O uso adequado do tempo, artigo de Benedicto Ismael C. Dutra
[EcoDebate] Um dos recursos mais valiosos de que dispomos é o tempo. Lamentavelmente, muitas pessoas supõem que o possuem de forma quase ilimitada, não se preocupando em utilizá-lo com eficiência, desperdiçando-o sem se darem conta de que tempo desperdiçado não se recupera mais. Como exemplo, lembro que em uma determinada empresa havia muitos problemas a serem superados, mas perdia-se um tempo enorme com inúmeras reuniões improdutivas. Nesses encontros, o precioso tempo era desperdiçado com discussões desnecessárias e as capacitações individuais não encontravam campo para atuar com todo o seu potencial.
Alguns gostavam de se exibir. Tinham grande prazer em demonstrar a sua capacidade argumentativa para anular e derrotar os que consideravam como seus oponentes. Outros usavam a agressividade para manifestar o seu antagonismo com as propostas apresentadas, entre outras divergências de Caráter pessoal. Também se faziam presentes aqueles que gostavam de discordar, na tentativa de desvalorizar as idéias apresentadas.
Assim, muito tempo era jogado fora, enquanto os problemas internos e externos permaneciam aguardando soluções rápidas e eficientes. O gerente geral aparentemente se divertia ao ver aquela equipe se digladiando, e assim mantinha esse modo improdutivo para enfrentar os problemas. As dificuldades aumentavam e muitos se sentiam frustrados por não terem a oportunidade para apresentar suas idéias e tomar conhecimento de como as coisas fluíam.
As dificuldades daquela empresa, assim como muitos dos problemas que a sociedade humana enfrenta atualmente, exigem pensamento criativo, organizado e construtivo, em substituição ao ultrapassado modelo da argumentação e discussão entre os indivíduos, com primazia para vencer o debate ou permitir que a solução atenda interesses particulares, ao invés de buscar a melhor solução.
Com simplicidade, clareza e naturalidade, o pensamento ganha eficiência. Havendo respeito mútuo e a devida consideração, as pessoas se entenderão melhor e terão a liberdade de dizer o que sentem, sem se magoarem mutuamente, encontrando a solução dos problemas com um nível de cooperação mais elevada.
As questões devem ser exploradas com sinceridade. É indispensável que um grupo tenha, como objetivo prioritário, encontrar a melhor solução através da mobilização de todas as capacitações que serão aplicadas no exame de todas as informações e tendências, sem que haja a preocupação de que as idéias de uns possam se sobrepor às dos demais. Quando o grupo se reúne para planejar o futuro, todos se tornam com participantes e a realização se torna menos árdua. Certamente, em tempo muito menor, todas as questões estarão arroladas, sem as estéreis discussões, pois com a soma das habilidades, voltadas para o mesmo objetivo, surge naturalmente a possibilidade de se encontrar a resposta mais adequada e eficiente, sem a necessidade do uso de tantos paliativos.
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: bidutra{at}attglobal.net
** Colaboração de Ticiane Araújo para o EcoDebate, 14/04/2010
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