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Notícia

Energia solar movimenta barcos na Amazônia

Voadeira  tradicional (Foto divulgação)
Voadeira tradicional (Foto divulgação)

Atualmente, uma das melhores soluções para a exploração racional de bens e recursos naturais é o manejo sustentável, técnica que impede a degradação do meio ambiente a partir da exploração de recursos renováveis.

Sabendo disso, a empresa K2C Serviço de Consultoria desenvolveu o projeto “Voadeira solar:  alternativa energética para a movimentação de pequenas embarcações na Amazônia”. O projeto é realizado através do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Micro e Pequenas Empresas na Modalidade Subvenção Econômica (Pappe Subvenção), desenvolvido com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para o engenheiro florestal da empresa, Carlos Gabriel Koury, o apoio conseguido foi essencial para a realização do modelo de voadeira. “O Pappe foi fundamental, pois estávamos com esse projeto engavetado há anos, sem perspectiva de encontrar parceiros que investissem na ideia”, afirmou.

Investimentos

Com recursos financeiros na ordem de R$ 128,542 mil, o modelo de embarcação utiliza a energia vinda do sol como combustível, por meio de painéis fotovoltaicos (dispositivos utilizados para converter a energia da luz do sol em energia elétrica) que ficam localizados na cobertura da embarcação. O propósito do projeto também é avaliar como e para que fins esse modelo de transporte fluvial pode ser aplicado na Amazônia.

“Em primeira escala, visamos atender atividades que são de uso cotidiano no campo e normalmente executados por moradores do interior com ‘rabetas’ (canos com motores de popa), como deslocamento de agentes de saúde, professores, agentes de defesa ambiental, agentes de praia que preservam a desova de quelônios (tabuleiros). Todos passariam a se movimentar sem o consumo de combustível e, consequentemente, sem emissão de poluentes”, exemplificou o engenheiro.

Como a empresa destaca a preservação da floresta pela gestão e manejo florestal sustentável e busca valorizar os serviços e produtos que a floresta amazônica promove para o mundo, o modelo utiliza as ferramentas de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), de Estudos para Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e Redução de Emissão de Poluentes por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD).

O projeto também conta com o apoio do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), da empresa de embarcações Alegra e do Instituto de Soluções Energéticas Sustentáveis (Ises).

“As placas solares também tornarão o passeio mais agradável, pois possibilitará que os tripulantes se desloquem protegidos do sol e sem o elevado ruído do motor próximo a eles. Avaliaremos também se o modelo proposto pode servir para passeios turísticos mais silenciosos e sem fumaça, pois, quem já se deparou com rabetas, sabe que a fumaça emitida pelos motores incomoda”, ressaltou Carlos.

Pensando no futuro

De acordo com Koury, o próximo passo do projeto é apresentá-lo às secretarias de Estado, prefeituras e empresas de turismo, procurando realizar parcerias para uma produção em maior escala.

Parte da renda da comercialização das “Voadeiras Solares” será convertida em apoio para as ações de campo do Idesam na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, localizada abaixo da hidrelétrica de Balbina, nos municípios de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, o que contribuirá para o fortalecimento comunitário e preservação das riquezas naturais para a geração futura.

Foto 1 – Painéis solares – Divulgação

Foto 2 – Transporte de passageiros – Ademar Reis

Reportagem de Luana Gomes, da Agência Fapeam, publicada pelo EcoDebate, 29/03/2010

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