Estudo do Imazon registra que, em 5 meses, desmate da Amazônia responde por 51 milhões de t de gases-estufa emitidos
Desmatamento na Amazônia, em foto de arquivo
O Desmatamento da Floresta amazônica, registrado entre agosto de 2009 e janeiro deste ano, será responsável pela emissão de 51 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). No período, o desFlorestamento foi de 836 quilômetros quadrados, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon.
Essa taxa de carbono supera, e muito, as Emissões da indústria paulista no ano de 2006, por exemplo, que foi de 38 milhões de toneladas de CO2. As Emissões de gases de efeito estufa provocam o Aquecimento Global. O dado também é 41% maior do que no período anterior (agosto de 2008 a janeiro de 2009), quando foram afetados 36 milhões de CO2. “Dizemos que o carbono foi comprometido ou afetado porque não podemos afirmar que a emissão já ocorreu, se o gás já está ou não na atmosfera. A emissão vai acontecer em algum momento, mas pode ser numa próxima queimada, por exemplo”, explica Carlos Souza Júnior, cientista do Imazon. Reportagem de Afra Balazina , no O Estado de S.Paulo.
A emissão ocorre por meio da queimada da madeira ou da decomposição natural das árvores cortadas. O aumento do Desmatamento acompanhou em menor medida a elevação das Emissões e foi de 22% ao se comparar um período com o outro. Segundo o pesquisador, o fato não é estranho e, na verdade, em alguns casos o Desmatamento pode até mesmo diminuir enquanto as Emissões aumentam.
Isso explica por que ao cortar Florestas mais densas – com maior volume de madeira – as Emissões de CO2 são mais altas. “Na área mais desmatada da Amazônia, na região do Arco do Desmatamento, há menor densidade de carbono. Regiões como a Terra do Meio e Novo Progresso, no Pará, têm estoques de carbono mais elevados”, diz.
Foi a primeira vez que o Imazon incluiu a informação sobre Emissões de CO2 em seu relatório sobre Desmatamento, o Transparência Florestal.
Para calcular as Emissões de carbono que o Desmatamento acarreta, foi necessário fazer um cruzamento de dados. Cada polígono onde houve desmate foi comparado a mapas de Biomassa da Amazônia.
Entraram na conta do “simulador de Emissões de carbono” estimativas para algumas incertezas (um incêndio nem sempre queima toda a Biomassa existente, pois sua eficiência não é de 100%).
“Isso nos deu mais segurança para a modelagem”, diz o pesquisador.
EcoDebate, 04/03/2010
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Caros Amigos,
Lendo o artigo volto a velha discussão, será que, conforme demonstrado no estudo do Imazon, as atitudes e as ações estão realmente melhorando com o tempo? Se estão porque houve um aumento, conforme o estudo, de de 41% na emissão de CO2 decorrente do desmatamento -isso mesmo desmatamento – na Amazônia e, pasmem!!!, essa taxa de carbono supera, e muito, as emissões da indústria paulista no ano de 2006, por exemplo, que foi de 38 milhões de toneladas de CO2. O que está acontecendo? A legislação quanto, principalmente, respeito a reserva legal, a atuação de inumeras Ongs na região e a fiscalização dos orgãos públicos – Ibama, conselhos municipais e etc. – não estão surtindo efeito? Será que o aumento da consciência ambiental e trabalhos de educação ambiental na região não estão funcionando? Assim não adianta a responsabilidade social empresarial de um lado se os agricultores e pecuaristas da região amazônica conseguem colocar o nosso país como o quarto maior emissor de gases do efeito estufa do mundo. São alguns questionamentos – e indignações – que gostaria de dividir com vocês.