Sobrepeso na gravidez pode colocar as crianças em risco, por Henrique Cortez
Sobrepeso na gravidez pode colocar as crianças em risco, por Henrique Cortez
[Ecodebate] Nos últimos anos, nos EUA, tem havido um grande aumento na prevalência de mulheres com sobrepeso e obesidade em idade fértil, com cerca de 51% dos mulheres não-gestantes, com idade de 20-39 sendo, estando classificadas como tendo sobrepeso ou obesidade.
Um novo artigo [Maternal Obesity : Consequences and Prevention Strategies] publicado na revista Nursing for Women’s Health conclui que a obesidade em mulheres grávidas está associada a complicações da gravidez, defeitos de nascimento, bem como um maior risco de obesidade infantil em crianças nascidas de mães obesas.
As pesquisadoras Merrie Rebecca Walters e Julie Smith Taylor, analisaram as possíveis consequências da obesidade materna. Os resultados mostram que as mulheres obesas são mais propensas a ter uma criança com defeito do tubo neural, defeitos do coração, ou anomalias múltiplas, quando comparadas com mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) normal.
Gestantes obesas também possuem maior risco de complicações na gravidez, incluindo o diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia, a indução do trabalho de parto, parto cesárea e hemorragia pós-parto, em comparação com as mulheres grávidas com IMC normal.
Além disso, as informações do artigo explicam que a obesidade entre mães grávidas está ligada à obesidade infantil em seus bebês. A obesidade durante a gravidez mais do que duplica o risco de obesidade em crianças de dois a quatro anos de idade. Além disso, o risco de obesidade em crianças nascidas de mães obesas podem durar até a adolescência, sendo que o risco de obesidade na idade adulta é maior entre crianças obesas.
O artigo enfatiza a necessidade das mulheres consultarem especialistas médicos sobre o que deveria ser seu peso ideal desde a fase de pré-concepção. “Ajudar as mulheres em idade fértil em atingir e manter um peso saudável antes da concepção, potencialmente, poderá minimizar os riscos de saúde para mães e bebês”, observam os autores.
Além disso, dentre as estratégias para quebrar o ciclo da obesidade,os autores incluem e destacam a amamentação. A pesquisa mostrou que as mães que amamentam têm uma perda de peso significativamente maior do que as mães que não amamentam. Além disso, a amamentação pode ser benéfica na redução do ganho excessivo de peso em crianças, reduzindo assim o risco de obesidade na infância e de diabetes tipo 2.
Maternal Obesity : Consequences and Prevention Strategies
Nursing for Women’s Health (p 486-495)
Merrie Rebecca Walters, Julie Smith Taylor
Published Online: Dec 3 2009 2:59AM
DOI: 10.1111/j.1751-486X.2009.01483.x
Por Henrique Cortez, do EcoDebate, 21/01/2010, com informações de Amy Molnar, da Wiley-Blackwell.
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Há alguns anos alertamos para o processo – vale um adendo – o combate á obesidade deve começar na infância – na formação de hábitos alimentares – no momento presente e vai aumentar o problema; pois, pouco ou nada é feito no sentido de mudanças – o cortisol em excesso produzido pelo estresse crônico vai atormentar a vida de muitas pessoas; pois emagrecer e manter o peso adequado nesta cultura em que vivemos é um ato heróico – tão ou mais importante do que deixar de beber, fumar ou usar drogas – no fundo a diferença não é tão grande assim – Este alerta sempre vem a calhar – quem sabe algumas mães que se vangloriam da filha comer como “uma lima nova” – ser boa de boca possam mudar sua visão de mundo com relação ao assunto e tomem atiudes reais de mudança.
Pelo bem da molecada – vamos continuar nossa cruzada e torcer; torcer muito…