Países terão que acertar novo plano para conservação da biodiversidade
Relatório divulgado ontem (10) pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que o mundo está falhando no cumprimento das metas de reduzir significativamente as perdas de biodiversidade. A saída, de acordo com o diretor de Conservação da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Braulio Dias, será acertar um novo plano estratégico para o planeta, com novos prazos e garantia de recursos para implementação dos compromissos.
Em outubro, os países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) farão um balanço do andamento das metas durante a 10ª Conferência da CDB, a COP-10, em Nagoia, no Japão. “A COP vai tomar a decisão sobre o que fazer.”
Entre os motivos para o fracasso mundial na preservação da biodiversidade, Dias citou a falta de recursos financeiros para atingir as metas e falhas na redução dos mecanismos de pressão, como o desmatamento e a caça predatória.
“Esperamos um novo plano ambicioso, mas ao mesmo tempo factível, e que tenha garantias dos meios de implementação: recursos financeiros, transferência de tecnologia, intercâmbio de experiências e capacitação”, listou.
O diretor reconhece que o Brasil está entre os países que não conseguirão honrar o compromisso assinado em 2002, mas pondera que o país avançou nos últimos anos na redução do desmatamento da Amazônia e na ampliação de áreas preservadas.
“A falha não é só do Brasil, é coletiva, de todos os países do mundo. O Brasil está relativamente melhor porque pelo menos conseguiu alguns grandes avanços, mas isso não alivia nossa responsabilidade de uma implementação mais plena dessas metas”, reconheceu.
Apesar da tendência de queda do desmatamento verificada desde 2004, a Amazônia brasileira é citada no documento da ONU como um dos dos ecossistemas ameaçados de atingir o chamado “ponto sem volta” – com perdas irreversíveis para a biodiversidade.
“Existem problemas sérios de criar meios de subsistência de forma mais digna com exploração da biodiversidade local. A floresta não vai ficar em pé se não definirmos meios que garantam maior renda para as populações que vivem na Amazônia”, argumentou Dias.
*Colaborou Cristina Sena, da Rádio Nacional da Amazônia
Reportagem de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 11/05/2010
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