Arroz transgênico ‘LibertyLink’, da Bayer, fora da pauta da CTNBio
Empresa retira produto das discussões devido a polêmica
A Bayer CropScience comunicou na quarta-feira (23/6) a retirada temporária de seu arroz geneticamente modificado “LibertyLink” da pauta de discussões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em Brasília. Em nota, a multinacional alemã informou que pretende “ampliar o diálogo” com o setor produtivo.
A decisão é uma resposta à polêmica criada com a possibilidade de aprovação do primeiro arroz transgênico no Brasil, que desde o mês passado tem levantado críticas de especialistas sobre a segurança alimentar da nova variedade e dúvidas entre produtores sobre a aceitação do cereal no mercado internacional. Do Jornal da Ciência, SBPC, com informações do Portal do MCT.
Joga luz também sobre a dificuldade que produtos transgênicos direcionados ao consumo humano enfrentam. Em 2004, a americana Monsanto abandonou as pesquisas com trigo após consultas com compradores no mercado internacional revelarem que eles não tinham intenção de comprar o alimento transgênico.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, “a Bayer CropSciente está empenhada não apenas em obter o apoio de parceiros no processo de aprovação, incluindo os produtores, mas em obter a aceitação ampla do mercado antes de comercializar o LibertyLink”. A tecnologia dá resistência ao herbicida glufosinato de amônio, que controla pragas daninhas nas plantações.
“É um direito deles, paciência”, disse Edilson Paiva, presidente da CTNBio. “Eles alegaram que precisam de tempo para informar melhor seus possíveis clientes”. De acordo com Paiva, o processo do arroz transgênico da empresa, apresentado em 2003, caminhava para a aprovação.
Para o Greenpeace, foi uma boa notícia. “A Bayer fez estudos toxicológicos em frangos, que não digerem arroz. Eram estudos que não falavam muito”, afirma Iran Magno, coordenador da campanha de transgênicos no país.
A variedade recebeu sinal verde nos EUA, mas a contaminação de uma carga para a Europa de grão convencional pelo transgênico levou à proibição de embarques do produto americano, provocando prejuízos vultosos ao país. Recentemente, a China emitiu um certificado de biossegurança de uma variedade desenvolvida no país, e espera-se que a comercialização do produto comece em até três anos.
No Brasil, a tecnologia suscitou temores até mesmo dentro da Embrapa, com o alerta de um pesquisador para o dano potencial de contaminação de espécies convencionais e selvagens.
Produtores do Rio Grande do Sul também manifestaram desinteresse pela variedade, temendo fechar janelas no exterior. Tradicionalmente, os arrozeiros brasileiros voltam-se aos mercado internacional para sustentar os preços internos. Essa possibilidade poderia ser anulada já que a Europa é arredia a transgênicos.
Em 2009, o Brasil exportou 1 milhão de toneladas do cereal.
CTNBio se reúne mas não aprova pedido de liberação comercial
Em sua 134ª Reunião Ordinária, realizada nesta quinta-feira (24/6), em Brasília, a CTNBio não aprovou nenhum pedido de liberação comercial.
Durante o encontro, na sede do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a CTNBio aprovou oito pedidos de Liberação Planejada no Meio Ambiente (RN08), entre eles, uma solicitação de milho, uma de arroz, cinco de soja e outra de algodão geneticamente modificados; um pedido de Liberação Planejada no Meio Ambiente (RN06), o de milho geneticamente modificado para tolerância a herbicidas, da Dow AgroSciences Industrial; e o pedido de exportação da Embrapa Soja para exportar 0,500 kg de grãos de soja geneticamente modificada.
EcoDebate, 25/06/2010
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A Bayer e os agricultores do RS estão pouco preocupados com os aspectos de biossegurança, porque eles estão esclarecidos. O que preocupa todos é a questão da exportação e o fato que lá fora esta variedade de arroz não estar ainda aprovada. Só isso. Está todo mundo querendo fazer festa com o bolo dos outros, neste caso.
Parabèns ao Portal Ecodebate pela sèrie de matèrias sobre OGMs. Jà enviei comentàrios ao prof. Roberto Naime.
Quanto a esta matèria mais um nome dos “Genocidas”: (Down Chemical, Monsanto, Bayer etc.)
Serà que o T do ròtulo è o emblema do 2,5-T? Se for assim, o NUFARM 2,4-D + 2,5-T
nao è outra coisa que o “AGENTE LARANJA” do Vietnam cuja utilizaçao foi condenada nao chegando os Estados Unidos a ser condenados por “Genocìdio” pois alegaram que “nao sabiam das consequencias de mudanças genèticas nas celulas humanas transformando-as em CANCER, etc.”
Mas agora, quem utiliza isso pode dizer que nao sabe das consequencias para escapar da condenaçao por GENOCIDIO AMBIENTAL E HUMANO?