Ministério da Saúde lança campanha nacional de prevenção ao uso de crack
O diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, José Luiz Telles, fala no lançamento da Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack (16/12/2009) Foto: Elza Fiúza/ABr
O aumento acentuado do consumo de crack no país levou o Ministério da Saúde a lançar ontem (16) a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack. O objetivo do governo é fazer com que os jovens sejam conscientizados a não consumir a droga – um subproduto de cocaína vendido a preço baixo – por causa de seu alto poder de dependência e da grande dificuldade de recuperação, além do risco de morte.
A campanha vai divulgar dois filmes na TV, com duração de 30 segundos, em rede nacional e em 14 emissoras regionais. Também foram produzidas duas peças para o rádio: um jingle de 60 segundos, alertando sobre os perigos do crack, e um spot de 30 segundos. Cinemas, jornais, revistas e sites tabém vão divulgar a campanha.
Após a cerimônia de apresentação da campanha, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deu entrevista sobre o assunto. O crack, disse ele, tem efeito devastador sobre o cérebro, destruindo neurônios e deixando o usuário vulnerável, com sérias consequências individuais e para as pessoas com as quais convive.
O ministro da Saúde informou que o governo já tomou medidas importantes para ampliar o acesso à rede de saúde não só de usuários de crack, mas também de álcool e outras drogas que causam dependência, com investimentos em torno de R$ 215 milhões para a ampliação do número de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) .
A informação, destacou Temporão, é a arma mais poderosa que a sociedade tem para enfrentar o vício do crack. De acordo com ele, está havendo um trabalho assistencial com os moradores de rua, por causa da vulnerabilidade em que se encontram. Profissionais de saúde mental e da família e assistentes sociais participam dessas atividades.
Em 2010, a rede de consultórios de rua projetados pelo ministério deve ser expandida. Hoje, a experiência é desenvolvida em Salvador e será levada para mais 13 capitais.
Embora tenha conhecimento sobre a disseminação acelerada do uso do crack, o Ministério da Saúde só dispõe de informações precisas sobre o consumo referentes a 2005, quando 0,1% da população consumia o produto. No momento, assinalou Temporão, está sendo concluído um levantamento que conterá dados mais atualizados e contribuirá para a formulação de políticas públicas para a prevenção do uso de crack.
Reportagem de Lourenço Canuto, da Agência Brasil, publicado pelo EcoDebate, 17/12/2009
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