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Cerca de 3 mil imóveis podem ser demolidos em Angra dos Reis, por se localizarem em áreas de risco

Angra dos Reis (RJ) - Trabalhos de remoção dos escombros do alto do Morro da Carioca, onde pelo menos 21 pessoas morreram soterradas Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
Angra dos Reis (RJ) – Trabalhos de remoção dos escombros do alto do Morro da Carioca, onde pelo menos 21 pessoas morreram soterradas Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Prefeitura de Angra dos Reis vai instalar sirenes no alto dos morros para alertar sobre chuva

Número de casas demolidas em Angra dos Reis poderá chegar a 3 mil. A estimativa foi feita pela secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, que sobrevoou ontem (6) as encostas do município, inclusive as situadas em Ilha Grande.

Segundo ela, o número exato de casas que serão demolidas será determinado por um mapeamento detalhado, que será feito em parceria com universidades fluminenses. O levantamento complementará o trabalho que técnicos do Instituto Estadual do Ambiente vêm fazendo no município. Hoje, por exemplo, eles estão avaliando possíveis pontos de risco em Ilha Grande.

Segundo a secretária, no entanto, esses especialistas não têm condições de avaliar riscos geotécnicos. Por isso, é necessário fazer o mapeamento em parceria com universidades.

O estudo permitirá o planejamento de ações de curto, médio e longo prazos para evitar novas tragédias no município. Como ações de curto prazo, a prefeitura de Angra dos Reis já iniciou demolições de casas em áreas de risco em morros da cidade.

Cerca de 500 residências deverão ser demolidas nessas regiões. “A partir desse mapeamento, poderemos determinar mais demolições, reflorestamento, drenagem, obras de contenção e um foco muito forte no reassentamento”, disse Marilene Ramos.

Segundo a secretária, os efeitos do decreto estadual de junho de 2009 que favorece a construção em áreas de preservação ambiental da região de Angra dos Reis estão suspensos enquanto o mapeamento das universidades não for concluído.

Prefeitura de Angra dos Reis vai instalar sirenes no alto dos morros para alertar sobre chuva

A prefeitura de Angra dos Reis (RJ) vai instalar sirenes no alto dos morros da cidade para informar a população sobre o nível elevado de chuvas. Segundo o prefeito Tuca Jordão, serão colocados na parte superior das encostas pluviômetros eletrônicos (aparelhos que medem a quantidade de chuva) que estarão ligados a sirenes, para alertar a população quando o nível de chuvas atingir um ponto crítico.

“A um determinado nível pluviométrico, aciona-se a sirene, não para causar pânico, mas para as pessoas saberem: ‘é um alerta, temos que sair da nossa residência’”, explicou.

Tuca Jordão disse que os trabalhos de demolição de casas em área de risco vão continuar e que, de agora em diante, haverá um limite físico estabelecido para as construções em áreas de encostas. Cerca de 500 casas já foram condenadas pela Defesa Civil. Segundo a Secretaria Estadual do Ambiente, esse número pode chegar a 3 mil residências.

O prefeito fez um apelo para que os moradores de áreas de risco deixem suas casas. Um temporal que atingiu o município do sul fluminense entre os dias 31 de dezembro e 1º de janeiro provocou a morte de pelo menos 52 pessoas. Segundo o prefeito, a previsão é que chuvas fortes voltem a atingir o município ao longo dos próximos três meses.

Reportagens de Vitor Abdala, da Agência Brasil, publicadas pelo EcoDebate, 07/01/2010

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