EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Artigo

O ano de 2010 e o futuro do rio São Francisco, artigo de João Suassuna

[EcoDebate] Temos escrito muito sobre o projeto da transposição do rio São Francisco. Nos últimos 15 anos, entre entrevistas e artigos, foram cerca de 80 textos publicados, os quais se encontram circulando na internet.

Durante todo esse tempo, temo-nos posicionado contrários à execução da obra, por entendermos existir um indesejável risco hidrológico no rio, o que irá dificultar a realização de projetos como esse. Entendemos, também, que o Nordeste possui muita água acumulada em suas represas, em volumes suficientes para o atendimento das necessidades das populações, não se justificando a realização de um projeto que irá retirar volumes do São Francisco, a cerca de 500 km do local do consumo. Além do mais, existem estudos que atestam que o Velho Chico está diminuindo de volume, o que irá exigir uma atenção redobrada quanto à utilização de suas águas, situação esta agravada ainda pelos usos conflituosos já praticados no caudal e pelas adversidades encontradas no ambiente natural da região, principalmente aquelas relativas ao clima (semiárido) e à geologia (escudo cristalino) de sua bacia.

Antes mesmo do início da operação do projeto, as condicionantes acima mencionadas já estão fazendo com que o rio apresente severas limitações quanto aos fornecimentos volumétricos ao qual é submetido, o que tem prejudicado sobremaneira a implantação de importantes projetos de irrigação ao longo da sua bacia, a exemplo, entre outros, do Jaíba (MG), Baixio de Irecê (BA), Pontal (PE), Salitre (BA) e, sobretudo, a conclusão da motorização, pela Chesf, das usinas hidrelétricas de Itaparica e Xingó. Sobre essa questão, segundo citações em estudos realizados pela Universidade de São Paulo, caso haja a conclusão dessa motorização, o rio não terá volumes suficientes para gerar energia com as novas máquinas instaladas. Portanto, entendemos que, uma vez em operação, o projeto da transposição causará, no rio, uma situação insustentável, impossibilitando-o, inclusive, de fornecer os volumes que serão exigidos pelo projeto. Em nossa ótica, com a transposição em operação, o que realmente as autoridades irão conseguir é armar uma bomba relógio na bacia do São Francisco, a qual irá pipocar por esses dias.

Além do mais, dentre outros problemas, ainda devem ser considerados os seguintes:

– os de geração de energia elétrica ocorridos em 2001, período no qual o rio apresentou baixos volumes, havendo necessidade, inclusive, de se proceder ao racionamento de energia;

– a gestão volumétrica praticada a jusante de Sobradinho (cerca de 1.100 m³/s), para a sua recuperação após ter possibilitado a geração de energia para satisfação das demandas do Nordeste e o envio de excedentes para o Centro-Sul do País, contrariando, inclusive, as determinações do IBAMA, que havia estabelecido uma vazão mínima, em sua foz, de 1.300 m³/s;

– a questão da péssima qualidade das águas do rio, a exemplo do que vem ocorrendo na cidade de Januária, em Minas Gerais, localizada às margens do São Francisco, cuja população vem sendo abastecida através de poços tubulares, em virtude de a água do rio, naquela localidade, apresentar-se imprópria para o consumo humano;

– o problema da diminuição das suas vazões de base, consequência direta do uso indiscriminado de sistemas de irrigação de alto consumo hídrico (pivô central), principalmente com as culturas da soja e do café, nas regiões norte de Minas Gerais e oeste da Bahia, sobre o aquífero Urucuia, uma das principais fontes mantenedoras das vazões do rio São Francisco. O resultado disso ficou evidenciado na diminuição dos lançamentos volumétricos de Sobradinho para as regiões do Sub-médio e do Baixo São Francisco (a represa de Sobradinho foi construída pela Chesf para regularizar a vazão média dessas regiões em cerca de 2.060 m³/s), atingindo valores médios, em sua foz, da ordem de 1.850 m³/s.

Ainda sobre a problemática ambiental do projeto, vale a pena destacar a questão da dificuldade de se encontrar áreas potencialmente aptas para irrigação ao longo dos canais (há pretensões das autoridades em irrigar cerca de 350 mil ha). Sob esse aspecto, há estudos que atestam a existência de baixos percentuais de ocorrência de tais áreas no Nordeste. Alvargonzalez, por exemplo, em seu livro O Desenvolvimento do Nordeste Árido, 1984, acha que essas áreas não devem ultrapassar 2.500.000 ha (já incluído aí o potencial irrigável do rio São Francisco). Ora, essa é uma área muito pequena em termos proporcionais (25.000 km²), representando percentuais inferiores a 2%, se considerada a área do Nordeste, sob jurisdição da extinta SUDENE, de cerca de 1.600.000 km². Esse baixo percentual é devido, principalmente, às características dos solos da região (escudo cristalino), bem como à quantidade e qualidade de suas águas. Definições urgentes, de propostas para o desenvolvimento dos 98% restantes da área, são importantes e oportunas.

Por outro lado, nas regiões por onde estão sendo construídos os canais do projeto, já foi identificada, pelos ambientalistas, a formação de núcleos de desertificação (Cabrobó é um deles). Portanto, as ações do Exército Brasileiro na construção dos canais naquela localidade estão, pura e simplesmente, agravando um problema que já se encontra em curso. Além do mais, vale ressaltar as conseqüências resultantes da delimitação das áreas criadas pela construção dos canais da transposição na vida silvestre da região setentrional nordestina. Cortando o estado de Pernambuco de norte a sul, em dois pontos distintos (eixos Leste e Norte), e sendo cada canal projetado para ter 25 m de largura, as dificuldades ou mesmo o impedimento do trânsito dos animais naquelas áreas (excetuando-se as aves) são ditos como certos. Os espelhos d´água formados pelos canais irão funcionar como verdadeiras armadilhas para os animais na tentativa de ultrapassá-los. A conseqüência disso é que a maioria das espécies ficará confinada em três áreas distintas na região: a primeira, situada à margem direita do eixo Leste até o litoral; a segunda, entre a margem esquerda do eixo Leste e a margem direita do eixo Norte e a terceira, entre a margem esquerda do eixo Norte até os limites dos estados do Piauí e da Bahia. Portanto, a vida dos animais silvestres no setentrional nordestino terá dois momentos distintos: o antes e o após a construção dos canais da transposição.

Realmente, custa-nos entender as razões alegadas pelas autoridades do setor elétrico, ao afirmarem que o rio São Francisco vem operando dentro de uma “faixa de segurança”, faixa essa que irá possibilitar, inclusive, a execução da obra transpositória sem maiores transtornos ambientais. Talvez o melhor indicador para se avaliar essas questões, seja a insatisfação dos habitantes da região, principalmente dos barranqueiros, indígenas e quilombolas, ao constatarem a situação de um rio correndo com pouca água, e serpenteando em um leito completamente assoreado.

Diante de tudo isso, chegamos à conclusão de que o presidente Lula foi muito mal assessorado nas questões ambientais em seu governo, ao priorizar a transposição do rio São Francisco para o agronegócio e uso industrial, ao invés de utilizar suas águas para fins de abastecimento humano e animal. A existência de alternativas economicamente mais viáveis e de maior abrangência social, a exemplo do Atlas Nordeste de abastecimento urbano, nos dá essa certeza. Sob esse aspecto, não temos a menor dúvida em afirmar que o projeto da transposição ora implantado foi o maior equívoco cometido em seu governo e que ele ficará com a dívida do abastecimento hídrico perante o povo nordestino.

E quais as perspectivas do projeto da transposição para o ano de 2010, em cujo mês de outubro haverá eleições presidenciais?

Dos prováveis candidatos à presidência, entendemos que três deles (Dilma Rousseff, Ciro Gomes e Marina Silva), se eleitos forem, darão continuidade ao projeto da forma como foi concebido, por razões óbvias: os três participaram ativamente da sua implantação no governo Lula, tendo, inclusive, a ex-ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, afirmado que o mesmo era ambientalmente seguro. Como “ambientalmente seguro”, se o projeto está sendo executado em um rio cujo saldo de sua vazão alocável (utilizada para fins consuntivos) é de apenas 25 m³/s, volume esse bem inferior à demanda média do projeto, que é de 65 m³/s e que pode atingir vazões de até 127 m³/s?

Já o governador José Serra para nós é uma incógnita. Com o baixo percentual de votos obtido no Nordeste no último pleito presidencial, o mesmo passou ao povo nordestino a imagem de um político com baixo compromisso para com a região. Mas, se chegar a ser eleito, é o único que poderá resgatar sua imagem perante a população e reverter o processo equivocado de uso das águas da transposição, fazendo com que elas sejam utilizadas, realmente, para fins de abastecimento do povo. Essa nossa constatação prende-se ao fato de José Serra ser correligionário de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República que foi convencido pelo seu então ministro de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, a arquivar o projeto da transposição em seu governo. Diante de um apagão de grande monta, FHC não teve dúvidas em arquivá-lo, por julgar não existir, no rio São Francisco, volumes suficientes para, concomitantemente, atender as necessidades hídricas do povo nordestino e gerar energia elétrica.

No entanto, se eleito, José Serra terá que redirecionar algumas ações desenvolvimentistas para a região, notadamente aquelas voltadas para a convivência com o Semiárido.

Sobre esse assunto, em setembro de 2008, participamos de uma Caravana em defesa do rio São Francisco e do Semiárido, a qual discutiu o projeto da transposição em 11 capitais brasileiras e algumas cidades do sertão nordestino. Mereceu destaque, nessa iniciativa do Projeto Manuelzão, a elaboração de uma carta, da qual fomos signatários e que foi entregue ao presidente da República, reivindicando uma proposta alternativa para a realização do projeto em bases adequadas às possibilidades do rio e necessidades do povo nordestino. A proposta contou com 7 itens, conforme relacionados a seguir:

1- adução de 9 m³/s para os estados de Pernambuco e Paraíba redimensionando o projeto do eixo Leste (atualmente de 28 m³/s), através de termo de ajustamento de conduta entre o empreendedor e o Ministério Público Federal com interveniência dos estados da bacia, do estado da Paraíba e do Comitê de Bacia do Rio São Francisco;

2- suspensão do eixo Norte da transposição;

3- adoção das obras previstas no Atlas do Nordeste de Abastecimento de Água que ainda não estão contempladas no PAC, com ênfase para o oeste do estado do Ceará e Sertão central/Inhamuns;

4- incremento do apoio da União à introdução de tecnologias que garantam o abastecimento de água e produção da população que reside no meio rural do Semiárido brasileiro;

5- apoio à revitalização das bacias hidrográficas dos rios Jaguaribe, no Ceará, e Piranhas-Açu, no Rio Grande do Norte;

6- apoio técnico-político ao Comitê de Bacia do São Francisco para elaboração do Pacto de Gestão das Águas do São Francisco, com inclusão imediata do atendimento às demandas para abastecimento humano do estado da Paraíba e consideração dos pleitos dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte para abastecimento humano e dessedentação de animais e;

7- coordenação, pela União, da elaboração de um Plano de Desenvolvimento para todo o Semiárido brasileiro, sustentável e socialmente inclusivo.

A aquiescência a essa proposta da Caravana possibilitaria ao governador José Serra uma ótima oportunidade de modificar a sua imagem perante o povo do Semiárido e dar novos rumos ao projeto da transposição.

De resto, faltaria apenas encontrar alternativas tecnicamente viáveis para o uso das terras marginais aos canais, os quais já estarão em fase bem adiantada de construção até o final de 2010. Sob esse aspecto, a nossa proposta é a de que sejam interrompidos os trabalhos de construção destes, no estágio em que se encontrarem, e que se dê sequência ao projeto por mecanismos de adução de águas (uso de tubulações). Essa sugestão, além de possibilitar o uso da água de forma mais coerente para o abastecimento humano e animal nas regiões agrestes dos estados da Paraíba e de Pernambuco, minimizaria os problemas da intensa evaporação a que serão submetidas as águas correndo, a céu aberto, no interior dos canais já construídos, pois a água entubada não evapora. Para efetivação do uso agrícola das áreas próximas a estes, proporíamos uma articulação com a Embrapa-Solos para a realização de estudos de aptidão desses solos. Mesmo com a certeza da existência de baixos percentuais com possibilidades de serem irrigados, o mapeamento de áreas com manchas de aluviões sobre o embasamento cristalino, capazes de produzirem sob regime de irrigação, seria uma saída honrosa para se justificar a construção dos canais nas dimensões propostas pelo projeto, intencionalmente concebidos para a passagem de expressivos volumes de água para o atendimento do agronegócio e de usos industriais.

Recife, 19 de fevereiro de 2010.

João Suassuna, Eng° Agrônomo e Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, é colaborador e articulista do EcoDebate.

EcoDebate, 22/02/2010

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta utilizar o formulário abaixo. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.

Participe do grupo Boletim diário EcoDebate
E-mail:
Visitar este grupo

8 thoughts on “O ano de 2010 e o futuro do rio São Francisco, artigo de João Suassuna

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Meu caro João Suassuna:
    Você continua um decidido combatente do projeto de transposição de águas do rio São Francisco.
    O amigo percebe, no entanto, que o projeto, no ponto em que está, é irreversível. Constato isso em sua observação com relação aos canais: “a nossa proposta é a de que sejam interrompidos os trabalhos de construção destes, no estágio em que se encontrarem, e que se dê sequência ao projeto por mecanismos de adução de águas (uso de tubulações)”.
    Quero parabenizá-lo pela iniciativa. Também apoio a interrupção dos canais, mas minha proposta é diferente, pois o uso de adutoras, a meu ver, tem o grave inconveniente de não permitir alteração na vazão de transposição. Como o amigo relatou, há momentos em que a vazão de Sobradinho cai muito, já tendo ocorrido oportunidades em que a vazão na foz do São Francisco se reduziu a 1.100 m3/s. Por outro lado, devido à devastação de sua mata ciliar, há momentos em que a vazão do rio sobe muito, chegando a ultrapassar 5.800 m3/s, como ocorreu na enchente de 2007. O projeto prevê que a vazão transposta leve em consideração as variações de vazão na calha do rio.
    O amigo defende a construção de adutoras alegando que os canais vão confinar os animais entre eles e o litoral. Acontece que a distância entre o canal leste e o litoral, entre os canais norte e leste e entre o canal norte e a divisa com a Bahia e o Piauí é muito grande. Em outras regiões do Brasil, a distância entre rios é muito menor e, nem por isso, os animais se sentem confinados entre eles.
    A melhor solução, a meu ver, é a substituição dos canais por rios artificiais, o que vai trazer um grande benefício ao ecossistema local.
    Você chama a atenção para os núcleos de desertificação que já se observam no Nordeste Setentrional. Tais núcleos se dissiparão com a passagem dos rios artificiais e o plantio de mata ciliar em suas margens.
    Além disso, a lenta infiltração de parte da água de transposição vai recompor o lençol freático às margens desses rios, permitindo que as pessoas que habitarem as terras desapropriadas possam retirar água de seus poços durante todo o ano.
    Portanto, meu caro João, parabenizo-o pela iniciativa em propor a interrupção dos canais de transposição, mas sugiro que faça uma comparação de custo-benefício entre adutoras e rios artificiais.
    Um abraço.

  • Suassuna: além dos canais que se destinsm a levar água para uma região com muita ásgua, outros canais estão em curso: canal Alagoano, canal do sertão pernambucano. O canal do sertão de pernambuco, com abrangência e, 16 Municípios, é muito mais preocupante. Outra questão que irá trazer sérios problemas é a transnordestina que irá atingir uma área já extremamente agravada pela exploração do gesso e, mais adiante, com a exploração de minério de ferro.
    Casali, Derli – MPA

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Prezada Derli Casali:
    Há um engano sendo disseminado na Internet de que o Nordeste Setentrional tem muita água. Certa vez, minha amiga Carol Salsa, recentemente falecida, brincou com essa notícia: disse que as empresas de turismo estão dormindo no ponto. Por que não organizam excursões para o agreste pernambucano (a região de maior déficit hídrico do país) para os turistas curtirem as cachoeiras e nadarem nas águas abundantes da região? Somente precisam tomar cuidado para não espetar os pés nos cactos e nos mandacarus.
    A lenda de que o Nordeste Setentrional tem muita água surgiu com uma observação em um dos muitos debates sobre a transposição do Rio São Francisco. Foi lembrado que a precipitação média na região é de apenas 600 mm por ano, chegando a evaporação a 2.000 mm por ano. Alguém fez, então uma conta: como o Nordeste tem cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados, o volume de precipitação anual é 600 mm x 1.000.000 km2 = 600.000 m3 por ano.
    Daí para a frente, ao invés de citar os irrisórios 600 mm de precipitação anual, os adversários da transposição passaram a citar os 600.000 m3 por ano ou os 37 bilhões de m3 de açudes, como se o simples fato de existir o açude significasse que existiria água armazenada nele durante todo o ano.

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Desculpe a falha.
    600 mm x 1.000.000 km2 = 600 bilhões de m3 (por ano).
    Isso significa que, se em vez de 1 milhão de km2, o Nordeste tivesse 2 milhões de km2, a precipitação anual seria de mais de 1 trilhão de m3/ano.
    E sem alterar as condições hídricas da região.

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Com relação à confusão que se faz quando se trabalha com números grandes, reproduzo frase de artigo do renomado Sylvio de Queirós Mattoso: “O subsolo do Nordeste acumula cento e trinta e cinco (135)
    bilhões de metros cúbicos de água dos quais podem liberar anualmente vinte e sete (27)
    bilhões de metros cúbicos, com recarga garantida”. Ao invés de falarmos em bilhões de metros cúbicos, o que pode confundir o leitor, vamos transformar esse volume em altura de água, como fazem os hidrólogos, que jamais falam que choveram tantos metros cúbicos de água, mas que se precipitaram tantos milímetros. É mais fácil de entender e de avaliar o resultado.
    Pois bem, 27 bilhões de metros cúbicos por ano equivalem a 27 mm/ano de água, considerando que a área do Nordeste seja de, aproximadamente, 1.000.000 de km2.
    Portanto, a falácia de que o subsolo do Nordeste seja muito rico em água cai por terra mediante uma simples análise dos números.

Fechado para comentários.