China e Índia aderem ao Acordo de Copenhague
China e Índia se juntaram na terça-feira a outros grandes emissores de gases do efeito estufa, ao subscreverem um acordo climático definido em dezembro em Copenhague.
Mais de cem países já se associaram formalmente ao Acordo de Copenhague, que não prevê medidas de cumprimento obrigatório, mas propõe limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e criar um fundo de 100 bilhões de dólares anuais para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem e combaterem a mudança climática, a partir de 2020. Reportagem de Matthias Williams, da Reuters.
O ministro indiano do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, disse ao Parlamento que a associação formal ao documento de três páginas irá “fortalecer nossa posição de negociação a respeito da mudança climática”.
Já o negociador chinês, Su Wei, enviou ao Secretariado de Mudança Climática da ONU uma carta de uma frase, na qual autoriza a entidade a “proceder à inclusão da China na lista”.
Alguns países em desenvolvimento relutavam em se associar formalmente ao tratado por temerem que isso esvazie o Protocolo de Kyoto, que vigora até 2012 e atribui aos países ricos o ônus de liderar o combate à mudança climática. As negociações para um novo tratado climático de cumprimento obrigatório continuam, com a expectativa de que sejam concluídas até a conferência da ONU no final do ano no México.
China, EUA, União Europeia, Rússia e Índia são os maiores emissores globais de gases do efeito estufa. Entre eles, só a Rússia ainda não se associou ao acordo.
Ramesh reiterou o apoio moderado da Índia ao documento de Copenhague, lembrando que se trata de “um documento político, não de um modelo para resultados”.
Já os EUA, que querem que grandes países em desenvolvimento assumam obrigações no eventual novo tratado, dizem que o Acordo de Copenhague pode servir de guia para as negociações. Washington defende uma “maior formalização do acordo” na conferência do México.
Os progressos nessa negociação, no entanto, estão parados em parte por causa da demora do Senado dos EUA em aprovar uma lei que eventualmente limite as emissões nos EUA. O presidente Barack Obama defende um corte de 17 por cento até 2020, em relação aos níveis de 2005.
Poucos países querem se comprometer com a custosa mudança para as energias renováveis se os EUA não participarem. O documento de Copenhague foi definido ao final daquela conferência com o aval de EUA, União Europeia e dos grandes países em desenvolvimento reunidos sob a sigla Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), entre outros.
Mas o acordo não foi aprovado em plenário devido à resistência de alguns países, como Sudão, Equador e Venezuela. Ficou decidido, então, que países que desejassem poderiam posteriormente se “associar” ao documento, colocando seu nome no topo do texto.
(Reportagem adicional de Alister Doyle em Oslo)
Reportagem da Reuters, no Estadao.com.br.
EcoDebate, 10/03/2010
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