois, são quase silenciosas – dentre elas algumas representam sério perigo na atualidade: colesterol e triglicérides elevados; obesidade; esteatose hepática (gordura no fígado); hipertensão; enfarte, etc.

Experimente tentar mudar a dieta de uma criança gordinha, com predominância da gordura abdominal só com discurso; vai discursar eternamente – Mas, invente uma forma diária de injeção para emagrecer, por exemplo; rapidinho os resultados aparecem.

Não é prazeroso descobrir que o médico Jesus tinha razão em colocações várias, dentre elas: Bem aventurados os que sofrem; pois, serão consolados (faltou colocarem na escrita: pelo próprio esforço ganharão o pão de cada dia)…

Juntando-se os seus recados; embora encobertos pela teia de muitos interesses; também deixam claro que não existimos para sofrer; basta ativar a inteligência, acionar a vontade, parar com desculpas, justificativas e xororô…

Mas, dentro de nosso assunto: Diabetes? Quem precisa dele?

QUE TAL USARMOS ESSA LINHA DE RACIOCÍNIO COM NOSSAS OUTRAS DOENÇAS?

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 06/08/2010

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