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Estudo da Universidade Federal de Pelotas mostra baixa frequência em consumo de alimentos fontes de fibra

Estudo da Universidade Federal de Pelotas mostra baixa frequência em consumo de alimentos fontes de fibra

Um dado importante percebido foi que o baixo nível socioeconômico é associado a um aumento no índice de ingestão inadequada de fibras em todos os grupos

Doenças crônicas estão se alastrando mundialmente e uma dieta balanceada é essencial para a prevenção e a saúde. As fibras têm um papel especial no metabolismo, reduzindo glicemia e níveis de colesterol. A frequência de consumo de alimentos ricos em fibras está associada a características socioeconômicas, demográficas e comportamentais, segundo artigo publicado nos Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. O trabalho foi realizado no Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pelas autoras Samanta Winck Madruga, Cora Luiza Araújo e Andréa Dâmasco Bertoldi.

Existem poucos estudos realizados para investigar o consumo de fibras na dieta da população. Este trabalho de campo foi realizado em Pelotas (RS), cidade de 330 mil habitantes, cuja economia é baseada na produção de arroz. A distribuição de grupos etários e de gênero de Pelotas é semelhante à do resto do país. Para a pesquisa, foram feitas quase 4 mil entrevistas e 65,6% apresentou uma frequência de consumo de alimentos fontes de fibra inadequada. Com uma análise mais minuciosa, percebeu-se um risco maior de consumo inadequado em homens, adolescentes, pessoas de nível socioeconômico baixo, fumantes, sedentários e pessoas que fazem menos de quatro refeições diárias. Uma análise por grupos de idade mostrou que, entre adolescentes, morar sozinho é um fator de risco; entre adultos, os fatores de risco são gênero (masculino), tabagismo, sedentarismo e menos de quatro refeições diárias. Já entre os idosos, os fatores foram gênero (masculino) e tabagismo. Um dado importante percebido foi que o baixo nível socioeconômico é associado a um aumento no índice de ingestão inadequada de fibras em todos os grupos.

O estudo conclui que, apesar da população como um todo ingerir fibras inadequadamente, os adolescentes correm maior risco de ter uma alimentação pobre. Isso indica a necessidade de ações em saúde pública voltadas a esse grupo. As autoras também mostram que já foram realizados dois estudos com adolescentes no Brasil e ambos constataram consumo insuficiente de fibras, sendo que uma das pesquisas relacionou o dado com consumo inabitual de feijão e ingestão em excesso de gordura. Acredita-se que a idade seja um fator que melhore os hábitos alimentares já que, quanto mais avançada a idade, maior o consumo de fibras – ainda assim, metade dos idosos apresentou ingestão inadequada de alimentos ricos em fibras. As pesquisadoras defendem que ações com foco nos adolescentes devem resultar, ao longo do tempo, em benefícios a todos os grupos de idade.

Reportagem de Marina Bittencourt, da Agência Fiocruz de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 01/12/2009

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