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Cientistas do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA(USGS) fazem novo alerta sobre degelo na Antártida

Mapa demonstrando a redução da plataforma de gelo

Mapa demonstrando a redução da plataforma de gelo. Para acessar o mapa no tamanho original clique aqui.

A mudança climática está acabando com as plataformas flutuantes de gelo em torno da Península Antártica, permitindo que os cientistas prevejam o que poderia acontecer se outras plataformas de gelo do continente desaparecerem, disse na segunda-feira o Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS).

O gelo já apresentou tamanho recuo que a ilha Charcot, durante muito tempo conectada à península por uma ponte de gelo, voltou a ficar realmente ilhada no ano passado, segundo uma cientista do USGS. Reportagem de Deborah Zabarenko, da Reuters, com informações complementares do EcoDebate.

“Esta é a primeira vez desde que as pessoas vêm observando a área, desde o século 19, que essa plataforma de gelo não une a ilha Charcot à península”, afirmou a cientista Jane Ferrigno por telefone.

A Península Antártica é uma protuberância do continente circular na direção da América do Sul, e é mais quente do que o restante da Antártida.

O USGS foi o primeiro instituto a provar que todas as frentes de gelo na parte sul da península recuaram no período de 1947 a 2009, sendo que as mudanças mais dramáticas se deram desde 1990.

Um estudo do fenômeno pelo USGS, em colaboração com o Departamento Britânico de Pesquisas Antárticas e com assistência do Instituto Scott de Pesquisas Polares e do Instituto Federal de Cartografia e Geodésia da Alemanha, foi publicado em fevereiro no endereço http://pubs.usgs.gov/imap/i-2600-c/; uma nota à imprensa foi divulgada na segunda-feira.

As plataformas de gelo funcionam como represas que impedem as geleiras continentais de fluírem desimpedidas para o mar. Se todo o gelo sobre a terra antártica derreter, os cientistas estimam que o nível global do mar subiria de 65 a 73 metros, segundo o estudo. Se apenas o gelo da Antártida Ocidental derreter, a elevação dos mares seria de cerca de 6 metros, já suficiente para ameaçar localidades litorâneas e ilhas baixas.

Segundo Ferrigno, o gelo que está sobre a Península Antártica não é suficiente para elevar perceptivelmente o nível do mar. Mas o desaparecimento dramático das plataformas de gelo poderia dar uma pista sobre o que acontecerá se as geleiras puderem escorrer para o mar. De acordo com Ferrigno, a capa de gelo da Antártida contém 91 por cento do gelo de geleiras da Terra.

Ao contrário do que acontece no continente antártico, o gelo que cobre grande parte do oceano Ártico não contribuiria com a elevação do nível dos mares se derretesse, da mesma forma que o derretimento de um cubo de gelo num copo d’água não faz o copo transbordar.

Tanto o Ártico quanto a Antártida, no entanto, têm grande impacto sobre o clima em partes temperadas do planeta.

O relatório “Coastal-Change and Glaciological Map of the Palmer Land Area, Antarctica: 1947—2009” e seus respectivos mapas estão dispoíveis para acesso integral clicando aqui.

O podcast “Disappearing Ice Shelves on Antarctic Peninsula”, com a pesquisadora Jane Ferrigno está disponível clicando aqui.

Reportagem da Reuters, no UOL Notícias.

EcoDebate, 23/02/2010

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