MPF/PB e SaferNet divulgam resultado de pesquisa sobre segurança na internet
Imagem: SXC.hu
Divulgação ocorreu durante entrevista coletiva por ocasião da comemoração do Dia da Internet Segura
O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB) divulgou ontem, 9 de fevereiro, o resultado da pesquisa realizada pela SaferNet Brasil, feita com educadores e alunos do ensino fundamental e médio em 2009. A divulgação foi feita na sede da Procuradoria da República na Paraíba (PR/PB), pelos procuradores da República Rodolfo Alves Silva e Victor Carvalho Veggi, durante entrevista coletiva, por ocasião da comemoração do Dia da Internet Segura.
A pesquisa, denominada “Hábitos de navegação na internet: será que nossos alunos e educadores navegam com segurança na internet no estado da Paraíba?”, realizada entre os meses de abril e setembro de 2009, ouviu 198 alunos, com idades entre 10 e 17 anos, e 62 educadores.
De acordo com a SaferNet, o objetivo da pesquisa foi identificar os principais hábitos e vulnerabilidades de crianças e adolescentes quando estão online, como também identificar qual é o grau de informação e engajamento dos educadores em relação aos perigos online, bem como conhecer que tipo de atividades pedagógicas estão sendo desenvolvidas para estimular o uso seguro e responsável da internet.
Estudantes – Segundo os dados colhidos, 24,68% dos alunos afirmaram que usam o computador no próprio quarto, o que significa um fator de risco, visto que não há adultos e familiares de confiança próximos para acompanhar a navegação. Em segundo lugar ficou o computador da família em área comum da casa, com 24,03%. Em terceiro lugar vem a lan house, empatada com a escola, com 18,18%.
Os estudantes também disseram que ficam, em média, de uma a três horas diárias conectados, de onde se pode inferir, de acordo com análise da SaferNet, que o uso da internet é bastante intenso e está sendo incorporado gradativamente ao cotidiano dos alunos.
A pesquisa também chama atenção para o fato de 60,39% dos alunos admitirem que os pais não impõem limites para a quantidade de tempo de navegação na internet, tendo 45% deles admitido que ficam mais tempo online do que deveriam. A maior parte dessas horas em frente ao computador é gasta em sites de relacionamento, seguidos pelos comunicadores instantâneos, ouvir músicas e assistir a filmes, jogos e e-mail. Entre os sites de relacionamento, o Orkut é o líder absoluto da preferência de mais de 80% dos estudantes. Apesar de o Orkut ser restrito para menores de 18 anos, cerca de 50,65% dos participantes afirmaram que se cadastraram sozinhos nesse tipo de site.
A pesquisa revelou que é grande o número de informações pessoais que os alunos divulgam na internet sem compreender o risco que isso significa para sua privacidade e segurança. Cerca de 76,62% deles já compartilharam o próprio nome na internet; 62,34% já divulgaram fotografias; 53,25% informaram a data de aniversário e 46,75% divulgaram o sobrenome.
Os dados apontam que 33,77% possuem mais de 30 amigos que conhecem apenas pela internet e 20,13% dos alunos admitiram que já namoraram ao menos uma vez pela internet. Cerca de 14,94% deles afirmaram que já publicaram fotos íntimas na internet, o que denota um comportamento de alto risco para a segurança e saúde dos adolescentes que se arriscam com estranhos e expõem a intimidade no espaço público que é a internet.
Ciberbullying- Com relação ao ciberbullying (conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos praticados através da internet), apesar de apenas 5% dos alunos terem respondido que já foram vítimas desse tipo de agressão, 45% deles afirmaram ter um amigo que sofreu o ciberbullying ao menos uma vez.
Sobre segurança na internet, os dados mostram que 44,81% dos estudantes pesquisados não conhecem nenhum dos programas de proteção atualmente disponíveis, sendo que 35,29% dos alunos acham que deveriam ser ouvidos mais em relação às medidas de proteção que devem adotar. Cerca de 69% dos alunos gostariam de ter um canal online para tirar dúvidas e receber orientações sobre segurança na internet.
Educadores – Entre os professores, 83,78% usam a internet todos os dias e acessam principalmente na escola e em casa, no computador da família. As atividades preferidas pelos educadores diante da internet são lideradas pelas pesquisas e estudos (84%), uso do e-mail (64%) e busca por atualidades (63%).
Dentre as atividades preferidas na internet, 79% dos professores responderam que usam sites de relacionamento, especialmente o Orkut, preferido por 91% dos participantes da pesquisa. 60% deles também afirmaram que possuem ao menos um amigo que conheceram pela internet e 25,58% possuem mais de onze amigos virtuais.
Um dado que chama a atenção é o fato de que metade dos entrevistados informou que já ter compartilhado fotos na internet. Cerca de 39,53% deles já divulgaram o sobrenome e 41,86% a data de aniversário.
Segundo a pesquisa, apenas 16% dos educadores já se arriscaram a ter um contato presencial com amigos virtuais e 33% deles admitem que se arriscariam a encontrar um amigo conhecido através da internet, desde que outro amigo de confiança soubesse do encontro. No entanto, cerca de 77,4% dos educadores conhecem alguém que já se encontrou com amigos virtuais.
Medidas de proteção – Para 80% dos educadores que responderam a pesquisa, é urgente a necessidade de as escolas tratarem o tema segurança na internet constantemente e não de forma pontual. Cerca de 67,44% discutem em sala de aula os efeitos das tecnologias na vida dos alunos. Já para 74,42% é urgente a necessidade de capacitação para que os educadores aprendam melhor a usar as tecnologias, sendo que 90,7% deles gostariam de receber orientações e sugestões de material sobre segurança na internet.
A pesquisa encontra-se disponível para consulta no site da Procuradoria da República na Paraíba.
Informe da Procuradoria da República na Paraíba, publicado pelo EcoDebate, 10/02/2010
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