A geração criada no regime de confinamento e engorda, artigo de Américo Canhoto
[EcoDebate] O que nossas crianças fizeram para nos merecer?
Embora não seja de grande valia para as crianças da atualidade; a própria OMS faz coro a algo que percebemos há vários anos: as crianças de hoje e os jovens detém a possibilidade de morrer bem antes que seus pais. Por que essa assertiva não será de grande valia para eles? – Simples, não há interesse em resolver problema algum; pois, os lucros, o poder e a fama tão buscada por esta geração de adultos gananciosos; estão acima de qualquer interesse pela vida dos outros e até da própria.
Pouco importa que muitas pessoas da maioria silenciosa se sintam ofendidas ao serem comparadas a gado; que se deixou confinar. Pela sua inércia, seus descendentes estão sendo criados em regime de confinamento e engorda, com requintes da crueldade: são estressados com fúria para que comam sem parar e engordem rápido para que sirvam de pasto para seus predadores. O próprio conceito religioso de rebanhos e pastores é desastroso.
A quem interessa esse maluco estado de coisas? Aos líderes da manada? Aos chefes de rebanho? – Mas, a quem eles estão submetidos? – Quem lucra o que com esse estado das coisas?
Algumas perguntas já têm respostas; outras ainda não; pois, é preciso desvendar o véu da realidade a respeito de que somos nós e o que fazemos aqui; para deixarmos de ser cobaia.
De forma resumida, vamos por partes:
Confinamento?
A ganância das gerações anteriores fez com que o espaço público fosse mal usado – as crianças de hoje não têm onde usar o corpo físico – os ambientes domésticos são cada vez mais minúsculos e cheios de porcarias tecnológicas. Sobra o espaço da escola para dividir com centenas de outras.
Estresse?
Já abordamos esse assunto em vários outros artigos; mas, apenas para ilustrar: a própria atividade física é estressante – a criança é colocada na natação, ginástica, balé…; tudo pago; e se a família está pagando a criança tem que ir quer sinta ou não vontade; caso ela dê o azar de se mostrar hábil na atividade; logo surgem os professores e depois treinadores para transformar lazer e brincadeira em competição e mais uma obrigação estressante.
Nosso foco hoje será: Hábitos que se tornam vícios – pequenos descuidos que se tornam grandes problemas.
Como a dieta é um dos principais recursos pedagógicos para nossa evolução; o foco como não poderia deixar de ser: hábitos alimentares.
Essa criança não come nada…
Os hábitos são transmitidos de geração a outra sem muito senso crítico; o que antes eram considerados bons hábitos; hoje são considerados como daninhos e até perigosos.
Esse menino é bom de boca: come bem e quer comer a toda hora! “Se ele quer; eu dou! – Afinal, quanto mais se come, mais saúde se tem”… “Se você comer tudo vai ganhar aquela sobremesa gostosa”… Pequenos e saborosos descuidos a criar um futuro obeso, diabético ou glutão pé na cova.
“Deixa ele experimentar; só um golezinho não faz mal”.
Pequenos descuidos a criar viciados em refrigerantes, estimulantes e alcoólatras.
“Ao menos enquanto assiste TV dá sossego”… Com essa idade; ele já domina o videogame como ninguém”. Pequenos descuidos a criar futuros insones, desmemoriados, míopes, sedentários, etc.
Os pais se encarregam de viciar os filhos desde o nascimento.
O primeiro vício é fisiológico: alimentação. – O egoísmo e o orgulho das pessoas as levam a tentarem que seus filhos sejam maiores e mais fortes do que os dos outros. Quem não ouviu a pérola da normalidade: – “Nossa que grande e esperto é o seu filho! – Quantos meses ele tem? – Cinco! – Nossa, parece que ele já tem um ano. O que você dá para ele comer? – Esse diálogo torna-se mais engraçado ainda quando a mãe do campeão é iniciante em vida natural. – “Só dou para ele o seio” – diz, toda orgulhosa – deixando a outra com inveja ou culpada. Ocupando esse espaço da nossa lentidão no pensar, a mídia se encarregou de propagar – o quanto mais; melhor. Isto é bom para aquilo, etc.
A criança como sempre, é desrespeitada e obrigada a se viciar na quantidade e no tipo de alimento que o adulto quer; – para sentir “prazer” ao comer.
Para as crianças da geração nova; isso é detestável: encher a pança até regurgitar, passar mal, ter dor de barriga, ficar intoxicado e queimar toxinas através da febre com seus mal estar – e depois ser obrigado a engolir remédios amargos, fedidos, agüentar injeções dolorosas aplicadas por pessoas que de tanto fazerem isso, acham normal e se tornam insensíveis á sua dor – pior é que querem que se submeta a isso sem espernear, chorar, xingar, revidar – isso é demais.
Alguns pais comem através da criança, projetam nela seus desejos e necessidades, outros não oferecem a ela alimentos adequados, apenas porque não gostam deles – depois todos dizem que as amam.
Um bom exemplo, dessa doidice, é o paladar doce que atrai a maioria – porque não poderia ser a sensação azeda, amarga, picante ou sem sabor? – Quem se atreve a explicar?
Que motivos levam o adulto a não preparar o leite da mamadeira ou o suco para a criança – para ela – mas, para si mesmo? – será para o seu próprio paladar já viciado – essa atitude é egoísmo ou amor?
Descontadas as tendências do ser vivente em progresso – na primeira infância – os vícios são adquiridos, mais pela influência direta do meio familiar do que pela força dos desatinos do passado que precisam ser corrigidos. Não vale a pena discutirmos aqui a influência dos adultos nos vícios que a criança pode copiar – já entendidos como tal: cigarro, bebidas e drogas.
Na criança maior uma força bastante poderosa é a pressão de grupo – a mídia – as coisas da moda – o poder.
Um exemplo: nessa faixa etária além da introdução do hábito da bebida e do cigarro, temos jovens que causam danos ao corpo pelo uso de substâncias que alteram o metabolismo e exercícios exagerados, e que vão pagar um preço muito alto no futuro (doenças). Para formar par com eles, temos as jovens modeladas com silicone e as “aspiradas”. Outro foco de desatinos é a teoria das coisas diet, light, baixos teores, encha a cara com moderação.
Esperamos não ter decepcionado os que esperavam roteiros e receitas mágicas na arte de educar e receberam mais material para novos questionamentos. Repetições de conceitos são inevitáveis e alguns até propositais; devido à sua importância em nossas vidas; pois, quando falamos de uma boa e saudável educação para as próximas gerações não podemos perder de vista nossa reeducação e da sociedade nem que seja repetindo, repetindo, como faz a mídia que mais deseduca e reforça aspectos negativos do que ajuda.
Desejamos que o amigo; incorpore na sua visão de mundo; que, nós não educamos de forma direta e definitiva, participamos. Podemos tornar a tarefa mais fácil e eficiente. Claro que nesse processo ocorrem desperdício de talentos, conhecimento e tempo, além de enganos, erros e acertos; isso é lógico e normal, porém é preciso cuidado, para não banalizar o conformismo disfarçado de normalidade. “Hoje em dia é assim mesmo”, pois a soma de pequenos descuidos sempre conduz a grandes problemas.
Que estes simples alertas tenham atingido seu objetivo sem provocar culpas nem remorsos. Quantos de nós podemos nos considerar pais e mães de qualidade, sem descuidos e problemas? Como nos sentimos? O saldo até o presente momento foi positivo? Mesmo que não tenha sido, isso não tem tanta importância assim; errar faz parte da arte de aprender. Para ficarmos em paz, basta que tentemos corrigir-nos a cada novo momento, oportunidade e conhecimento.
Não é difícil transformar pequenos descuidos em grandes lições, e uma atitude inteligente para trilhar esse novo caminho em segurança e com alegria é não nos compararmos com os outros tendo os filhos como modelo e parâmetro; pois, cada um de nós é distinto, não há um idêntico ao outro; o mesmo vale para nossas famílias; portanto, não devemos nos sentir nem mais nem menos; somos apenas nós mesmos.
Quem comete esse pequeno descuido costuma cair na armadilha de se achar bons ou maus pais apenas porque seus filhos são bem ou mal vistos; muitos se imaginam pouco competentes; porque seus filhos são considerados problemáticos pela sociedade; sendo que, estão fazendo um belo trabalho dentro das condições e das possibilidades que têm no momento – O que nos faz pensar assim? Não nos lembramos de analisar as tendências e os impulsos que cada um traz ao nascer como efeito da lei de retorno – Além do mais, ensinar quem deseja aprender qualquer um é capaz; já o bom mestre é aquele que consegue motivar o aluno displicente e recuperá-lo, nem que seja em detalhes que apenas mestre e aluno percebam – não educamos nossos filhos para os olhos do mundo, mas para que sejam felizes e realizados dentro da tarefa que, vieram desempenhar na existência.
Se após a leitura deste pequeno artigo algumas pessoas já se conscientizarem que, a arte de educar os filhos é um fato dinâmico e não passivo (pequeno engano), nos damos por realizados com este trabalho.
Qual nossa função? – Somos provedores da educação, fornecemos o material didático para que se eduquem; não, não se trata colocá-los na escola mais cara da cidade ou pagar para que façam todo o tipo de curso extracurricular – importa sim, a nossa postura e padrão de atitudes no dia a dia; nada a ver com o aspecto formal como “exemplos aparência” ou coisas de simples obrigação. O que fica retido no subconsciente da criança são os exemplos que damos de tentar melhorar e corrigir atitudes a cada dia; é dessa forma que lhes passamos a inspirar confiança. Quando se trata de lidar com crianças de hoje, é bom admitir que, há muito que melhorar; não adianta tentar esconder; pois de um jeito ou de outro eles sabem disso.
Idéias para esboço de solução no coletivo:
– Planejamento familiar assistido.
– Disciplinar de forma rígida o crescimento das grandes cidades.
– Áreas não construídas seriam transformadas em espaço de lazer e atividades físicas.
– Todas as novas escolas seriam estilo CEU integrados á comunidade.
– Inibir através de regulamentação a propaganda de produtos capazes de afetar a saúde (comida, bebidas de qualquer tipo, drogas, medicamentos.
– Investir fortemente na educação para reduzir os gastos com as doenças.
Assuntos; para muitos bate papo:
Mas, voltemos ao início – pois, boa parte não entendeu nada:
O que nossas crianças fizeram para nos merecer?
A QUALIDADE DO AMOR
Um dos conceitos mais buscados na atualidade são padrões de qualidade para tudo: especialmente a indecifrável qualidade de vida – mas, pouco ou nada se ouve a respeito da qualidade do amor.
É possível qualificar o amor? Sim.
O amor comporta infinitos padrões de qualidade ou padrões de freqüência vibratória; as variações correspondem às diferenças de qualidade da maturidade psicológica das pessoas envolvidas na análise.
Quanto mais maduro e evoluído é o indivíduo, mais elevados, éticos, e desinteressados, serão seus fins; mais puros serão seus ideais; e mais elevado será seu padrão vibratório.
Quanto mais atrasado e imaturo é o indivíduo mais egoístas e interesseiros serão os seus desejos; até porque, ainda é pobre de ideais.
Maturidade, não deve ser confundida com idade cronológica.
O padrão de qualidade do amor é diretamente proporcional à qualidade evolutiva das pessoas. Por exemplo, quem mata por amor é um assassino e não, um ser amoroso; o crime passional não pode usar o conceito amor como desculpa.
Podemos avaliar a qualidade do amor humano segundo vários ângulos:
• Capacidade de expressar amor, em palavras, atitudes, olhares.
• Maturidade intelectual; afetiva; emocional; social; religiosa; acrescentaríamos a maturidade profissional, em virtude da importância que assumiu a qualidade do trabalhador nos dias de hoje.
• Capacidade de se conectar e de interagir.
Como o amor é um tipo de energia que não pode ser estocado nem bloqueado, apenas deve fluir sempre. Interessa-nos muito estudar com mais detalhes o padrão de qualidade humana segundo a capacidade que a pessoa desenvolveu de conexão e de interação com os semelhantes.
O amor é pura conexão.
Todos já ouvimos dizer e por intuição ou dedução sabemos disso, que somos irmãos, filhos de um mesmo Pai; mas, no corre-corre do dia a dia focamos apenas a materialidade e, essa colocação nos parece por demais abstrata, filosófica. Perder tempo pensando nisso, é para quem não tem o que fazer. Besteira! Perda de tempo!
Se eu não consigo tempo nem recursos para satisfazer todas as minhas necessidades ou dos que considero meus, da minha família; como posso me interessar pelas necessidades ou pela felicidade de outros que nem conheço?
Quem me garante que se eu estiver necessitado, alguém vai me ajudar; vai me socorrer?
Quem sabe se depois que todos os meus desejos estiverem satisfeitos; quem sabe?
O zelo de si mesmo sem os devidos cuidados pode exacerbar o amor próprio, vitaminado pelo orgulho e pelo egoísmo.
O admirador incondicional de si mesmo vai aos poucos desconhecendo os valores e os direitos alheios.
A auto-admiração é uma doença de cura difícil; pois se instala na busca apenas do conforto próprio levando a pessoa a acreditar que somente ela faz as coisas certas; tem fé apenas nas próprias forças; e se desapercebe da ajuda dos outros.
Desprezamos a cooperação alheia quando estamos no conforto, na boa posição social e financeira; ou em relativa tranqüilidade.
Buscamos a ajuda do próximo; quase sempre quando estamos em aflições.
Essa é uma das razões de permanecermos sempre desconectados uns dos outros; rodeados de problemas, dificuldades e doenças.
As aflições têm o potencial de aproximar as pessoas fazendo-as descobrir a conexão e a interdependência que existe entre todos.
O ideal é buscar um melhor padrão para nossa conexão com tudo e com todos por vontade própria; ao invés de impelidos pela fuga da sensação de sofrer.
Da mesma forma que o amor a conexão é um determinismo.
Essas dúvidas e afirmativas são comuns para quem ainda desconhece sua dupla realidade: física e extra/física. Vista e analisada pela realidade física a conexão entre nós é um caso de querer conectar-se ou não; e desconectar-se; quando for interessante para nós.
Do tipo casa e separa. Compra e vende. Ou uma obra do destino; como nascer numa determinada família, e nesse caso, muitas pessoas imaginam que os laços de família podem ser cortados quando for do interesse delas.
Essa visão parcial da realidade traz mais dificuldades do que se imagina; e, não é só para os que têm essa visão de realidade; mas para todos; para toda a humanidade; já que, queiramos ou não; estamos todos conectados.
Outro problema a ser resolvido, é perceber que a realidade permanente da vida ou verdade natural, é a realidade extra/física.
Exemplo:
Estudemos uma situação comum como a de uma pessoa que esteja magoada, decepcionada com seus familiares, os abandona e vai para longe; só mudou a realidade física, colocou apenas alguns quilômetros entre eles, já que os vínculos energéticos persistem; pois, mesmo indo embora ninguém é capaz de obrigar ninguém a não amá-lo ou a não odiá-lo; e dia menos dia os vínculos se estreitam criando nós e retornam para serem desatados com dor ou sem dor.
Devido a ser o próprio amor a conexão é um determinismo universal; apenas a qualidade das interações é que é livre.
Cada qual se torna responsável pelo que recebe e pelo que repassa de si aos outros. Isso nos interessa a todos.
Podemos separar as pessoas segundo sua capacidade já desenvolvida de perceber suas conexões em:
• Indivíduos que vivem apenas para si.
• Pessoas focadas apenas nos seus.
• Os que já se dedicam a amar um grupo ou um povo.
• Criaturas que dedicam sua vida a amar toda a humanidade.
O amor é interação.
Estamos conectados a tudo e a todos; nossa origem energética é a mesma. A percepção deste fato mudará radicalmente nossa relação com as pessoas e até com o Universo.
Na nossa trajetória evolutiva criamos ininterruptamente laços de interação.
Toda vez que fazemos uma escolha estamos interferindo com o todo e com todos.
Cada escolha que fazemos tem um padrão vibratório que se propaga; e sintonizada, essa escolha com as similares, nós criamos um padrão coletivo do qual fazemos parte.
Se o mundo hoje é o que é, fomos nós que o fizemos assim; e em todos os sentidos, tanto no que consideramos positivo, quanto no que consideramos negativo. E quando eu digo: nós; não é algo abstrato ou os outros.
As antigas gerações e os antigos povos foram nada mais nada menos do que nós mesmos, ontem.
À boa qualidade das interações; nós damos o nome de evolução do amor entre os homens – amor de boa qualidade.
A QUALIDADE DO SEU AMOR LEVA A SUA MARCA PESSOAL.
Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.
* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 27/07/2010
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