Pesquisa do IBGE revela hábitos, costumes e riscos vividos pelos estudantes das capitais brasileiras
- Mais da metade dos estudantes são inativos ou insuficientemente ativos em termos de atividade física
- Estudantes da rede pública declararam faltar mais às aulas sem autorização dos pais ou responsáveis
- Consumo de guloseimas supera o de frutas frescas
- Feijão é o alimento saudável mais consumido entre os estudantes
- 41,7% dos estudantes não viviam com o pai e a mãe, no conjunto das capitais e DF
- 1/4 das mães de estudantes não tinha qualquer grau de ensino ou tinham fundamental incompleto
- Quase 1/4 dos estudantes já experimentou cigarro
- Quase 20% dos jovens que consumiram álcool adquiriram em supermercados ou bar e 12,6% na própria casa
- Pense verificou que 8,7% dos escolares já usaram alguma droga ilícita
- Cerca de 24% não haviam usado preservativo na última relação sexual
- Insegurança atingia quase 10% dos alunos da rede pública
- 12,9% dos estudantes declararam ter se envolvido em alguma briga no mês anterior à coleta da pesquisa
- Percentual de adolescentes do sexo feminino que escovavam os dentes era superior aos do sexo masculino
- O número de alunos se achando magros era maior que o de se achando gordos
A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense) apresenta informações sobre as condições de vida do estudante, em investigação inédita no IBGE sobre o tema e, também, a primeira na história do Instituto em que os próprios entrevistados responderam ao questionário diretamente no computador de mão. Essa forma de coleta de informações deu privacidade aos informantes para responderem questões sobre família, saúde, violência, uso de álcool e drogas e comportamento sexual. As informações mostram que mais da metade dos 618,5 mil estudantes de escolas particulares e públicas, que frequentam o 9º ano do ensino fundamental, nas capitais e no Distrito Federal – a maioria na faixa de 13 a 15 anos – são inativos ou insuficientemente ativos1 em relação à prática da atividade física. Considerando somente as alunas, o percentual chega a quase 70%. Aproximadamente 80% deles assiste TV por duas horas ou mais por dia, quando duas horas é o limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Já o consumo de guloseimas2 e de refrigerantes superou o de frutas frescas. O consumo de frutas frescas foi de 31,5%, enquanto a proporção de alunos que consumiram guloseimas, em cinco dias ou mais na semana anterior à coleta da pesquisa, foi de 50,9%, e o percentual de estudantes que consumiram refrigerantes foi de 37,2%.
Dos estudantes pesquisados, 24,2% já experimentaram o cigarro alguma vez na vida e 6,3% o consumiram alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa. O consumo de bebida alcoólica era mais disseminado do que o fumo: 71,4% já haviam experimentado álcool alguma vez, sendo que 27,3% disseram ter consumido no mês anterior à pesquisa. Quase 20% declararam ter obtido a bebida em supermercados ou bares e 12,6 % deles na própria casa. Já haviam se embriagado 22,1% dos escolares. A Pense verificou, ainda, que 8,7% dos estudantes já usaram alguma droga ilícita3 . A Pesquisa mostra, também, que já tiveram relação sexual 30,5% dos estudantes, sendo 43,7% adolescentes do sexo masculino e 18,7% do sexo feminino. Embora a maioria (87,5% dos alunos da rede pública e 89,4% da rede privada) tivesse informações sobre AIDS ou outras doenças sexualmente transmissíveis, 24,1% dos estudantes não havia usado preservativo na última relação sexual.
Os dados sobre violência mostram que quase um terço dos alunos (30,8%) respondeu ter sofrido bullying4 alguma vez, cuja ocorrência foi verificada em maior proporção entre os alunos de escolas privadas (35,9%) do que entre os de escolas públicas (29,5%). Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 12,9% dos estudantes se envolveram em alguma briga com agressão física, chegando a 17,5% entre os meninos e 8,9% entre as meninas, inclusive com o uso de armas brancas (6,1% dos estudantes) ou arma de fogo, declarado por 4% deles.Viviam na companhia do pai e da mãe 58,3% dos estudantes, sendo que 31,9% moravam apenas com a mãe, 4,6% somente com o pai e 5,2% sem a presença da mãe e nem do pai. Quase 10% dos alunos declararam ter sofrido agressão por algum adulto da família.
A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense) estimou em 618.555 o número de escolares do 9º ano do ensino fundamental frequentando a escola nas capitais brasileiras e Distrito Federal. Desse total, 293.596 (47,5%) são do sexo masculino e 324.958 (52,5%), do sexo feminino. Quase 80% dos alunos (489.865) estudavam em escolas públicas, enquanto 20,8% (128.690) frequentavam escolas privadas. Os menores percentuais de alunos de escolas públicas foram verificados em Vitória (61,9%), Natal (62,2%), Aracaju (66,2%) e Teresina (66,5%). A amostra incluiu 60.973 alunos do 9º ano do ensino fundamental, em 1.453 escolas públicas e privadas, de todas as capitais e do Distrito Federal (DF).
A estrutura etária observada entre os participantes da pesquisa revelou que 89,1% dos estudantes freqüentando o 9º ano tinham idade entre 13 e 15 anos, segmento considerado pela OMS como referência para os estudos de adolescentes escolares. Cabe ressaltar que 47,1% tinham 14 anos de idade. Entre todas as capitais e Distrito Federal, 10,2% dos alunos apresentaram idade igual ou superior a 16 anos, sendo Salvador (21,8%), Aracaju (19,3%) e Maceió (18,8%) as que tiveram os maiores percentuais.
Mais da metade dos estudantes são inativos ou insuficientemente ativos em termos de atividade física
No conjunto das capitais e do Distrito Federal, 56,9% dos estudantes eram inativos ou insuficientemente ativos em termos de prática de atividade física. As meninas inseridas nas categorias inativo e insuficientemente ativo chegaram a 68,7% do total, enquanto os meninos somaram 43,8%. A porcentagem observada nessas categorias entre alunos da rede pública (57,4%) foi maior que a verificada na rede privada (54,9%).
Os maiores percentuais de estudantes inativos ou insuficientemente ativos ocorreram em São Luís (65,8%) e Maceió (64,5%). Já os menores percentuais foram constatados em Florianópolis (48,5%) e Curitiba (49,0%).
A freqüência de alunos que tiveram dois dias ou mais de aulas de educação física na escola nos últimos sete dias no conjunto das capitais e o Distrito Federal foi 49,2%. A menor proporção foi observada em Macapá (16,6%) e a maior em Florianópolis (83,2%).
Estudantes da rede pública declararam faltar mais às aulas sem autorização dos pais ou responsáveis
A pesquisa revelou que 20,7% dos alunos de escolas públicas das capitais brasileiras e do Distrito Federal faltaram às aulas sem autorização dos pais ou responsáveis, nos 30 dias anteriores à pesquisa, enquanto nas escolas privadas foram 10,1%. O comportamento, para o total das capitais e DF, somou 18,5% dos escolares, em ambos tipos de escola.
A capital onde maior percentual de alunos faltou à escola sem o consentimento dos responsáveis foi Cuiabá (23,4%) e a menor ocorrência foi constatada em Teresina (12,4%).
Consumo de guloseimas supera o de frutas frescas
Consumiram refrigerantes 37,2% dos escolares, em cinco ou mais dias na semana anterior à investigação, variando de 25,3% em São Luís a 47,0% em Cuiabá. Em todas as capitais e Distrito Federal, o consumo de guloseimas (50,9%) superou o consumo de frutas frescas (31,5%), e o mesmo ocorreu com o consumo de refrigerante (37,2%). O consumo de guloseimas em cinco dias ou mais da semana anterior à pesquisa foi maior entre os escolares do sexo feminino (58,3%) do que entre os escolares do sexo masculino (42,6%).
Já o consumo de batata frita em cinco dias ou mais na semana foi de 4,7% e o de salgados fritos, 12,5% no total das capitais e no Distrito Federal. Nos dois casos, não foram observadas diferenças significativas entre os sexos. Porém, para os salgados fritos, constatou-se maior consumo entre os escolares de escolas privadas (14,3%) do que entre os estudantes das escolas públicas (12,0%).
Os embutidos foram consumidos por 18,8% dos escolares do sexo feminino e, 19,5%, dos estudantes das escolas privadas. Os biscoitos doces (35,8%) e salgados (38,2%) foram mais consumidos por escolares do sexo feminino e, também, foi maior esse consumo por alunos das escolas públicas (biscoito salgado: 37,5%; biscoito doce: 34,6%) ante às escolas privadas (31,4 e 29,7 %).
Feijão é o alimento saudável mais consumido entre os estudantes
Dentre os marcadores de alimentação saudável foram verificados maiores percentuais de consumo para o feijão (62,6%), sendo mais elevado entre os escolares do sexo masculino (68,3%) que do feminino (57,4%) e entre alunos das escolas públicas (65,8%) em comparação aos das escolas privadas (50,1 %).
A maioria dos estudantes nas capitais brasileiras e Distrito Federal tinha o costume de fazer cinco ou mais refeições na semana com a presença da mãe ou responsável, chegando a 62,6% do total, sendo a menor freqüência observada em Salvador (54,3%) e a maior, em Florianópolis (72,7%).
No consumo de hortaliças em cinco dias ou mais na última semana, a diferença maior ficou entre os alunos das escolas privadas (34,3%) diante os das escolas públicas (30,4%). Não foram observadas diferenças significativas entre os sexos (feminino: 31,3% e masculino: 31,2%) para o total da pesquisa.
As frutas frescas foram consumidas em cinco dias ou mais, na semana anterior à investigação, por 31,5% dos escolares, não havendo diferença significativa por sexo ou dependência administrativa da escola para o total das capitais e do Distrito Federal. Já o consumo de leite foi maior entre os escolares do sexo masculino (58,3%), do que entre os do sexo feminino (49,4%), assim como foi maior entre alunos de escolas privadas (60,7%) do que entre os de escolas públicas (51,7%).
41,7% dos estudantes não viviam com o pai e a mãe, no conjunto das capitais e DF
Considerando todas as capitais e o Distrito Federal, 58,3% dos estudantes viviam com o pai e mãe, com o menor frequência em Rio Branco (48,3%) e com maior presença dos pais em Curitiba (62,8%). Os que residiam apenas com as mães eram 31,9% do total, variando entre 25,6% em Teresina e 38,1% em Rio Branco. Apenas 4,6% dos escolares viviam somente com o pai. Neste caso, o menor percentual foi observado em Fortaleza (3,1%) e o maior (7,6%), em Porto Velho. A freqüência dos escolares que viviam sem a presença da mãe e do pai na residência foi de 5,2% para o conjunto das capitais, sendo observada em menor porcentagem em Belo Horizonte (3,5%) e em maior, em São Luís (10,5%).
1/4 das mães de estudantes não tinha qualquer grau de ensino ou tinham fundamental incompleto
O percentual de escolares cujas mães não tinham qualquer grau de ensino ou tinham somente o ensino fundamental incompleto foi de 25,9%. No outro extremo, a proporção de escolares com mães que tinham o nível superior completo foi de 16,1%. A proporção de escolares cujas mães não tinham qualquer grau de ensino ou tinham somente o ensino fundamental incompleto foi mais elevada em Maceió (37,7%) e menor em Vitória (19,2%). Esta capital e o Distrito Federal apresentaram os maiores percentuais de escolares que tinham mães com ensino superior completo (26,9% e 20,9%, respectivamente). 18,5% dos escolares não sabiam informar a escolaridade materna.
A freqüência de escolares da rede privada cujas mães tinham ensino superior completo foi quase seis vezes maior que a dos escolares da rede pública de ensino, respectivamente 46,9% e 8,0%. Quando a análise abordou as mães que não terminaram o ensino fundamental, a proporção de estudantes da rede pública foi de 27,6% diante 4,7% da rede privada.
Quase ¼ dos estudantes já experimentou cigarro
Já experimentaram o cigarro alguma vez na vida 24,2% dos estudantes. Curitiba é a capital com maior índice (35%), seguida de Campo Grande (32,7%) e Porto Alegre (29,6%). Não houve diferença significativa quanto ao sexo: dos escolares do sexo masculino, 24,4% já experimentaram cigarro alguma vez na vida; do sexo feminino, 24,0%. Os estudantes das escolas públicas estiveram mais expostos (25,7%) do que os das escolas privadas (18,3%).
Já o uso atual de cigarros foi medido entre aqueles que o consumiram alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa, independente da freqüência e intensidade do consumo: 6,3% dos escolares haviam fumado cigarro. Curitiba e Campo Grande apareceram novamente em primeiro e segundo lugares entre as capitais, respectivamente 9,9% 9,3%. Maceió (3,8%) e Vitória (3,9%) foram as capitais com as menores freqüências.
A Pense mostra que 31% dos escolares tinham ao menos um responsável fumante. Em Porto Alegre, a freqüência atingia 39,8%, e em Salvador 22,6%. O número de escolares de escolas públicas que tinham pelo menos um dos pais ou responsáveis fumantes era maior que a dos da rede privada, respectivamente 32,9% e 23,6%. Questionados sobre qual seria a reação de sua família se soubesse que eles estavam fumando cigarro, 95,5% dos escolares declararam que sua família se importaria muito caso soubesse que eles fumavam. Apenas 1,3 % respondeu que os pais não se importariam.
Quase 20% dos jovens que consumiram álcool adquiriram em supermercados ou bar e 12,6% na própria casa
Responderam ter experimentado bebida alcoólica 71,4% dos escolares. O percentual variou de 55,1% (Macapá) a 80,7% (Curitiba). A maior freqüência de experimentação de bebida alcoólica ocorreu no sexo feminino (73,1%), mesmo que a proporção entre os do sexo masculino também fosse elevada (69,5%). A proporção também era maior entre os alunos das escolas privadas (75,7%), na comparação com os das escolas públicas (70,3%).
Declararam ter consumido bebida alcoólica, nos 30 dias anteriores à pesquisa, 27,3% dos estudantes para o conjunto das 26 capitais e o Distrito Federal. A menor proporção foi verificada em Rio Branco (16,0%), e os maiores em Curitiba e Porto Alegre 36,4%. A forma mais comum para aquisição de bebidas alcoólicas foi em festas (36,6%), seguido da compra em mercado, loja, supermercado ou bar (19,3%). Outros 15,8% dos estudantes haviam adquirido com amigos, e 12,6% restantes obtiveram na própria casa.
Já haviam se embriagado 22,1% dos escolares. Fortaleza (15,7%) foi a capital com o menor percentual de episódios de embriaguez relatados, e Curitiba (30,0%) a maior freqüência. A proporção de alunos das escolas públicas que beberam até ficarem embriagados foi 22,8%, e de escolares das escolas privadas 19,4%. Questionados sobre a reação da família caso chegassem em casa bêbados, 93,8% afirmaram que seus pais se importariam muito. Os percentuais superaram 90% em todas as capitais.
Pense verificou que 8,7% dos escolares já usaram alguma droga ilícita
A Pense verificou que 8,7% dos escolares já usaram alguma droga como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy. O maior percentual foi encontrado em Curitiba (13,2%), e o menor em Macapá (5,3%). Os homens foram mais freqüentes no uso de drogas ilícitas (10,6%) que as mulheres (6,9%).
Cerca de 24% não haviam usado preservativo na última relação sexual
A Pense revelou que 30,5% dos escolares já tiveram relação sexual. O percentual é maior entre os homens (43,7%). Entre as mulheres, 18,7% já haviam tido relação sexual. Salvador e Boa Vista foram as capitais com as maiores proporções de alunas que declararam ter tido relações sexuais, enquanto Boa Vista foi onde se observou o maior percentual para os alunos. A variação entre as capitais foi de 25,3% (Vitória) a 40,4% (Boa Vista). Nas escolas públicas foram constatados mais escolares que já iniciaram a sua vida sexual (33,1%), quando comparados aos das escolas privadas (20,8%).
Disseram ter usado preservativo na última relação sexual 75,9%. A menor freqüência de uso preservativo foi observada em São Luís (68,3%), e a maior em Rio Branco (82,1%). A Pense indica que 87,5% dos alunos da rede pública e 89,4% da rede privada haviam recebido informações sobre AIDS ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Já a orientação para prevenção da gravidez havia atingido 82,1% dos estudantes das escolas privadas e 81,1% das escolas públicas. A pesquisa revela, ainda, que 71,4% e 65,4% dos estudantes receberam informações sobre a aquisição gratuita de preservativos, respectivamente, nas escolas públicas e privadas.
Insegurança atingia quase 10% dos alunos da rede pública
A Pense investigou temas relacionados à segurança no deslocamento para a escola e na escola, à agressão física, ao uso de arma de fogo e branca, bullying, e à segurança no trânsito. A proporção de estudantes que deixaram de ir à escola por não se sentirem seguros no caminho de casa para a escola ou da escola para casa, nos 30 dias anteriores à pesquisa, foi de 6,4%. Os maiores percentuais ocorreram em Belém (7,8%) e Maceió (7,7%), e o menor em Florianópolis (4,3%). Nos alunos de escolas públicas (9,7%), o percentual foi 76% superior aos alunos das escolas privadas (5,5%). Já a proporção de alunos que deixaram de ir à escola porque não se sentiam seguros no estabelecimento escolar alcançou 5,5%, tendo variado de 3,4% (Porto Velho) a 7,3% (Macapá).
A Pense investigou o bullying através da seguinte pergunta: “Nos últimos 30 dias, com que freqüência algum dos seus colegas de escola te esculachou, zoou, mangou, intimidou ou caçoou tanto que você ficou magoado/incomodado/aborrecido?” Os resultados mostraram que quase um terço dos alunos (30,8%) disserem ter sofrido bullying . O percentual dos que foram vítimas deste tipo de violência, raramente ou às vezes, foi de 25,4% e a proporção dos que disseram ter sofrido bullying na maior parte das vezes ou sempre foi de 5,4%.
O fenômeno atingia mais os estudantes do sexo masculino (32,6%) que os do sexo feminino (28,3%). Quando comparada a dependência administrativa das escolas, a ocorrência de bullying foi verificada em maior proporção entre os alunos de escolas privadas (35,9%) do que entre os de escolas públicas (29,5%).
12,9% dos estudantes declararam ter se envolvido em alguma briga no mês anterior à coleta da pesquisa
Os dados sobre a violência também revelaram que 12,9% dos estudantes se envolveram em alguma briga, nos 30 dias anteriores à pesquisa, na qual alguém foi agredido fisicamente. Este tipo de violência foi de 17,5% entre os homens, quase o dobro do percentual observado entre as mulheres (8,9%). A capital com maior proporção de estudantes que estiveram envolvidos em briga em que houve agressão física foi Curitiba (18,1%), e a com a menor, Teresina (8,4%).
No que se refere às brigas com arma branca, 6,1% dos escolares declararam envolvimento, nos últimos 30 dias, sendo mais freqüente em alunos do sexo masculino (9,0%), do que nos do sexo feminino (3,4%). As maiores proporções ocorreram em Boa Vista (9,5%), e a menor em Porto Velho (4,1%). O envolvimento em brigas com arma de fogo foi declarado por 4% dos escolares, sendo mais freqüente em alunos do sexo masculino (6,0%), do que no sexo feminino (2,3%). Boa Vista (9,4%) e Curitiba (9,2%) apresentaram as maiores freqüências de estudantes do sexo masculino envolvidos em brigas com arma de fogo. A menor freqüência foi observada em Teresina (4,0%). Também foi investigada a ocorrência de agressão física por um adulto da família: 9,5% dos escolares sofreram agressão por algum adulto da família. Os percentuais variaram de 6,6% (Florianópolis) a 11,7% (Recife).
Os dados da Pense mostraram, também, que 18,7% dos alunos foram transportados, nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa, em veículos dirigidos por motoristas que consumiram bebida alcoólica. Em Goiânia, o percentual desse fato atingiu 23,4% e, em Manaus, 14,4%. Os estudantes de escolas privadas estiveram mais expostos a esse risco (23,8%), do que os das escolas públicas (17,3%).
Percentual de adolescentes do sexo feminino que escovavam os dentes era superior aos do sexo masculino
Na Pense, a proporção que declarou escovar os dentes três ou mais vezes ao dia foi de 73,6%, variando de 82,8% (Macapá) a 65,5% (Distrito Federal). O hábito era maior entre as mulheres (76,9%) que entre os homens (69,8%). Já os percentuais neste indicador foram de 74,4% para os estudantes de escolas públicas e 70,2%, para os da rede privada. Dos entrevistados, 16,2% tiveram dor de dente nos últimos seis meses, tendo variado de 12,4% (Vitória) a 20,6% (Boa Vista). As alunas (18,3%) foram mais acometidas de dor de dente que os alunos (13,8%). Em relação à dependência administrativa das escolas, a maior freqüência de escolares com dor de dente nos últimos 6 meses foi observada nas escolas públicas (17,3%). O percentual entre os estudantes das escolas privadas atingiu 11,7%.
O número de alunos se achando magros era maior que o de se achando gordos
A Pense avaliou a percepção dos alunos sobre sua própria imagem corporal, nas categorias: magro ou muito magro, normal, gordo ou muito gordo. Achavam-se magros ou muito magros 22,1%. A proporção de escolares do sexo masculino que se perceberam magros ou muito magros foi de 23,0%, enquanto no sexo feminino foi de 21,4%. Já 17,7% disseram estar gordos ou muito gordos. Os escolares do sexo feminino observaram-se desta forma em 21,3% dos casos.
Estavam fazendo alguma coisa seja para perder, ganhar ou manter o peso 62,8% dos alunos. O percentual era maior entre as mulheres (65,0%). Porém, chama a atenção que um terço das alunas (33,3%) estava fazendo alguma coisa com a intenção de perder peso. Para o sexo masculino, a freqüência encontrada foi de 60,2%. Esse percentual foi distribuído da seguinte forma: perder peso (20,9%), ganhar peso (17,9) e manter peso (21,4%). Por fim, 6,9% relataram que vomitaram e/ou ingeriram medicamentos ou fórmulas para controle do peso sendo o menor percentual encontrado em Florianópolis (4,7%) e o maior em Boa Vista (9,8%).
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1 São considerados não ativos indivíduos que praticam de 1 a 149 minutos de atividade física por semana; insuficientemente ativos aqueles que praticam de 150 a 299 minutos/semana de atividade física; e ativo aqueles com mais de 300 minutos/semana de atividade física com deslocamento para a escola a pé ou de bicicleta, aulas de educação física na escola e outras atividades físicas extra-escolares.
2 São consideradas guloseimas balas, bombons, chicletes, doces, chocolates e pirulitos.
3 Foi perguntado sobre o consumo de maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy
4 O bullying (do inglês bully = valentão, brigão) compreende comportamentos com diversos níveis de violência que vão desde chateações inoportunas ou hostis até fatos francamente agressivos, sob forma verbal ou não, intencionais e repetidas, sem motivação aparente, provocado por um ou mais alunos em relação a outros, causando dor, angústia, exclusão, humilhação, discriminação, entre outros. Na literatura especializada adota-se também o termo de vitimização
Informe do IBGE publicado pelo EcoDebate, 21/12/2009
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