Projeto Agrosuíno, da Embrapa Solos, transforma dejetos em fertilizante
Foto: Carlos Dias, Embrapa Solos.
Milhares de toneladas de dejetos animais são produzidas diariamente no Brasil. Esses dejetos normalmente passam por tratamentos sanitários e são posteriormente utilizados como fertilizantes. Contudo, grande parte dos nutrientes presentes nesses dejetos são perdidos, seja por problemas de aplicação, pelo uso desbalanceado, ou pela falta de planejamento correto para seu aproveitamento.
No projeto Agrosuíno, a Embrapa Solos (centro de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, situado na cidade do Rio de Janeiro) em parceria com a Universidade de Rio Verde e com a Perdigão, desenvolveu processo de tratamento dos dejetos da suinocultura e posterior granulação desse material, o que resulta em fertilizante organomineral granulado, para utilização em sistemas de produção de grãos, em plantadeiras tradicionais.
Dessa forma, promove-se o balanceamento correto de nutrientes no fertilizante e, devido ao processo de granulação, o fertilizante pode ser utilizado normalmente, sem a necessidade de equipamentos especiais.
Com isso, ganha o produtor, que agrega valor ao resíduo da suinocultura, ganha a indústria, que permite destino adequado a este resíduo, e ganha a sociedade, com a redução dos impactos ambientais causados pela suinocultura e pela redução da necessidade de importação de insumos minerais não renováveis.
“Vale lembrar que com o desenvolvimento das técnicas de compostagem e granulação, uma nova linha de pesquisa se abre dentro da Embrapa”, diz o pesquisador da Embrapa Solos e líder do Agrosuíno Vinicius Benites. “Com o domínio das bases tecnológicas de produção de fertilizantes organominerais granulados, diferentes inovações podem ser pensadas, como, por exemplo, a associação de micronutrientes aos fertilizantes, utilização de outros resíduos, ou associação de microorganismos funcionais aos fertilizantes”, completa Vinicius. É a pesquisa agropecuária possibilitando o desenvolvimento sustentável e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros.
Embrapa Solos
Contatos: (21) 2179-4578
Texto de Carlos Dias, da Embrapa Solos, publicado pelo EcoDebate, 08/01/2010
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta utilizar o formulário abaixo. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
Participe do grupo Boletim diário EcoDebate |
Visitar este grupo |
“Com isso, ganha o produtor, que agrega valor ao resíduo da suinocultura, ganha a indústria, que permite destino adequado a este resíduo, e ganha a sociedade, com a redução dos impactos ambientais causados pela suinocultura e pela redução da necessidade de importação de insumos minerais não renováveis.”
SERÁ QUE A SOCIEDADE REALMENTE GANHA? E foi esquecido aí o agente principal: o suíno. ele não ganha. muito pelo contrário, continua sendo cruelmente explorado.
E Quando pergunto se a sociedade realmente ganha, peço para que se lembrem das denúncias veiculadas no próprio EcoDebate sobre trabalho escravo em granjas suínas, e que reflitam sobre a saúde da população: comer essa carne suína, produto da exploração cruel, repito, faz bem à sociedade?