COP 15: Brasil, China, Índia e África do Sul pedirão que nações desenvolvidas reduzam emissões em 40% até 2020
Países emergentes têm proposta para acordo climático – As principais economias emergentes do mundo, lideradas pela China, pedem uma emenda “com força de lei” ao Protocolo de Kyoto. Segundo essas nações, os países desenvolvidos devem reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em mais de 40%, tendo como base os níveis de 1990, segundo um documento ao qual a France Presse teve acesso nesta quinta-feira, 10. O rascunho foi finalizado em 30 de novembro, após um encontro a portas fechadas em Pequim reunindo China, Brasil, Índia e África do Sul.
A iniciativa, liderada pelos chineses, foi concebida como uma réplica dos países em desenvolvimento a outro acordo apresentado pela Dinamarca, país que sedia o encontro entre os dias 7 e 18 deste mês em Copenhague. Reportagem da Agência Estado, com informações da Dow Jones.
O texto das nações em desenvolvimento coloca como meta que as temperaturas globais não aumentem mais de 2 graus Celsius até 2100, tendo como base as temperaturas registradas antes da Era Industrial. As nações ricas também concordam com essa meta.
Os gigantes emergentes, porém, pedem que os países ricos – que se comprometeram com reduções nas emissões de CO2, de acordo com o Protocolo de Kyoto, de pelo menos 5% até 2012 – a “multiplicar por oito” essa promessa, em um segundo período, até 2020.
O rascunho afirma que esses compromissos devem ser feitos “principalmente através de medidas domésticas”, e não da compra dos chamados “créditos de carbono” em países em desenvolvimento. Também estipula que qualquer país desenvolvido que não esteja comprometido com Kyoto – na prática, os Estados Unidos – se comprometa com as mesmas metas.
O Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU afirmou que, para manter as temperaturas abaixo do patamar de aumento de 2º Celsius, as nações ricas devem cortar suas emissões em entre 25% e 40% até 2020, comparadas com os índices de 1990.
As quatro principais economias emergentes – que representam juntas quase a metade da emissão de CO2 do mundo – rejeitam todas as “medidas fiscais unilaterais” dos países industrializados, como impostos sobre a importação de carbono, discutidos atualmente pelo Legislativo dos EUA.
Além disso, os países pedem a criação de um fundo especial, sob a autoridade da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas da ONU, que responda diretamente aos países-membros. Já EUA, Japão e União Europeia defendem que esse dinheiro para ajudar os mais pobres na luta contra o aquecimento global deve ser movimentado pelas instituições já existentes.
EcoDebate, 11/12/2009
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Tenho como comentário apenas uma pergunta no que diz respeito as essas metas, pois a China o 2° do ranking em poluição, cuja base energética é carvão, vai continuar impulsionando a sua economia?
Inquestionavelmente a natureza. Nunca precisou do ser humano em seus processos, e dispõe de todo o tempo que for preciso para se defrontar com o máximo agravo ambiental cometido por nós, seres humanos, com ou sem a nossa presença. A Natureza jamais se vinga, segue seus processos inexoráveis. Jamais se vingará porque é sempre pródiga e sábia.Quanto a nós, somos compelidos inexoravelmente a remediar as nossas ações inconseqüentes. Haja o que houver, a natureza sobreviverá. Quanto a nós, bípedes tricerebrados equivocadamente chamados de “seres humanos” não sabemos se permaneceremos com a possibilidade da mantermos a continuidade de nossa espécie.
Luiz Alberto Rodrigues Dourado