A ‘praga’ da soja e a síndrome de ‘Pedro Bó’, artigo de Américo Canhoto
Soja. Foto: Embrapa
[EcoDebate] Ninguem representa melhor a opinião publica brasileira do que o personagem “Pedro Bó”. Será?
As pessoas comuns são, a cada dia, invadidas por informações lotadas de interesses; especialmente o $.
Na vida contemporânea, sem dúvida, as informações científicas a serviço da indústria e do comércio são as mais perigosas para nossa sanidade – e – a do planeta que no momento possui alguns inimigos de peso como as monoculturas de soja, cana e criação de gado; dentre outras.
Nesta época de aceleração das experiências: causa e efeito; já está quase saindo na mesma foto – claro que com isso, várias antes verdades científicas incontestáveis estão indo pro ralo, prá lixeira. – Nossa mas era tão recomendado isso!
“Verdades”, que antes, forçadamente, eram consideradas científicas; do tipo: se não tomar todo dia seu leitinho vai ficar com os ossos fraquinhos – vai parecer uma velhinha com osteoporose; na atualidade estão fora do contexto. Explico; nada contra a ciência; ao contrário; o problema é que sempre fixamos um foco; e então, nós esquecemos o resto; daí que as verdades são quase sempre meias verdades ou até pontos de vista que, quando contaminados pelos interesses tornam-se perigosos na forma de velhos hábitos e até de cacoetes científicos.
Talvez em virtude do ritmo de vida anterior havia mais tolerância a tudo que infringisse alguma lei da natureza; era raro ouvir falar sobre intolerância a isso ou aquilo – ou o próximo passo: na esteira vêm alergias e outros problemas mais graves – Na atualidade a intolerância é uma constante até no comportamento; a impressão que temos é que a maioria está com os nervos á flor da pele; sendo uma das maiores causas de violência e agressões.
Por exemplo, sempre fomos pouco tolerantes com relação á lactose por se tratar de um leite de outra espécie e pela infração á lei natural dos mamíferos: o desmame não efetuado; mas ela nunca foi tão noticiada e comentada como na atualidade.
Na vida não há coisas totalmente boas nem absolutamente ruins – Em tudo deve ser considerada a relação custo/benefício – Na vida contemporânea já se lança no mercado produtos que fazem questão de afirmar que, não contêm lactose para evitar ou até para ajudar a curar doenças como alergias – Mas, o assunto do nosso bate papo não são os problemas do consumo de leite e derivados – mas a soja – Então: Se você decidir cortar a lactose, o leite de arroz ou de outros cereais pode ser um substituto mais adequado; pois o leite de soja, principalmente para homens não é indicado. Claro que nem sempre os efeitos da intolerância e da alergia são perceptíveis de imediato; pois cada organismo tem seu nível de tolerância e forma de reagir – há pessoas que tomam leite de soja e não enfrentam nenhum efeito colateral imediato; mas num longo prazo torna-se complicado ligar um fato a outro – Mas quem sabe o Viagra não tenha como grande aliado o uso de leitinhos de soja que os marmanjos usam – Quem sabe? – Claro que, quem toma habitualmente não vai logo começar a falar fino nem a sentir uma irresistível vontade de fazer xixi sentado – mas, se algo acontecer veja o lado bom: pode deter a calvície ligada ao excesso de testosterona. Nesta vida de “Pedro Bó” perde-se uma; ganha-se outra – com isso a indústria dos efeitos colaterais está com a corda toda; levando “royalites” em cima de “royalites”.
Em quem acreditar sobre benefícios e malefícios?
Complicado para nosso DNA de “Pedro Bó”; pois nesse imbróglio científico e cultural, um dos nossos problemas é a vocação para sermos cobaias – Exemplo, a soja é recomendada para tratar os efeitos da menopausa; até aí tudo bem! – Mas – Por quê? – Será pelo fato de possuir grande quantidade de isoflavonas precursoras do hormônio feminino? – Parece que começamos a lidar com um problema que vai deixar os pais machões em polvorosa: estamos convivendo com a primeira geração dos viciados em leitinho e suquinho á base de soja; ao invés de beber água – Será que o aumento de garotos jeitosos, efeminados (nada a ver com homossexuais – isso é uma escolha do uso da sexualidade cada vez mais respeitada) e que tendem a desenvolver mais doenças como diabetes, câncer de mama, doenças da tireóide; será que isso tem a ver com a ingestão dos hormônios femininos da soja e da carne de frango? – E o aumento da incidência de câncer de mama nas mulheres tem algo a ver? – Quem sabe? – Mas quem está sorrindo de cabo a rabo é a indústria da beleza e dos cosméticos; pois o mercado se expandiu e diversificou; pois nunca se viu tantos machões preocupados com sua belezura.
Brincadeiras de “Professor Raimundo” á parte:
O que fazer?
Em países onde o raciocínio crítico é mais desenvolvido começam a surgir fortes restrições á indústria da soja – e – lá não entram no mercado, produtos para bebês, crianças e gestantes à base de soja – somente agora a “ciência” (a mesma que diz que pode; e, é bom; para depois; se desmentir – mas, sempre se dão bem; pois nossa memória é muito curta em todos os sentidos; até a memória política) – mas, e o que fazer com as cobaias anteriores que se deram mal? Olá “Pedro Bó”! – A ciência a serviço da indústria não está nem aí prá elas – que reclamem ao papa; pois a paquidérmica justiça de alguns países leva tudo para ser resolvido do outro lado da vida – e na aparente; sua própria contramão de interesses – ela está apenas começando a desvendar os efeitos num prazo mais alongado do uso abusivo e indiscriminado da soja; para depois recomendar e vender outro produto para compensar seus efeitos colaterais.
Claro que algumas mentes científicas da hora voltadas para o $ vão inventar novos usos para o produto – coisas modernosas como produtos para acentuar o lado feminino dos ainda homens – e – coisas do gênero de uso comercial dos efeitos colaterais de remédios e venenos.
Mas, a encrenca não fica nesse quesito apenas hormonal; outro grave problema é o nível de toxinas; que em estudos feitos por diversas universidades ao redor do mundo, tem se demonstrado perigosas para o nosso corpo. Estas toxinas são produzidas e potencializadas durante o processo de industrialização dos grãos de soja, que em sua forma natural, são de digestão difícil pelo corpo humano. Mesmo após a industrialização do grão, ainda assim, ele é mal digerido pelo corpo, além de conter todas as toxinas decorrentes do processo; especialmente o óleo. Sabe como se produz o óleo de soja e outros? – Vá verificar (depois dê uma passadinha pela construção das margarinas).
Trabalhos científicos mostram que suas proteínas são capazes de acentuar processos alérgicos; algumas pessoas são até mais alérgicas ás proteínas da soja do que á lactose.
Não fosse ela um alimento complicado para uso em larga escala; ainda há o sério problema das sementes transgênicas – segundo alguns comentários de cientistas a mudança no DNA da soja transgênica poderá até ser capaz de esterilizar as pessoas – algo que poderá ser comprovado quando a segunda ou até a terceira geração dos consumidores de soja transgênica se tornem estéreis – Pode ser apenas especulação; mas quem sabe? – Quem quer pagar para ver? – Com certeza muitos “Pedro Bó”– Talvez os mesmos que querem comprovar; se realmente o hábito de fumar produz todas as doenças que são veiculadas na mídia.
Mas, mestre Raimundo! – Se a soja é tão ruim assim, como então você só ouve coisas boas sobre ela? – Pedro Bó; com que freqüência você lê publicações científicas sobre o assunto? – Em quais pode confiar? – A indústria da soja é muito poderosa e rica – E as Universidades e centros de pesquisa sérios não saem fazendo propaganda de suas descobertas e estudos! Eles apenas publicam seus trabalhos e quem estiver interessado lê – “Pedro Bó”. Mas, a grande multidão de “Marocas” que é bombardeada pela propaganda da soja não tem capacidade de raciocínio crítico; e outra parte não está interessada nem quer saber de nada! – Seremos vítimas “Professor Raimundo”? – Claro que na maioria das vezes, não; “Pedro Bó”! – Mas até certo ponto; pois somos desinformados de forma voluntária a respeito de tudo que não queremos saber! – não estamos nem aí!
Como alimento básico da dieta ela deixa a desejar; pois a proteína da soja é incompleta para as nossas necessidades e seus aminoácidos são destruídos durante o processo de industrialização.
Na condição de ecochato e amigo do “Pedro Bó”- eu deixo a questão:
Se a soja e suas proteínas são até certo ponto tóxicas para nosso corpo; a ponto de algumas suspeitas a respeito de ajudar no desenvolvimento de certos tipos de câncer – qual sua utilidade? – Em quem devo acreditar? – Melhor ficar á espreita do que vai acontecer com os outros; pois “onde há fumaça há fogo” diz o ditado popular: daí, quando algum assunto comece a ficar controverso entre vários grupos de interesses – melhor esperar a poeira assentar. No caso da soja; não vou morrer de pronto; se evitar – Vou?
Quanto ao desastre ambiental que a monocultura da soja gera – com a palavra os especialistas. Quanto aos venenos que são usados na sua cultura com a palavra os bioquímicos e os engenheiros agrônomos não comprometidos com a indústria de um dos males do século: o envenenamento químico do planeta.
Mas, o que é a soja transgênica?
Na internet dá prá achar todos os tipos de críticas e defesas – ficamos apenas com o esclarecimento a respeito do que seja.
Vejamos uma delas:
“Ela contém um gen que a protege dos efeitos nocivos do herbicida Roundup (marca comercial da Monsanto para o princípio ativo Glyphosate), o qual funciona como herbicida total (secante que, a princípio, elimina todas as plantas, com exceção das transgênicas). Com isso, é possível a aplicação do Roundup durante a fase de desenvolvimento vegetativo, pois o herbicida elimina as plantas concorrentes e preserva a soja. A “Roundup Ready” (marca comercial da variedade geneticamente modificada pela Monsanto) não é mais produtiva que a convencional, pois ela não possui nenhuma outra qualidade que possa diferenciá-la, com exceção da resistência ao herbicida. A vantagem, segundo os grandes proprietários rurais que a plantaram, é de que seria possível reduzir a quantidade de herbicida, economizando na aplicação do produto, o que poderia diminuir os custos de produção – mas, o que se observa hoje é o contrário. Quem ganha com isso?
A lógica desta tecnologia é a mesma usada na produção da soja convencional, já que ela está baseada na aplicação de herbicida e numa crescente dependência das empresas fornecedoras que, com isso, faturam duplamente: uma com a venda da semente e outra com a venda do herbicida. O que é velho surge com cara de novo e é apresentado como símbolo de progresso e modernidade.
E os riscos tão comentados?
Quando se fala dos riscos, a discussão fica limitada a supostos futuros efeitos da manipulação genética sobre a saúde humana, os quais ainda não estariam confirmados. O perigo da dependência dos agricultores em relação ao monopólio das empresas, que certamente esperam um futuro pagamento de Royalties pela semente, e a incerteza na comercialização, pouco aparecem no debate.
Os efeitos do herbicida Glyphosate sequer são mencionados. Os representantes das empresas fornecedoras do produto alegam, inclusive, que se trata de um “medicamento” inofensivo para animais e seres humanos, o qual, em contato com o solo, se converteria em outras substâncias não tóxicas. Mas, na realidade, isso não confere. Glyphosate é uma substância química desenvolvida a partir do Agente Laranja, usado na guerra do Vietnã. Seus efeitos no Vietnã ainda hoje são visíveis, onde toda uma geração sofre de anomalias congênitas que afetam o normal desenvolvimento de seus braços e pernas. No início dos anos 1990 também foi constatado que o Glyphosate pode se combinar com os nitratos do solo, dando origem a uma nova substância: o nitrosoglyphosato, o qual pode ser responsável pelo surgimento de carcinomas (câncer) do fígado. Os efeitos sobre a saúde e o meio ambiente podem ser, ainda, mais prováveis se considerarmos que a maioria dos rios, fontes de água e solos estão sendo progressivamente contaminados com Glyphosate. Além disso, a transgenia permite que, no caso da soja transgênica, o herbicida seja aplicado sobre as plantas durante sua fase de desenvolvimento vegetativo, deixando resíduos nas plantas que podem repassar a contaminação aos grãos. E, no caso da soja transgênica, é óbvio que tenha sido usado Glyphosate no processo de produção, cujos resíduos podem ser verificados em exames dos grãos. Neste sentido, o temor dos consumidores diante da transgenia pode ser compreendido, pois os riscos inerentes a essa forma de produzir não podem ser subestimados”.
(Extraído da Revista Espaço acadêmico – Ano III – N 25 – Junho de 2003 – artigo de Antonio Inácio Andrioli).
Claro que no jogo de interesses em andamento a opinião publica vai ficar como sempre boiando…
Claro que muita gente iria cobrar – Ficamos devendo a receita do leite de arroz que também pode ser comprado pronto – assim como os de outros cereais.
“Leite de arroz integral
Um poderoso desintoxicante. Os nutricionistas dizem que o leite de arroz “descansa” os órgãos do corpo. Tem proteínas, vitamina B1 e niacina, responsáveis pela transformação das proteínas e carboidratos em energia.
Preparo: Deixe de molho por oito a dez horas, dois copos cheios de arroz. Leve ao fogo com o dobro de água. Exemplo: dois copos de arroz para quatro de água e assim proporcionalmente. O arroz deve ficar ao fogo sob a medida da mão, ou seja, assim que a mão não suportar mais o calor, é hora de desligar e abafar. Bata e coe várias vezes seguidas. Dois copos de arroz rendem meio litro de leite”.
Outras opções de leite de cereal : http://www.chacaradeorganicos.com.br/category/receitas/page/2/.
Essa foi nossa fonte de informação – outras pessoas e empresas fazem o mesmo trabalho; basta pesquisar.
A intenção básica deste bate papo foi a preocupação com o uso abusivo de sucos á base de soja que algumas crianças fazem com o aval dos pais – e do cardápio de lanche das escolas. – assunto a ser discutido com mais seriedade, pois as crianças estão indefesas; frente á mídia e á inércia de raciocínio crítico dos pais.
CHICO ANÍSIO – CADÊ VOCÊ?
Sua escolinha remodelada pode ser a salvação para muitas crianças da atualidade filhos do velho “Pedro Bó” e até os do antigo “Jeca Tatu” do saudoso Lobato; que hoje são pais e dirigentes de escolinhas da vida.
Veja a cena:
“Pedro Bó” – diabético:
“Mas, se não posso comer isso nem beber aquilo vou comer e beber o quê”?
Cuidado “Pedro Bó”; pois a intolerância das pessoas vai atacar a todos, que somos descuidados.
Pensa bem! – Afinal no palco da vida você não é mais um simples personagem; hoje você é o telespectador! – Olha sua responsabilidade!
Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.
* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 26/01/2010
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