Desastre ambiental no Golfo do México: BP admite que vazamento de petróleo poderá ser maior do que o esperado
Foto DPA/Der Spiegel
Em uma reunião a portas fechadas com membros do Congresso dos Estados Unidos, um alto executivo da BP admitiu nesta terça-feira (04/05) que a acidentada plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México poderá vazar até 60 mil barris de petróleo por dia, o que é uma quantidade mais de dez vezes superior à atual estimativa.
A dimensão do problema aumentou drasticamente desde que a plataforma explodiu e tombou nas águas do golfo. Agora, a discussão da BP com Capitol Hill (o congresso norte-americano) certamente resultará na intensificação das pressões sobre a companhia, que está enfrentando uma crise similar àquela que a Toyota Motor Company amargou com a aceleração descontrolada dos seus automóveis: apesar dos esforços para controlar o dano à sua reputação de “cidadã corporativa”, o problema da companhia pode estar piorando. Reportagem de John M. Broder, Campbell Robertson e Clifford Krauss, The New York Times.
Em meio à crescente incerteza a respeito do tamanho do vazamento, e de quando ele poderá ser contido, a pressão sobre a BP intensificou-se em frentes múltiplas na terça-feira, com a ação de moradores frustrados da costa do Golfo do México e de autoridades de âmbito nacional, estadual e municipal que exigem mais providências por parte da companhia.
A empresa cogitou fazer uma ampla campanha publicitária, mas altos executivos da BP rejeitaram a ideia antes mesmo que esta entrasse na fase de planejamento. “Segundo o nosso ponto de vista, grandes manifestações de arrependimento não têm muita credibilidade”, explicou Andrew Gowers, um porta-voz da BP.
Em vez disso, a companhia enviou executivos para participarem de reuniões de nível municipal na região afetada, e recorreu a meios de comunicação social discretos para divulgar os seus esforços de limpeza, bem como as medidas para organizar trabalhos de voluntários.
O Comitê de Energia do Senado dos Estados Unidos convocou executivos da BP e da Transocean Ltd., a operadora da plataforma, bem como vários especialistas técnicos da indústria petrolífera, para uma audiência na semana que vem. No dia seguinte, o Subcomitê de Fiscalização e Investigações do Comitê de Energia e Comércio da Câmara fará uma outra audiência, para a qual executivos graduados da BP, da Transocean e da Halliburton foram convocados a comparecer, afirmou uma porta-voz do comitê.
O painel de investigação, que examinará os possíveis problemas que provocaram as explosões na plataforma, bem como o grau de eficácia das medidas de contenção e limpeza, provavelmente será o primeiro dentre vários, declarou o deputado Bart Stupak, democrata pelo Estado de Michigan, que é o diretor do subcomitê.
Uma investigação federal independente da explosão está sendo conduzida pela Guarda Costeira e pelo Serviço de Gerenciamento de Minerais.
Em uma coletiva à imprensa na terça-feira, David Rayney, o vice-presidente da BP para a produção no Golfo do México, disse que a companhia está utilizando várias técnicas nunca antes tentadas para conter o vazamento de petróleo a 1.500 metros de profundidade.
Na coletiva, Rainey e diretores da Transocean e da Halliburton, que era responsável por obras com cimento na plataforma, também admitiram que não saber qual é a probabilidade de que o petróleo ejetado pelo vazamento seja capturado pelas chamadas correntes circulares do Golfo do México e transportado através da ilhas Keys, na Flórida, para o Oceano Atlântico. “O que nós ouvimos hoje da BP, da Halliburton e da Transocean foram várias narrativas envolvendo os piores cenários possíveis, sem que fosse apresentada qualquer solução para o melhor cenário possível”, afirmou o deputado Edward J. Markey, democrata pelo Estado de Massachusetts, que é diretor do Subcomitê de Energia e Meio Ambiente do Comitê de Energia da Câmara.
Autoridades federais falaram da possibilidade de um vazamento de mais de 100 mil barris diários, caso o poço continue despejando petróleo descontroladamente, mas não se sabe qual é a probabilidade de que tal situação venha a ocorrer.
Também na terça-feira, o diretor-executivo da companhia, Tony Hayward, disse ao senador Bill Nelson, democrata pela Flórida, que o vazamento sem dúvida provocará um prejuízo econômico de mais de US$ 75 milhões (R$ 132 milhões), o que é o atual teto para a responsabilidade financeira por acidentes no setor de prospecção de petróleo.
Nelson e dois senadores democratas de Nova Jersey, Frank R. Lautenberg e Robert Menendez, criaram uma projeto de lei para elevar esse teto para US$ 10 bilhões (R$ 17,6 bilhões), e para garantir que os novos limites sejam aplicados a este vazamento.
Embora a BP continue admitindo a sua responsabilidade por acabar com o vazamento e limpar as áreas atingidas, a empresa está sendo acossada por autoridades governamentais e advogados civis que estão redobrando os esforços no sentido de garantir que as obrigações legais da companhia sejam nitidamente definidas e estritamente cumpridas.
Procuradores-gerais de cinco Estados da região do Golfo do México estão redigindo uma carta à BP que apresentará as suas exigências. Na carta, eles deverão pedir à BP que defina especificamente o que ela quer dizer com a sua declaração repetida de que deseja pagar indenizações “legítimas”, um termo que o procurador-geral do Alabama, Troy King, afirmou ser inaceitavelmente nebuloso.
Eles também deverão pressionar para que seja criado um fundo para que tenha início o pagamento de indenizações a governos estaduais e municipais, bem como a moradores das regiões atingidas.
Os procuradores solicitaram a criação de tal fundo em uma reunião com diretores da BP no último domingo, e no dia seguinte a BP anunciou que indenizações de US$ 25 milhões (R$ 44 milhões) seriam destinadas aos quatro Estados com maior probabilidade de serem afetados, a fim de ajudá-los nas suas medidas de preparação para a chegada da mancha de óleo. Mas King afirmou que “isso não será suficiente”.
Por ora, os padrões climáticos parecem estar mantendo a gigantesca mancha de petróleo no alto-mar, e esta situação deverá permanecer por vários dias, evitando temporariamente um desastre na costa – e fazendo com que a BP seja poupada de novas críticas que certamente emergiriam com a chegada da mancha ao litoral. Uma cúpula de contenção está sendo preparada para ser colocada sobre a fonte de vazamento mais intenso.
A BP intensificou bastante o seu lobby em Capitol Hill, tendo desembolsado quase US$ 16 milhões (R$ 28 milhões) nesta iniciativa em 2009, o que representou mais do triplo do que a companhia gastou com essa atividade dois anos antes, segundo dados compilados pelo Centro de Política Responsiva, um grupo de fiscalização.
Mas esse dinheiro não modificou a opinião pública.
Os principais gerenciadores de crise da companhia foram enviados para o Golfo do México. Gowers, o porta-voz da BP, declarou que a companhia está atualmente “cogitando fazer algumas propagandas dirigidas nos Estados afetados” a fim de explicar como se deve solicitar indenizações e de que forma os cidadãos devem apresentar-se como voluntários para o trabalho de limpeza.
Hayward também deu uma coletiva na terça-feira a repórteres de jornais da costa do Golfo do México e à agência de notícias “The Associated Press”, na qual afirmou que deseja “conquistar os corações e mentes” da população.
Hayward tem sido um convidado frequente de programas matutinos de entrevistas, nos quais transmite uma mensagem constante: “Esse não foi o nosso acidente, mas nós somos sem dúvida alguma responsáveis pelo petróleo e pela limpeza”.
Os especialistas em propaganda dizem que essa é uma mensagem de natureza mista.
“Esta é uma situação cercada de ironia, e na qual se percebe hipocrisia”, diz Abbey Klaassen, diretor-executivo da agência Advertising Age. “Existe uma linha tênue entre aquilo que eles desejam dizer por motivos legais e aquilo que o consumidor deseja ouvir, que é: “Mea culpa. Nós aceitamos a responsabilidade, nós faremos a limpeza e isso jamais voltará a acontecer”.
A BP está lidando com um público especialmente cético e vigilante no Golfo do México, onde a população acostumou-se a embates frustrantes com companhias de seguros e agências governamentais nos cinco anos que se passaram desde o furacão Katrina.
“Nós estamos nos preparando para o pior”, diz Jim Hood, procurador-geral do Estado do Mississippi, referindo-se tanto ao vazamento em si quanto à possibilidade de intensas batalhas legais. O Estado tem tirado fotos e feito vídeos das área costeiras, e contado peixes e pássaros, afirma Hood, a fim de possuir um registro daquilo que existia antes da chegada do petróleo.
*Sewell Chan, em Washington, contribuiu para esta matéria.
Reportagem [Amount of Spill Could Escalate, Company Admits] do New York Times, no UOL Notícias.
EcoDebate, 11/05/2010
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Não posso acreditar no desastre que esta acontecendo no GOLFO DO MEXICO, com tanta tecnologia para perfurar e explorar o petroleo, não temos tecnologia suficiente para conter a porra da mancha de oleo, não da para acreditar no fato que estamos vivenciando, ao mesmo tempo sinto muita raiva e muita satisfação do que esta acorrendo, muito PORCOS EXECUTIVOS se preocupam com seus investimentos e na sua instabilidade profissional e familiar, mais não estam pensando no serio problema que ELES mesmos provocarão no nossos ecosistema, isso serve de lição para eles aprender com seus proprios erros, muitos se preocupam com suas dividas, dinheiro, casa e etc, mais poucos estam se preocupando com o desastre que esta ocorrendo no mundo inteiro, TEMOS QUE REALMENTE NOS PREOCUAR COMENTE COM OS SERES VIVOS QUE ABITAM AQUELE LUGAR, so tenho uma coisa a dizer sobre tudo isso. Me arrependo muito por fazer parte deste ciclo nojento que é utilizar itens que são extraidos do petroleo, e em contribuir com essa merda também…
VAMOS FAZER A NOSSA PARTE, NÃO IMPORTA SE VOCE VA FAZER POUCO, MAIS PELO MENOS FAÇA A SUA PARTE.
RICARDO G.
SP / BRASIL
Tradução // Translation
I can not believe that this disaster happening in the Gulf of Mexico, with so much technology to drill and tap the oil, we do not have enough technology to contain the oil slick fucking, not to believe in the fact that we are experiencing at the same time feel a lot of anger and happiness than this hurrying, very EXECUTIVE PIGS worry about their investments and instability in their work and family, we are not thinking more seriously the problem of their own cause in our ecosystem, it serves as a lesson for them to learn from their own mistakes, many are concerned about their debt, money, house, etc., plus little we are worrying about the disaster that is occurring worldwide, HAVE YOU REALLY concerns COMMENT ON WITH LIVING THINGS THAT PLACE THAT ABIT, so I have something to say about all this. I regret very much for being part of this cycle that is disgusting to use items that are extracted from petroleum, and contribute to this shit too …
LET’S DO OUR PART, NO MATTER IF YOU DO LITTLE VA, PLUS AT LEAST TAKE ACTION.
RICARDO G.
SP / BRAZIL
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