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COP 15: Yvo de Boer, secretário da Convenção do Clima, diz que é preciso trabalhar para tornar real carta de intenções

Yvo de Boer, secretário da Convenção do Clima. Foto do COP15 News Service
Yvo de Boer, secretário da Convenção do Clima. Foto do COP15 News Service

A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) resultou em uma “carta de intenções”, de acordo com o secretário executivo do encontro, Yvo de Boer, que é também secretário da Convenção do Clima da ONU. Ele avaliou que é preciso trabalhar para torná-la “real, mensurável e verificável”. As informações são da BBC Brasil.

Yvo de Boer admitiu que o acordo ficou aquém das expectativas. “Temos que ser honestos sobre o que temos. O mundo sai de Copenhague com um acordo. Mas, claramente, as ambições precisam subir significativamente se queremos manter o mundo [o aumento da temperatura global] a 2 graus Celsius (ºC)”, afirmou.

A COP-15, encerrada na madrugada desse sábado (19) em Copenhague, na Dinamarca, contou com a participação de representantes de 192 países. Ao fim do encontro, os países participantes não conseguiram fechar um acordo vinculante sobre as emissões de gases de efeito estufa.

O chamado Acordo de Copenhague foi aprovado sem unanimidade, como exige o procedimento das Nações Unidas para que entre em vigor. Esse acordo prevê ações para a manutenção do aumento da temperatura global a 2ºC, mas não define qualquer redução de emissões de gases que provocam efeito estufa.

O documento, contudo, prevê a criação de um fundo emergencial de US$ 30 bilhões, nos próximos três anos, para ajudar países pobres a combater causas e efeitos das mudanças do clima, além de angariar recursos para financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões até 2020.

O documento foi resultado de um encontro entre os Estados Unidos, o Brasil, a África do Sul, a Índia e a China e por isso não foi reconhecido por representantes de diversas nações, como o Sudão, a Bolívia, Venezuela, Nicarágua e outras.

Já o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, saudou o acordo como “um começo importante”. Ele ressaltou, porém, que o acordo precisa ser transformado em um tratado com valor legal no próximo ano.

Sem um acordo definitivo para combater a mudança do clima, serão necessárias novas negociações em 2010 para que uma nova estratégia global possa ser discutida. “Vamos tentar chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP-16, no México”, disse de Boer.

A próxima reunião sobre a mudança do clima será realizada no fim de 2010, no México, mas antes disso haverá uma reunião preparatória na Alemanha.

Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 21/12/2009

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